Um erro da gráfica Alphagraphics na impressão da proposta da Approach para a concorrência do Ministério da Economia tirou a agência da fase técnica da disputa. Apesar de ter alcançado a maior pontuação — ou seja, seria a vencedora — a Approach foi desclassificada por apresentar seu texto impresso em papel 90g/m², e não no de 75g/m², como exigido pelo edital.
Como a agência tinha a certeza de ter mandado para a Alphagraphics, no pedido do serviço, a especificação dos 75g/m², ela chegou a questionar a avaliação da subcomissão técnica. Confiando no fornecedor, a Approach garantiu ter apresentado o papel correto.
Levantada a dúvida, a Comissão de Licitação do Ministério da Economia pediu um laudo técnico à Polícia Federal, que confirmou: a proposta foi mesmo impressa fora do padrão exigido. O papel era 90g/m². Um caso inédito nos mais de 40 anos em que a Janela Publicitária cobre licitações de governo. Afinal, quantas agências conferem o papel após o serviço voltar da gráfica?
Mantida a desclassificação da Approach, a empresa de comunicação S2Publicom (razão social da Weber Shandwick) foi confirmada no primeiro lugar da técnica. Mesmo após todas as reavaliações solicitadas pelos recursos, a Weber Shandwick ficou com 90 pontos, deixando em segundo lugar a CDN com 80,1 pontos e em terceiro a InPress, com 80 pontos, as únicas classificadas a prosseguir na disputa.
A FSB também teve sua desclassificação mantida. Um dos gráficos apresentados pela agência em sua proposta mostrava, em letras minúsculas, no canto, o nome “Mônica Pereira”. Foi o suficiente para a subcomissão técnica julgar que aquilo permitiria a identificação do material, mesmo a FSB, em seu recurso, garantir que não tem nenhuma Mônica Pereira em seus quadros.
A próxima fase da disputa pela conta corporativa do Ministério da Economia será de Preços, que respondem por 40% da pontuação final. Segundo conhecedores de concorrências, licitações deste tipo deixam o resultado totalmente imprevisível antes do seu término.
(Ilustração da matéria tirada do poster “Error”, de Gary Percival)
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