Marcada para sexta-feira, 04/09, a entrega das propostas para a concorrência pela conta digital da Petrobras pode não acontecer, se depender da Associação Brasileira dos Agentes Digitais – Abradi, que entrou, na última quinta-feira, 27/08, com uma impugnação ao edital de licitação.
Em conversa com a Janela, o advogado da Abradi, Emerson Franco de Menezes, relatou que, desde a sua publicação, o edital vem gerando inquietação nas agências associadas. “Apesar de a Abradi ter mais de 600 membros, ela só teria, no máximo, uma meia dúzia de agências com capacidade de participar da disputa”, protestou.
Entre as demandas da impugnação, a Abradi sugere que “face ao valor da verba e do volume de demanda, seja possibilitada a contratação de mais de uma agência de comunicação digital, conferindo maior segurança e agilidade à execução contratual”. O valor previsto pela Petrobras para a conta é de R$ 30 milhões.
Mas o ponto de maior destaque, que viria a restringir a poucas empresas as chances de levar a conta, está a Petrobras conceder pontuação maior àquelas agências digitais que já tenham prestado serviço para cliente com pelo menos 10 mil colaboradores. Pelo edital, se o cliente teve pelo menos 5 mil colaboradores a agência até pontua um pouco menos, mas abaixo disso não.
Outro questionamento da Abradi é a exigência da Petrobras de que a agência interessada na conta comprove ter capacidade de compra de mídia online e ofereça gestão de mídia no Facebook, Twitter, Google e Linkedin. Só que, explica Franco de Menezes, a compra de mídia não será feita pela agência digital contratada, e sim uma das agências de publicidade da empresa, que são, atualmente, DPZ&T e Propeg. “Se o objetivo é analisar a capacidade de planejamento, isto é o que as concorrentes deveriam comprovar, não a compra anterior de mídia”, diz o advogado da Abradi.
Como a impugnação respeitou o prazo estabelecido no edital, de que tivesse sido apresentada até cinco dias úteis anteriores à data de abertura das propostas — em termos legais, portanto, a solicitação é tempestiva –, a Abradi aguarda que, ainda esta semana, a estatal responda se levará em conta as solicitações e alterará seu edital, adiando mais uma vez, portanto, a data de entrega das propostas (a original era em agosto).
“Caso nossas demandas não sejam aceitas”, adiantou Emerson Franco de Menezes, “o próximo passo será, após a realização da sessão pública, entrarmos com medida judicial buscando a suspensão da concorrência”.
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