O diretor de arte carioca Zyppo Chagas está retido em Lima, capital do Peru, desde o último fim de semana, surpreendido pelo fechamento das fronteiras do país por conta dos riscos de contágio do coronavírus.
Ex-diretor de criação da BBDO peruana em 1992, Zyppo Chagas tem viajado desde então frequentemente ao país para participar de campanhas políticas e de órgãos públicos. Em 2018, por exemplo, ajudou a eleger o atual prefeito da cidade de Miraflores, Luis Molina, com quem teve reunião de trabalho na última semana.
Chagas tinha passagem de volta ao Brasil marcada para quarta, 18/03, mas com o fechamento das fronteiras, decretado no domingo, 15/03, o criativo viu o hotel em que estava hospedado encerrar os serviços de cozinha e de limpeza.
“Consegui ir às pressas ao supermercado na segunda-feira, para comprar água e o que fosse possível para eu me alimentar”, relatou Chagas, que conta sequer ter conseguido transporte para o deslocamento.
O criativo, cuja família se encontra no Rio, se queixa também da falta de apoio do consulado brasileiro em Lima. “É muito complicado, sempre tem algum problema, uma mentira, uma enrolação”, protestou.
Pelas informações de Zyppo Chagas, há pelo menos 270 brasileiros ainda presos no Peru, vários deles em Cusco, uma cidade turística peruana, que, diz Chagas, ainda tem menos infraestrutura que a capital peruana para atender os turistas neste momento. Na terça, 17/03, a imprensa chegou a registrar que 50 turistas brasileiros foram impedidos de voltar de Cusco para o Brasil.
Na própria terça, o governo peruano chegou a autorizar que os brasileiros deixassem o país. No entanto, afirma Zyppo Chagas, a Latam não estaria aceitando apenas remarcar as passagens já emitidas, e sim “obrigando à venda de passagens de ida e volta, por preços que chegam a R$ 7.000,00”.