Segundo números agora disponibilizados pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), o ex-presidente Michel Temer autorizou R$ 150,1 milhões em publicidade de julho a dezembro de 2018, através de suas agências Artplan, Calia/Y2 e NBS.
A Calia foi a agência responsável pela maior parcela, tendo administrado R$ 122.448.698,06. Em segundo lugar ficou a Artplan, com R$ 26.739.802,00. A parcela que coube à NBS foi de R$ 920 mil.
Em outubro de 2018, a Secom chegou a declarar que sua expectativa para todo o ano de 2018 seria de investir R$ 1,5 bilhão, um valor menor que o de 2017, quando a Presidência da República fechou as contas em R$ 1,9 bilhão.
Ministério Público abre ação contra ex-Secom
Os investimentos da Secom, aliás, acabam de ser motivo para uma ação de improbidade administrativa que o Ministério Público Federal do Distrito Federal (MDF-DF) está abrindo contra os publicitários Duilio Malfatti, secretário de Publicidade e Promoção da Secom de Temer, e José Bello Souza Francisco, diretor de Publicidade do órgão no mesmo período.
Segundo os procuradores do MPF-DF, teria havido uso da máquina pública na campanha de promoção da PEC 287/2016, com a qual Temer tentou fazer a reforma da Previdência. Diz o processo que as peças estavam “revestidas da opinião do governo” e “a divulgação tendenciosa custou quase R$ 110 milhões”.
Em conversa com a Janela, Duilio Malfatti declarou-se surpreendido, já que ainda não havia recebido qualquer comunicação formal do MPF-DF. No entanto, de acordo com ele, a acusação de improbidade administrativa não procede:
“Não cabia a mim determinar se deveria ou não ter havido a campanha. Na época, considerou-se a necessidade de esclarecimento à população — como, aliás, o governo atual está fazendo — e a decisão foi tomada pelo ministro Moreira Franco e meu chefe imediato, o Marcio Freitas, secretário de Comunicação Social da Presidência”, afirmou.