O publicitário Eduardo Fischer, que inventou o gesto do “número 1” para os jogadores da Copa de 1994, está enfrentando dificuldades para se reinventar. Sem a sua agência Fischer ter mais escritório fixo, com funcionários trabalhando em home-office para os clientes que conseguiu manter — Sabesp, CSN e Embracon –, Eduardo Fischer tem procurado, nos últimos meses, se associar a outras agências para garantir a sua sobrevida no mercado publicitário.
A crise na Fischer se tornou pública no final de 2018, quando um grupo identificado como “União dos ex-funcionários da Fischer América” enviou mensagem ao site do Clube de Criação informando que mais de 120 profissionais haviam ficado sem receber salários e benefícios quando a agência se mudou “para endereço desconhecido”. Eduardo Fischer não se manifestou a respeito.
O site “fischeramerica.com.br” exibe um conteúdo desatualizado, mostrando diretores que há tempos não fazem parte do escritório. Apesar de constar o endereço “Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 758/18ºandar”, não há informação de telefone. As páginas do Facebook, Twitter e Instagram foram desativadas e no Linkedin a última postagem é de oito meses atrás.
Na última semana, foi postado no Facebook um pedido de ajuda para encontrar a agência. Segundo o autor, uma profissional, sua conhecida, havia feito um free-lance para a Fischer América e não recebido. Em resposta à solicitação, diversos publicitários paulistas garantiram que apenas alguns profissionais vinham trabalhando de casa, para atender às demandas dos clientes, quando surgiam.
De acordo com amigos da Janela, a nova esperança de Eduardo Fischer é a concorrência pela conta do Governo do Estado de São Paulo. Como o publicitário acompanha João Dória desde seus tempos na prefeitura, garantir a participação na verba de comunicação do novo governador de São Paulo seria também a garantia da sobrevida da agência tantas vezes premiada no Brasil e no mundo.
A Janela tentou entrar em contato com a agência, através dos números sugeridos na internet, mas sem sucesso.
História
Eduardo Fischer é personagem fundamental na história da propaganda brasileira. Juntamente com Roberto Justus abriu a Fischer & Justus em 1981, vendida para a multinacional Young & Rubicam em 1985 para ganhar o nome Fischer, Justus, Young & Rubicam (F,J,Y&R). Em 1989, a união se desfez e a dupla de sócios criou o “Grupo Total”, se expandido enormemente através do Brasil, através de acordos com várias agências regionais. Foi Fischer América Sette Graal em Brasília, Fischer Dez em Porto Alegre, por exemplo.
No Rio, depois de comprar a D+, de Marcelo Gorodicht, a Fischer chegou a ter as contas da Vivo e do Ponto Frio. Em 1998, Justus deixou a sociedade e, em várias novas associações, Eduardo Fischer passou a adotar nomes como Fischer+Fala, Fischer&Friends e, ultimamente, apenas Fischer.
[…] Fischer, à espera de um milagre para não ficar só na memória – Janela […]
Pra onde esse picareta fugiu e onde escondeu o patrimonio dando cano nos seus credores?