• Agências questionam reabertura da licitação da Terracap

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    Relançada esta semana, a concorrência pela conta de R$ 12,3 milhões da Terracap, órgão do Governo do Distrito Federal (GDF), já está repleta de polêmicas.

    A começar pela trapalhada da Comissão de Licitação, que publicou na segunda-feira, 28/01, no Diário Oficial da União, a listagem errada das agências que haviam comparecido em novembro de 2018 para entregar suas propostas. Em vez dos 12 nomes corretos, foram relacionadas 19 agências, retiradas de uma listagem cuja origem até o momento não foi explicada pelo GDF. Enfim, o GDF precisou, na terça, 29/01, republicar a convocação com os novos nomes das agências e seus representantes.

    Pela decisão do Governo do Distrito Federal, estas agências deverão voltar à sede do órgão para retirar suas pastas e levá-las de novo em 18/03. E aí começa o espanto das agências. “Se os envelopes são apócrifos, como cada agência saberá quais são os seus?”, perguntou a diretora de uma das participantes, em conversa com a Janela.

    Para participar de uma concorrência, cada agência entrega tanto envelopes identificados falando sobre sua estrutura e histórico quanto envelopes apócrifos, que contém todas as propostas de peças e estratégias que atendem ao briefing passado pelo órgão do governo.

    Se estes envelopes não têm identificação, quem vai garantir que cada agência pegará os seus envelopes corretos?

    Se os envelopes não são identificados, como as agências vão saber quais pegar de volta?

    Cada página destes envelopes, aliás, é rubricada por representantes das agências durante a sessão de entrega. Com isso, todos os participantes podem ver quais são os conceitos e layouts que estão sendo apresentados por seus concorrentes, mesmo sem que se saiba a que agências correspondem. E aí surge o segundo grito: “As outras agências vão poder refazer seu material agora que viram o meu?”, questionou o diretor de outra agência.

    Pior que isso, protesta um terceiro: “E as novas agências que vão poder entrar agora? Elas vão levar vantagem já sabendo o que as 12 iniciais fizeram!!”

    Para outro executivo ouvido pela Janela, uma alternativa seria o GDF inutilizar, passando por máquinas picotadoras, todas as pastas apócrifas, permitindo que as agências retirem apenas as pastas identificadas. O que permitiu o levantamento de outra crítica: “E quem cobre o prejuízo de as agências terem que imprimir novamente todo o material?”

    Não falta, aliás, quem coloque o GDF em suspeição, acusando o órgão de ter retomado a concorrência para permitir que alguma agência, de seu interesse, consiga participar, agora que foi dado novo prazo.

    Na listagem publicada dia 28/12, apareceram as agências Arcos, AV, CCA, Casa Brasil, Giacometti, Giusti, Idea, Monumenta, Pop, Sin, Sotaque, Stylus e Zero Oito Cinco, que não estão na relação das que já apresentaram documentação. Será, no mínimo, curioso, se alguma delas participar agora.

    O diretor de uma daquelas 12 agências, ao lamentar a decisão do GDF, defendeu que “se não houver o aproveitamento da licitação em curso, com os licitantes atuais, então deve ser lançado um novo certame, com novo edital e, principalmente, com novos parâmetros balizadores das propostas técnicas, sob pena de ferimento de inúmeros princípios licitatórios, dentre os quais, a isonomia, o julgamento objetivo e a competitividade”.

    O assunto não deve morrer. Alguns dos dirigentes ouvidos pela Janela pretendem consultar seus advogados e as entidades representativas do mercado publicitário para estudar a possibilidade de impugnação da concorrência.

    Vamos acompanhar.

    Enquanto isso, segue a relação correta das 12 agências convocadas, com os nomes de seus representantes.

    • Agência Nacional de Propaganda , representada por Audrey Bugian Van Munster;
    • Bees Publicidade Comunicação e Marketing , representada por Paulo César Andrade;
    • Binder+FC Comunicação, representada por Lorena Thais Oliveira Pinto;
    • CCP – Companhia de Comunicação e Publicidade, representada por Antônia Selma Ramos Rossi;
    • Calia/Y2 Propaganda e Marketing , representada por Silvana Lopes Ferreira;
    • Calix – Cálice Propaganda, representada por Cristiane Rocha Soares;
    • Escala Comunicação e Marketing, representada por Melissa Fátima da Silva;
    • Faro Brasil Propaganda;
    • Fields Comunicação, representada por Gabriela Murad Albuquerque;
    • NBS – PPR-Profissionais de Publicidade Reunidos, representada por Aline Marine Gomes de Souza;
    • Propaganda Desigual, representada por Lorraine Borges Gonçalves;
    • ZF – Ziad A Fares Publicidade, representada, por Frederico Brunno Padula Parma;

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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