Foi simplesmente irresistível. Quando dei de cara com o post do Rynaldo Gondim no Facebook, não me contive. Era sobre a saída do Luis Guilherme Davidson, o “Guime”, da W/McCann, e a sua nova empreitada, levando com ele o seu cliente da antiga agência. E a pergunta que vive martelando a nossa cabeça, ali respondida com o fato consumado: criação segura cliente? Desculpe, Rynaldo, mas eu tive que roubar o seu tema para este artigo.
A pergunta, infelizmente, vai continuar sem resposta para mim. Posso alegar que, sim, ouvi muitos clientes dizerem o quanto lhes era prazeroso e produtivo trabalhar comigo. E, mesmo depois de mudarem de agência, eles ou eu, mantivemos contato e muitos hoje são amigos queridos. Alguns saíram da área de comunicação e marketing, mas nunca perderam contato comigo. Outros até viraram colegas de agência. Teve um que mudou de empresa e, logo que teve oportunidade de escolher uma agência, fez questão de prestigiar aquela em que eu trabalhava. Na verdade, a mesma que o atendia antes. Mais ainda: pediu que eu fosse o criativo responsável pela conta.
Teve cliente que eu achava que não queria mais trabalhar comigo, já que tinha mudado de agência, e que me surpreendeu anos mais tarde, solicitando à direção da nova agência que eu supervisionasse a criação da sua conta. Teve cliente que entrou na empresa com a missão de mudar tudo e que mudou tudo mesmo, menos o criativo responsável pela conta.
A verdade é que a tal pergunta não tem resposta porque raras são as vezes em que temos uma prova concreta como esta que o Guime nos proporcionou. Apesar de ter sempre me sentido honrado pela preferência e admiração dos clientes, nunca tive o privilégio de levar um deles comigo para outra agência. Lembro algumas outras raras ocasiões parecidas, com outros colegas, todas já nas brumas do passado.
O cliente acompanha a criação? O que você acha, Rynaldo? Acredito que ele acha que sim. Eu, já mais vivido e cabreiro, acho que o cliente nem sempre tem o poder de fazer essa escolha. E quando tem, é uma escolha pela equipe: planejamento, atendimento, criação e mídia. Com as particularidades que lhe sejam mais caras, claro. Às vezes é a eficiência do planejamento, outras é a força nas estratégias digitais, e outras vezes é mesmo a capacidade de negociação da mídia.
Por isso mesmo vibrei ao ler o post do Rynaldo. Afinal, um de nós conseguiu!
Portanto, meu querido amigo e ex-cliente que está lendo este artigo, fique ligado. Eu vou atrás de você. É só uma questão de tempo.
E, tenho certeza, meu amigo Rynaldo vai me encorajar.
Vou comentar o óbvio, hehe. Eu acho que depende bastante do perfil do cliente/conta, da autonomia que o profissional responsável pela escolha da agência possui. Uma grande conta alinhada mundialmente, é soldada na agência. Se ele ficar insatisfeito é mais fácil trocar todos os profissionais da agência do que a conta sair. Ou uma conta nacional, mas muito valiosa, com grande investimento e responsabilidade na mão do Diretor de Marketing, que geralmente tem que cuidar do próprio emprego e ficaria em dificuldades no caso de problemas no relacionamento/resultados. Já conta média, na mão de um Diretor de Marketing com autonomia segue um criativo fácil, só que acho que nestes casos o criativo vira logo empresário e sócio na agência.