O Rio de Janeiro poderá dar o exemplo de como serão, a partir de agora, as negociações entre patrões e empregados na indústria da propaganda brasileira. Acontece que o mercado carioca, cujo dissídio ocorre tradicionalmente em 1º de novembro, costuma ser o primeiro de todo o país.
O processo, porém, não será sem debates. O Sindicato dos Publicitários do Rio de Janeiro defende que o dissídio deste ano ainda seja sob as normas da legislação antiga, já que a nova lei trabalhista só passa a vigorar a partir de 13 de novembro, ou seja, 12 dias depois do limite para o acordo carioca.
– Como vamos fazer um acordo com base em uma lei que ainda não está vigorando? Ela poderá até ser cancelada até lá, não é? — questiona Cleverson Valadão Ridolfi, diretor e ex-presidente da entidade.
O dirigente adiantou para a Janela que o órgão levará para a sua assembleia — já convocada para as 13 horas do próximo dia 19 de setembro — a proposta de um reajuste de 7% para os salários até R$ 2.000,00 e de 5% para os que forem acima de R$ 2.000,00. Se os percentuais forem aprovados, serão levados para a discussão com o Sindicato das Agências de Publicidade do Rio de Janeiro (Sinapro-RJ).
A posição do Sindicato dos Publicitários de que a reforma só deverá nortear o dissídio de 2018 surpreendeu o comando do Sinapro-RJ. Questionado se haveria amparo legal para o Sinapro-RJ pleitear a alteração da data do dissídio para o mercado se adaptar às novas regras, o presidente da entidade, Eduardo Moncalvo, achou prematuro comentar:
– Prefiro esperar para receber formalmente esta comunicação do Sindicato dos Publicitários. De qualquer modo, já temos uma reunião programada para acontecer na próxima semana entre os associados do Sinapro-RJ e nosso assessor jurídico, Dr.João Luiz Faria Netto, quando vamos, inclusive, analisar os efeitos da reforma trabalhista nas relações entre os donos de agências e seus funcionários.