O jornal O Globo deste domingo, 14 de maio, publicou um anúncio de página inteira, assinado por Boni, Paulo Manoel Protasio, Ricardo Amaral e Roberto Medina, pedindo providências do Presidente Temer para reduzir a violência no Rio de Janeiro.
A publicação acontece na mesma semana que o próprio jornal O Globo publicou matérias apontando que a rede hoteleira tem estado preocupada com a repercussão que os assaltos a turistas podem ter na queda do turismo no Rio de Janeiro.
A carta aberta procura mostrar a importância de se estimular o turismo no Rio como forma de aquecer a economia. Ela cita que, “segundo a Fundação Getúlio Vargas, se o número de turistas aumentar em 20%, o impacto positivo na economia carioca será de R$ 6 bilhões e 98 mil postos de trabalho serão criados”.
O presidente da Riotur, Marcelo Alves, em conversa com a Janela, interpretou a carta como um grito de “Basta!” que a sociedade carioca está emitindo, porque “não aguenta mais que a crise carioca de segurança não seja resolvida”.
Alves citou que “não adianta todo o trabalho que a Riotur está fazendo para preparar o carioca a receber cada vez melhor os turistas se os responsáveis pela segurança não fizerem a sua parte”.
Marcelo Alves deixou a entender a importância de a carta ser direcionada ao Governo Federal. “O Estado do Rio está falido, não se pode esperar muito dele. O Presidente da República tem que agir”, declarou, lembrando que a Prefeitura do Rio até já apresentou seus planos para que a Guarda Municipal possa ajudar, aumentando a segurança dos pontos turísticos da cidade. E insistiu:
– “Se o Rio é a vitrine do Brasil, reverberando tudo o que faz de positivo, também repercute mundialmente o que acontece de negativo. Espero que o Presidente Temer se sensibilize pelo que disseram essas quatro pessoas notáveis, que têm autoridade para falar, pela história do que já fizeram pelo Rio”.
Veja aqui o texto completo da “Carta Aberta ao Presidente da República“:
PARA CONQUISTARMOS, LADO A LADO COM TODOS OS BRASILEIROS, A NAÇÃO QUE SONHAMOS, O RIO É A PRIMEIRA FRONTEIRA.Senhor Presidente, Esta é uma mensagem de cariocas de nascimento e de coração em defesa da urgência e da continuidade do apoio federal à segurança do Rio de Janeiro. Sabemos que o seu Governo tem muitos problemas a resolver, entre eles o desemprego e a retomada do crescimento sustentável. Mas fica muito difícil estimular investimentos que gerem empregos, renda e arrecadação num quadro tão sombrio de violência. A cidade do Rio de Janeiro, vitrine do Brasil diante do mundo, hoje figura no noticiário internacional da pior maneira. E quando o Rio vai mal, isso prejudica o pais inteiro. Não dá mais para esperar. Segurança não é coisa que se adie. Sobretudo porque o Rio tem tudo para se tornar um exemplo de bravura, criatividade e poder de recuperação em circunstâncias tão adversas. A cidade recebeu recentemente investimentos de cerca de R$ 25 bilhões em expansão da rede de transportes, novas arenas de eventos, museus, revitalização urbana e muito mais. Incorporamos mais 30 mil quartos de hotel e, graças ao dinamismo de grandes e pequenos empreendedores, novas atrações estão para acontecer. Os signatários desta mensagem, fundados na experiência adquirida ao transformar sonhos em realizações altamente mobilizadoras no decorrer de suas trajetórias profissionais, têm a certeza de que o turismo é a alavanca para o resgate da cidade, e estão trabalhando intensamente para isso. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, se o número de turistas aumentar em 20%, o impacto positivo na economia carioca será de R$ 6 bilhões e 98 mil postos de trabalho serão criados. Mais turistas se traduzem em mais escolas, mais empregos, mais recursos para a saúde, melhores serviços à população. Tudo isso em curto prazo, porque a receita do turismo é instantânea. A sedução dos grandes eventos é uma estratégia de recuperação já testada com pleno sucesso. O Carnaval, o Réveillon e o Rock in Rio motivam grande parte dos turistas que visitam nossa cidade. E eles querem voltar. A intenção de novas visitas foi expressa por 94% dos residentes no pais e 87% dos que residem no exterior. Contudo, a crescente percepção da insegurança pode botar tudo a perder. E a primeira perda será a da esperança do povo no esforço da reconstrução nacional. Senhor Presidente, nós, cariocas, estamos realizando nossa parte. É fundamental que o Governo Federal faça a sua. Já não bastam medidas paliativas. A situação requer ações imediatas, abrangentes e decisivas, em sintonia com as autoridades locais, para garantir proteção permanente a moradores e visitantes. Sem o engajamento profundo e duradouro do seu governo, será em vão qualquer esforço. Fique certo de que estamos preparados para retribuir o apoio da União com trabalho sério, capital produtivo e confiança inabalável no poder do fazer. Juntos, vamos virar este jogo! Respeitosamente, Boni-José B. de Oliveira Sobrinho / Paulo Manoel Protasio / Ricardo Amaral / Roberto Medina |