EM PRIMEIRA MÃO – A crise da economia brasileira está levando Luis Leitão e Juarez Precioso, diretores da produtora CaradeCão, a estudarem o encerramento da sua existência como pessoa jurídica para abrir uma nova empresa. Enquanto isso, as instalações da produtora já estão sendo desmontadas e seus funcionários dispensados.
Atuando no mercado carioca desde 1999, a CaradeCão vinha ocupando uma área de 400m2 no Humaitá, com sete ilhas, sendo cinco de edição e duas de efeitos especiais. Leitão lembra, em conversa com a Janela, que no final de 2015 ainda mantinha 45 funcionários na empresa. Mas, em 2016, a Petrobras, com quem tinha um contrato, cancelou, ficando dez meses para pagar a parcela remanescente.
Somando-se este problema com a inadimplência e o atraso nos pagamentos de outros clientes — inclusive agências de publicidade — os dois sócios preferiram buscar novas alternativas.
Mas tanto Leitão quanto Juarez garantem que continuam em atividade, só que com menos foco na publicidade:
– “Já vínhamos há tempos vendo o estreitamento do mercado publicitário”, diz Precioso, lembrando que a própria CaradeCão já estava focando na produção de conteúdo.
Eles foram responsáveis pelos reality-shows “Rio Ink” e “Perdas e Ganhos”, por exemplo. Recentemente, Leitão esteve envolvimento na realização de uma série para o canal Discovery. E Precioso cita que estão a caminho dois longas, que ele dirigirá e nasceram na CaradeCão. No final de 2016, eles receberam a notícia de que contarão com o Prodecine 5 para, em conjunto com a produtora Coopas, produzir o longa de ficção “Santa Clara”, um drama que terá como cenário o bairro carioca de Copacabana. E, juntamente com a TVZero, farão “O Medo e o Mar”, baseado em um texto de Maria Camargo.