Eike Batista tem histórias com o mercado publicitário carioca

O comercial da Giovanni para o Jeep de Eike Batista.

Em janeiro de 1994, a Janela noticiava que o “Grupo Eike Batista” começava uma campanha pela agência Giovanni como o primeiro anunciante da indústria automobilística no Rio de Janeiro. Com uma verba de US$ 1 milhão, ele lançava o jeep Montez JPX, com criação de Álvaro Gabriel, João Renha e Victor Kirovsky e direção do comercial de Carlos Manga Jr, o Manguinha. O filme ainda tinha a participação da modelo Luma de Oliveira, que já era mulher de Eike. É ela que aparece pedalando a bike.

Esta havia sido a primeira aparição no noticiário de propaganda do empresário agora considerado foragido da justiça brasileira por estar nos Estados Unidos enquanto corre um mandado de prisão no Brasil, por seu envolvimento em esquemas de corrupção no Governo de Sergio Cabral Filho no Estado do Rio de Janeiro.

Eike Batista e Sergio Cabral na ABP
Evento da ABP que homenageou Eike Batista, com discurso de Sérgio Cabral Filho. (Fotos de Mariana Vianna, da A7 Fotografia, publicadas na revista Caras)

Eike voltou a aparecer em 2000, quando a Janela registrou que a agência carioca V&S Comunicações havia conquistado a conta da eBXExpress Brasil, “maior companhia privada de encomendas expressas do país, pertencente ao Grupo Eike Batista”.

O empresário voltaria a circular mais uma vez no meio publicitário em abril de 2008, quando a diretoria da Associação Brasileira de Propaganda (ABP) o escolheu como a Personalidade do Ano em seu Prêmio Comunicação 2007. A festa aconteceu no Copacabana Palace e coube a ninguém menos que o próprio Governador Sérgio Cabral — hoje preso na penitenciária de Bangu — fazer o discurso de elogio, pelos investimentos de Eike em mineração, energia e entretenimento.

Em março de 2013, a Artplan anunciava a conquista da conta da IMX Holding, empresa de esportes e entretenimento dos grupos EBX e IMG Worldwide.

O nome de Eike ainda voltaria a ser publicado na Janela em 2015, ainda que indiretamente e já por conta de seus problemas com a justiça. Em fevereiro daquele ano, a agência 11:21 botou na rua um anúncio de oportunidade para seu cliente AGO, aproveitando a história de que um juiz federal foi flagrado dirigindo um dos carros de luxo apreendidos na casa de Eike pela Polícia Federal. A peça, promovendo o Test-Drive Ago, dizia “Como dar uma voltinha num carrão que ainda não é seu”.

Marcio Ehrlich

Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

Envie um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


seta
×