Corazon Filmes Criatura LuchaLibre
Prêmio Colunistas - Participe! Escola Cuca Studio do Cais Fenapro
Voltar Imprimir Enviar p/ um Amigo
A Fenêtre Publicitaire é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes 2016, por Marcio Ehrlich, Fabio Seidl e Antônio C. Accioly,
com o patrocínio da Corazon, Criatura, Escola Cuca, Fenapro, Lucha Libre e Studio do Cais.

23 de junho de 2015, quinta-feira (09:40h)

O JOGO DOS NÚMEROS

McWhooper
McWhooper, o grande ganhador de Cannes 2016
The Swedish Number
Chamem o matemático Oswald de Souza. O Stephen Hawking. O Algoritmo (tá na moda falar algoritmo). Ninguém consegue entender como funcionam aqui os pontos. De novo.

Esse ano, pela primeira vez (que a gente saiba, mas a gente nunca sabe das coisas direito), o festival aceitou dividir os pontos entre agências que inscreveram ou criaram juntas as mesmas peças.

Faz todo sentido. Várias contas hoje são divididas por agências diferentes que muitas vezes tem que trabalhar juntas. Então a agência global aparece com a local, ou duas que dividem a conta, ou a de PR com a de criação e mídia e assim vai. Nos EUA então, são raras as contas grandes que não sejam assim.

O caso mais comentado do festival gira em torno da ideia mais premiada de Cannes até aqui, o McWhopper. Nessa fichar tem a Y&R Nova Zelândia que originalmente criou a ideia, outra agência do grupo Y&R e a David Miami (do grupo Ogilvy), que desenvolveu a campanha e ralou também. Há uma quarta empresa envolvida.

Ontem, diziam que a David tinha 25% dos pontos da campanha. Mais tarde, se falou em 33%. A gente não tem como saber exatamente ainda como vai funcionar, já que a imprensa só tem acesso as “regras gerais” do evento e não ao regulamento completo. Veja aqui: canneslions.com/awards/special_awards

Tem mais. A peça “The Swedish Number” (genial, aliás), foi criada pela agência INGO da Suécia, que tem outras peças ganhando bem aqui. A INGO é uma joint-venture da Grey e da Ogilvy. Ou seja, divide os pontos entre as duas redes na hora de julgar a network of the year. Mas isso, dizem as regras gerais, também depende da composição acionária das agências. E quem é que sabe disso?

Eu não queria estar na pele de quem está fazendo essas contas. Nem da galera do festival que tem que ir explicar regulamento. Até sábado, tem muita conta e muito bastidor pra rolar.


APOSTA

Ainda é quinta e eu nem olhei os shortlists de Entertainment, mas só um milagre tira da Ogilvy o tetracampeonato de holding do ano. A Almap já é a agência brasileira mais premiada, pode anotar. E vai brigar lá em cima no top do ranking geral.

Nota do Marcio: A Ogilvy emplacou o "Behind the T-Shirt" em duas categorias do Entertainment e a AlmaBBDO em uma com "Magic Words".


A ÉPOCA DOS LEÕES MAGROS

Japa dormindo
Ou o fuso horário confundiu o japonês ou o Innovation não estava a coisa mais animada do mundo.
A cerimônia de premiação ontem começou com o mestre de cerimônias Juan Señor animando a galera: se você ganhou um bronze, prata ou ouro aqui, fique sabendo que você está entre os 5% melhores do mundo. Pois é, porque esse ano shortlist tá valendo quase leão de tão escasso que tá o negócio.

Voltou a ficar difícil? Não acho. Sempre foi difícil. A qualidade melhorou? Não sei.

Ontem em Mídia achei a seleção de Ouros aquém das demais categorias. Não escondo de ninguém que gosto do Songs of Violence da FCB Brasil para o Estadão (até coloquei no meu predictions aqui na Fenêtre), mas teve mais umas 4 peças para violência doméstica levando ouro na categoria. Todas excelentes ou no mesmo nível do que a? Confere lá depois. E parece que o recado de não premiar ONG não chegou nesse júri. E McWhopper ganhou outro GP.

A categoria Innovation é legal, mas achei bem estranha. Esse japonês que estava do meu lado também. O cara até dormiu. Aliás, se alguém conhecer o sujeito, passa lá no Palais pq ele deve estar nanando até agora.

Conversei com o jurado Fred Saldanha, da Huge NY e ele resumiu como foi a votação: “tem que esquecer que é publicidade, é outro festival, tanto que até separaram de Cannes.” É verdade. Tinha uma peça que é um apetrecho para fazer circuncisão sem cirurgia que ganhou ouro, criado por um pessoal especializado em material hospitalar. E das 9 premiadas, só quatro eram para marcas.

Creative Data, outra categoria premiada da noite, foi outra surpresa. Esperava-se mais tecnologia de ponta entre os ouros, soluções complexas, mas entre os ouros vieram vários truques fáceis.

FCB em Cannes
A turma da FCB mostra seu Leão de Songs of Violence, para o Estadão. A minha preferida de Innovation, essa da agência WeBelievers para a Salt Water Beer. Uma embalagem de 6 pack de breja que ajuda a salvar os animais. A We Believers é uma agência hispânica de NY que foi fundada no ano passado. E já em 2015 passou o rodo nas premiações com uma ideia de Volvo. Bacana.
Mobile, a categoria que todo mundo comenta que tinha que estar dentro de cyber (que não deveria mais se chamar cyber), tinha coisas bem legais, entre elas o Samsung Blind Cap da Cheil Espanha. Um case muito bem feito, aliás. No fim, GP para The New Rembrandt, case que mostra como usaram a tecnologia para reproduzir um quadro idêntico do pintor holandês. Levaram até a pintura no palco. Bacana.
Dudu Marques e Rafael Rizuto
Cyber, a maior categoria do festival, teve como seu GP... um filme. O que é sensacional e já não é a primeira vez que acontece. ‘Justino’ da Leo Burnett Madrid, na verdade, ganhou pela experiência integrada em diversas plataformas, mas é um filme na essência. Uma história que depois foi contada em várias telas. Eu acho essa campanha demais. O Brasil esteve no palco com a Almap e o multipremiado (e multielogiado por essa coluna) Magic Words para a HP e com a dupla de brasileiros na grinda Dudu Marques e Rafael Rizuto, ECDs da 180LA que levaram ouro com Unicef.

OLIVER STONE TACA FOGO NO PALAIS

Oliver Stone
Oliver Stone criticou todo mundo. Até o Brasil.
Um dos mais engajados cineastas de todos os tempos, Oliver Stone falou num seminário “de gala” ontem no Lumiére Theatre aqui em Cannes. Dedicou boa parte do tempo falando do seu novo filme, ‘Snowden’ e das suas convicções. Filho de republicanos conservadores americanos e claramente um cara com convicções políticas mais liberais e, vá lá, socialistas, Stone veio de mansinho, com a calma de um buda, incendiando vários assuntos.

Falou até do impeachment da Dilma, que chamou de uma derrota da democracia. Meteu o pau em patrocinadores do festival de Cannes como o Google e no que antes patrocinava, Microsoft, dizendo que eles colaboram para a falta de privacidade e que vendem nossas informações para a CIA e o FBI.

Mas a parte mais fascinante é sobre a visão que ele tem da arte. Para falar de como lida com sua própria indústria, foi enfático: “Eu tenho responsabilidade, como todos deveríamos ter, com o nosso trabalho. Ele é a minha alma, é o que eu acredito. Não faço nada pensando em agradar ninguém com ele. Só a mim mesmo.” Toma essa.


O IGGY É POP. O POP NÃO POUPA NINGUÉM

Iggy Pop
Iggy com seu figurino preferido: sem camisa
O trocadilho desse título é uma homenagem ao maior fã de Engenheiros do Hawaii que eu conheço, o Leonardo Kowaski Barbosa, da Grey NY. Como alguém pode ser fã do Humberto Gessinger, eu não sei. Eu sei que eu sou fã do Iggy Pop.

E a palestra com o Iggy foi sensacional porque se tem um cara no mundo que não está nem aí é ele. Uma das primeiras perguntas de ontem foi a manjada: “você gosta de publicidade?” E ele respondeu: “gosta do quêêê?!!”

A pergunta gerou uma série de observações engraçadas. Iggy diz que gosta das propagandas da Carl’s Jr, rede de fast food. “É um hambúrguer barato e sempre tem umas gostosas se esfregando no hambúrguer de biquíni. Eu adoro”. Meteu o pau nos comerciais da Budweiser: “Agora que eles venderam a empresa pros brasileiros e pros belgas ficou chato, só mostram um barzinho cheio de gente bonita toda hora, deixou de ser americano. Cadê aquela bandeira, aqueles cavalos, aquilo era legal!”

Ainda dizendo “não entender muito de propaganda” Iggy tentou se assuntar: “mas eu conheço uns caras de marketing no meu meio. Eles tem duas caras, três bocas e dezenas de senso de éticas diferentes, um pra cada ocasião”.

No final, claro, o cara tirou a camisa, porque sim. E convenceu o DC da Grey Londres, seu entrevistador, a fazer o mesmo.
Iggy está anunciando também sua aposentadoria. Aos 69 anos, disse que só não parou antes porque ainda tinha que “provar pra muito filho da puta que eles estavam errados”. Não vai não, Iggy. Fica aí e toma mais uma cerveja.


FESTANGAS

 
...
Ontem o dia foi das festas. Na minha lista, tinha umas 5. Só fui a uma que estava light e fui pra casa. Mas o Accioly até em churrasco foi. E desapareceu. Acho que vou ligar pra Air France e pedir para que, se acharem, mandarem entregar lá na casa do Marcio Ehrlich.

Ontem ele quase arrumou uma briga por causa de uma foto que mandou para publicar aqui. Mas se eu contar, vai dar até advogado.

Nota do Marcio: E advogado de divórcio!!


FUI

Desliga a câmera, Accioly!
Até o pessoal de Cannes não aguenta mais as imagens tremidas do Accioly. Olha esse aviso que tá rolando durante as palestras pedindo pro pessoal não ficar usando celular pra filmar.

A gente volta mais tarde, com menos informação para você.


Fabio Seidl é o algoritmo da Fenêtre.

 
 
[ ÚltimasAnterioresGuia do MercadoSobreFale Conosco ]
 
Copyright 2017 © Todos os direitos reservados a Janela Publicitária.