MEN IN BLACK E TODO MUNDO NA CAMA EM CANNES

As palestras mais tchap-tchura desta terça-feira.

WILL SMITH

Will Smith

Will Smith é o típico American Entertainer. Canta, dança, conta piada, faz alguns filmes sérios, alguns de porrada e de monstro e toma caipirinha de formol. Mas eu confesso que nem tava esperando grandes coisas da palestra dele. O cara é um monstro. Em 45 minutos explicou mais sobre os “millenials” (sem falar a palavra millenials, apesar de estar na moda) do que muito keynote de planejamento de all star e macbook.

Contou um par de histórias simples sobre a vida pessoal dele que explicam exatamente pra onde o mundo está indo.

Uma sobre o filho.

Jaden Smith

“Meu filho tem 23 anos. E namora a mesma menina há 10. Chegou para mim com um papo de que ia casar, em breve. Eu falei pra ele: cara, você sabe o que você está fazendo? Você precisa, sei lá, conhecer outras meninas. E ele: pai, você está sugerindo que eu traia ela? E eu: é! Ele disse: pai, deixa eu te explicar uma coisa: esse negócio de traição morreu. A tecnologia acabou com a traição. Você sai com alguém, todo mundo sabe onde você foi, com quem foi, onde você está. Ou alguém tira uma foto sua, ou comenta, já era. Se você está num relacionamento, você precisa estar nele de verdade, porque senão o mundo virtual ferra você.”

E ele gargalha da própria história, mostrando o que aprendeu. Tem uma coisa do caralho sobre o Will Smith. Ele ri de um jeito engraçado demais. Parece o Pateta da Disney. Então mesmo que a história seja ruim, você ri do cara. É o que a americanada chama de “crack the joke”, o cidadão é um ninja.

A outra história é sobre a filha.

Willow Smith

“Minha filha queria ser cantora e comecei a ajudá-la. Ela gravou um disco com um single chamado ‘With My Hair’, eu agendei uma turnê com ela. Cantamos juntos, foi demais. Depois do primeiro dia ela me disse: ‘pai, foi demais, me diverti muito, vamos pra casa?’ E eu explicando, filha, como assim pra casa? A gente tá em turnê, tem mais vários shows...E ela: ‘eu sei, mas já tá bom, eu não vou me conseguir me divertir tanto assim, vamos embora.’ Convenci ela a ir dormir e no dia seguinte fazer mais um show para ver como seria legal. E ela apareceu no dia seguinte careca. Raspou a cabeça! E a música era ‘With My Hair’! Nesse dia eu entendi que o importante não é vender a sua ideia. É entender a ideia do que a pessoa vai achar legal, divertido e quere fazer.”

Foi aplaudido de pé. E a empolgação foi tanta que um sujeito invadiu o palco, para desespero da segurança que já está tensa. Mas deu tudo certo.

GERRY GRAFF

Gerry Graff

Outra ótima palestra do dia foi com o Gerry Graff. O Gerry é o cara que criou os comerciais de Skittles mais loucos que você já viu na vida, comerciais megapremiados de Miller e hoje tem a Barton F. Graff.

Ele fez uma palestra sobre colaboração que na verdade foi sobre como foi a colaboração com mais dois caras: o Nicolas Pimentel, da Castro e o Linus Karlsson da McCann.

“É tipo Inception mas sem o diCaprio!” eles explicaram. O resultado? Uma zona. Engraçado demais. Para mostrar o que era convencer as pessoas colaborarem num processo, conseguiram colocar 12 delegados, numa cama comprada na Ikea, cantando La Bamba no Karaoke.

Gerry, Nico e Linus, todos de pijamas, desmistificaram algumas coisas sobre processo colaborativo. E em boa hora. Entre elas as bobagens que os evangelistas do design thinking pregam por aí. “esse papo de ter que dizer ‘Sim E...’ ao invés de ‘Não porque...’ numa reunião é uma regra idiota. Se você não gosta de uma ideia e acha que ela não vai ficar melhor, não perca o tempo de todo mundo. Boas ideias não nascem de uma democracia e o que a maioria acha bom, na maioria das vezes, é bem ruim. A diplomacia é o veneno da colaboração. Eletricidade vem do choque.”

Ele completou: “Por outro lado, não colaborar em criação é só masturbação. A questão é como colaborar. E tem que ser com quem você conhece, confia e pode acrescentar.” Roubou a cena.

LE JABÁ - STUDIO DO CAIS Aderi Costa Mineiro, do vilarejo de Cabrais, Aderi Costa começou a carreira de fotógrafo aos 14 anos de idade como assistente de seu irmão, que era fotógrafo de eventos. Aos 25, mudou para o Rio de Janeiro em busca de um novo caminho dentro da fotografia e de maior reconhecimento profissional. Após se firmar, fazendo diversas capas de discos, partiu para a publicidade e começou a trabalhar na DPZ.  Com pouco mais de 30 anos inaugurou seu primeiro estúdio, no centro do Rio. Foi duas vezes - em 2002 e 2009 - eleito o melhor fotógrafo do ano pela Associação Brasileira de Propaganda (ABP). Em 1999, realizou seu sonho: construir o maior estúdio de fotografia e locação do Rio de Janeiro, o Studio do Cais, que levou a assinatura de um craque, o arquiteto Hélio Pellegrino. O projeto, inspirado nos lofts de Nova York, ocupa uma área de 1.500 metros quadrados, com uma das melhores infraestruturas dos estúdios do mercado. Desde 2010, o espaço passou a dispor ainda de um estúdio de cinema. O Studio do Cais, localizado na Zona Portuária do Rio de Janeiro - região que concentra os maiores investimentos de revitalização da cidade - conta com um estúdio blimpado de 300 metros quadrados, diversas salas para produção, figurino e maquiagem. Além disso, possui outros dois estúdios e equipamentos de fotografias em geral - câmeras, iluminação e computadores - mais tratamento e manipulação de imagens, que podem ser contratados por outros fotógrafos. É um polo de fotografia e cinema, numa das regiões centrais do Rio. (Renata Suter, para a Fenêtre)

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Fabio Seidl é o mais novo fã de carteirinha do Will Smith