25 de junho de 2012, segunda-feira
LE (GRAND) RESUMÊ
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2012 foi um ano histórico
para o Brasil, contando com
a conquista do GP de Rádio
pela Talent.
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E Cannes 2012 chegou ao fim. E o que é que teve nesse festival?
Teve mais um recorde de leões do Brasil. Teve a consagração da Ogilvy, 3ª melhor agência do ano. E nunca uma agência brasileira ganhou tantos prêmios em um só ano, 16.
Teve o GP da Talent em Rádio, histórico. E mais história, com a DM9 passando a marca de 100 leões. O resultado excelente da Y&R, uma grande premiação, do tamanho da agência. Teve os ouros da Giovanni
DraftFCB, da LiveAd, da AgeIsobar.
Teve o recorde de brasileiros delegados.
A organização falou em
800 no primeiros dias, acho que tinha
pelo menos mil, chegou muita gente depois.
Mas teve também as tais 15 categorias,
algumas absolutamente desnecessárias
e cansativas. A fraquíssima PR,
a inexpressiva Effectiveness e a ainda
incógnita Branded Content &
Entertainment. E teve alguns GPs bem
fracos.
Teve a morte do long list, com salas
pequenas e com cadeiras desconfortáveis
para receber as projeções
das inscrições dos filmes.
Teve fila pra cacete, gente revoltada
em pagar mais de 2 mil Euricos e não
conseguir assistir os seminários
dentro dos auditórios.
E com esse mundaréu de gente,
os banheiros (pelo menos os dos homens)
viviam imundos. Em compensação
tivemos os happy hours no Connect Bar,
a cervejinha na laje de Cannes. Ah,
agora entendi: cerva grátis,
mais fluxo no banheiro....é,
não tinha como dar vazão.
E no Brasil, teve os artigos do Fernando
Campos e do Rynaldo Gondim, dois caras
que são referências no
mercado, sobre os males da supervalorização
de Cannes e da falta de foco, que reverberaram
em Cannes também.
Entendo que os textos tenham sido um
choque de realidade para uns, motivo
de discórdia para outros. Entendo
até que tenha gente que não
tenha entendido nada e se sentiu obrigado
a concordar ou discordar de 100% desses
textos. Não precisa.
Olhando para tudo isso aí em
cima que aconteceu em Cannes esse ano,
tenho uma visão mais simplista.
Cannes segue como o maior, o mais importante
e comentado festival da galáxia.
Um bom resultado nele muda a carreira
de quem souber administrá-la.
Muda uma agência.
Mas, como todo festival, tem seu lado
de concurso, de jogo. Tem suas regras,
seus critérios de arbitragem.
E eu mesmo não concordo com algumas
das suas jogadas e reclamar delas não
vai mudar nada.
Cannes é julgado por pessoas
de países diferentes, culturas
diferentes que, em comum, falam um inglês
médio. Em alguns júris,
são 20 pessoas e a maioria não
é de criação.
Mas Cannes é uma coisa, a publicidade
é outra, bem maior e mais complexa.
A publicidade não é um
concurso. É um negócio.
Julgado por milhões de pessoas,
da mesma cultura e da mesma língua,
todos os dias. E que, em vez de troféus,
distribuem dinheiro para as melhores
campanhas.
O que ganha em Cannes não necessariamente
funciona no dia a dia. É uma
publicidade universal.
Tem vezes que o mundo de Cannes se encontra
com o mundo da ótima publicidade
brasileira do dia a dia e é maravilhoso.
Ganha o Cachorro Peixe da VW, os Balões
da MTV, os Bichinhos da Parmalat, Primeiro
Soutien de Valisére, o Hitler
da Folha ou, este ano, o Vício
da Nike, a campanha de mídia
impressa de Forbes, da Ogilvy e por
aí vai. Mas essas são
exceções. Nos EUA, Inglaterra
e Argentina essa é a regra.
Durante duas semanas, escrevi aqui sobre
o lado menos sério do festival.
Venho fazendo isso há 12 anos,
10 só nesse espaço que
o Marcio abre pra mim aqui na Janela.
E talvez eu tenha visto as coisas mais
dessa maneira: sabendo que ganhar Cannes
é grande, importante, difícil,
competitivo, e esse ano foi mais do
que nunca.
E que Cannes é, ou deveria ser,
só uma parte do trabalho sensacional
que é ser publicitário.
Eu não sei o quanto cada um se
dedica mais a Cannes do que ao job que
está na mesa.
Mas não tenho a menor dúvida
que, se a gente (criação,
atendimento, produção,
mídia, cliente) lutasse mais
para ter coisas melhores e maiores,
a gente ia ter mais qualidade, na já
fantástica quantidade que temos.
Teríamos um pouco mais de “Cannes”,
na publicidade do dia a dia.
Nesta segunda, quando todo mundo voltar
pras agências com suas malas cheias
de troféus, recomeça outra
competição, com menos
holofotes do mundo inteiro, mas muito
mais dura: justamente a do dia a dia.
E dá pra brilhar nas duas frentes.
Boa sorte para todo mundo. E até
Cannes 2013.
O NOME DO MEIO
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Aí está a razão
pela qual o Marcio Ehrlich nunca
mais voltou ao Festival de Cannes.
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Adivinha quem descobriu o nome do meio
do Marcio Ehrlich?
Ah, o nosso glorioso Accioly, intrigado
com a questão, foi perguntar
para a filha não reconhecida
de Marcio Ehrlich, a Oncinha Júnior.
E acabou descolando não só
a informação, como essa
mensagem da Oncinha mãe.
“SIDNEI, meu amor.
Estou com muitas saudades de você.
Quando você vem me visitar em
Cannes?
Oncinha-mãe.”
Sidnei, chega aí. Você
bebeu demais naquele Cannes nos anos
70, agora fica fugindo das suas responsabilidades
de papi. Nada bonito isso. Vem, Papai
Onça, vem.
FÉRIAS
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Fabio vai aproveitar as férias
navegando pelo Mediterrâneo.
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Estou saindo de férias, minha
gente. Muito obrigado mais uma vez todo
mundo que escreveu e curtiu (e nessa
reta final não consegui responder
os emails), e principalmente ao grande
Marcio Sidnei Ehrlich pelo espaço
que sempre abre pra mim. Esse ano a
Fenêtre teve mais audiência
do que nunca. Eu só não
sei se isso é um bom sinal.
Até a próxima. Abração,
Fabio Seidl
O redator Fabio Seidl é o enviado especial da Janela em Cannes 2012.
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