24 de junho de 2012, domingo

MIL E UMA CONFUSÕES

O comercial "Motorcycle", inscrito pela Wieden+Kennedy Portland, teve participação de Ícaro Dória e Guillermo Vega, da W+K Brasil, na criação.

A sessão da tarde, como diria aquele locutor da Rede Globo foi de mil e uma confusões aqui na sala de imprensa.
O regulamento que a organização do Festival distribuiu para os jornalistas simplesmente não batia com o que estava no site.
Lá pelas 14h se chegou a conclusão que o regulamento que valia era o do site, e que era novo. Mas ainda assim restaram dúvidas para a contagem da agência do ano (a Ogilvy era candidata e acabou em 3o lugar).
Vou explicar. Na contagem de pontos, se uma campanha de 3 peças é finalista e só duas das peças ganham Leão, contam os pontos do Leão e não do shortlist. Mas não se sabe se a peça que sobrou é descartada da pontuação ou não.
A dúvida foi resolvida por um telefonema.
Depois, nova dúvida. O leão de W+K Portland para Old Spice foi criado em conjunto com a W+K Brasil.
Isso estava na ficha, mas quem inscreveu foi a sede americana.
Apesar do regulamento (do site) prever autoria em conjunto, a decisão acabou sendo anunciada, mais uma vez, depois de um telefonema para os organizadores: o leão contava só para os EUA. Confuso.

BARRADOS NO BAILE

Jornalistas brasileiros correm o risco de serem expulsos de Cannes em 2013.

Eu comentei que o clima tinha azedado entre a imprensa brasileira e a organização de Cannes.
Ontem, a organização imprimiu o que um veículo brazuca tinha dado durante o embargo (é preciso respeitar um horário para divulgar os boletins oficiais) e levou para a equipe de jornalistas, dizendo que na próxima, eles seriam expulsos.
Não chegou a tanto, mas parte do time de brasileiros simplesmente não recebeu convite para a festa de encerramento. Os jornalistas alegaram que conseguiram as informações por outras fontes.
Para piorar, na cerimônia de entrega dos leões, boa parte dos jornalistas foi impedida de entrar porque a área dos fotógrafos estaria cheia demais (não estava) e foi colocada no auditório secundário, que transmite a cerimônia por streaming.
Ou seja, fotógrafo que chegou com 3h de antecedência, quando a fila começou a ser formada, trabalhou. Quem não chegou, teve que se virar.
Quero registrar que a equipe da assessoria de Cannes é impecável com a gente e sempre recebeu a Fenêtre muito bem, mas aparentemente o pessoal da porta foi mal orientado pela segurança.
Uma conversa e uma mudança na entrada da imprensa pode evitar esses mal entendidos.

CRAFT

O GP de Craft, prêmio que muita gente já apontava.

Vamos aos prémios então. A noite começou com a cerimônia de Craft e apesar da equipe da DDB Londres estava claramente chateada por não ter recebido o GP nem de Craft, nem de Film. Subiram no palco para buscar seu ouro com uma cara de pouquíssimos amigos.
O que eu não entendi foi o critério utilizado para dar prêmios de Craft para alguns videocases e para ideias de outras categorias que tinham ótimas ideias, mas filmes não tão brilhantes tecnicamente. Mas deixa quieto.

FILM

O Brasil não teve ouro dessa vez e soubemos que o nosso jurado, Guga Ketzer, teve que suar por cada leãozinho brasileiro. Não que as peças não fossem boas, mas a marcação com o país estava dura. Questionavam onde as coisas tinham sido veiculadas, clientes, tudo.
O GP para o Restaurante Mexicano Chipotle, que comentei aqui ontem, teve recepção fria da plateia.

BRANDED CONTENT & ENTERTAINMENT

E o Brasil subiu no palco para buscar um leão de ouro dado para o livro do Paulo Coelho. Mas não é o que você está pensando.
Paulo Coelho é o diretor de arte e de criação da Pereira & O´Dell, e junto com Arício Fortes e PJ Pereira, criou o Rolling Words, livro com as letras do Snoop Dogg impresso em papel de seda, capa de fibra de maconha e borda de fósforo. Comentei o projeto, que também levou um bronze, aqui no Fenêtre Predictions.
E no palco ainda teve a brasileira LiveAd que levou ouro pelo complexo e integrado projeto da Maratona Rio-SP para a Nike.
E tirando esses dois bons trabalhos, a categoria pareceu meio sem norte, premiando coisas que não eram nem conteúdo, nem entretenimento. Até o documentário The Greatest Movie Ever Sold, do Morgan Spurlock, (o mesmo de Super Size Me) levou um troféu porque uma marca o patrocinou. Tinha algumas séries de TV patrocinadas, umas coisas manjadas de games. Nada muito impressionante.

PJ Pereira, Arício Fortes e Paulo Coelho com o Leão de Ouro.	A LiveAd também levou seu Gold Lion.

TITANIUM & INTEGRATED

DAN WIEDEN

Dan Wieden e o Leão de São Marcos.

O homem da noite, recebeu, na sequência o Leão honorário de St. Mark, o prêmio de agência do ano E de agência independente do ano. Visivelmente emocionado, fez um discurso valorizando a independência, da agência e do pensamento.

WPP & OGILVY

Anselmo Ramos, da Ogilvy Brasil, festeja os resultados da agência com criativos da Ogilvy de outros países.

Festa das Ogilvys do mundo todo, que viram o bicampeonato da WPP como holding do ano e, depois de 7 anos de hegemonia da BBDO, a Ogilvy ser a rede do ano em Cannes. Anselmo Ramos foi muito festejado pelos seus colegas dos outros escritórios. A Ogilvy São Paulo, além da 3a melhor agência do festival (perdeu só para BBH Londres e W+K), voltou de Cannes como a agência brasileira com maior número de leões numa só edição do festival (16, o recorde era da Almap, com 14), o que contribuiu muito para os 70 leões totais da rede Ogilvy. Está com moral.

AINDA NÃO ACABOU

As oncinhas mandam um recado com o nome do meio do Marcio Ehrlich. Mas a organização do Festival só liberou para publicação amanhã.

Não percam na edição de segunda-feira, fechando a cobertura da Fenêtre em 2012, com o Resumê de Cannes e a foto das oncinhas revelando o nome do meio do Marcio Ehrlich.

O redator Fabio Seidl é o enviado especial da Janela em Cannes 2012.