18 de junho de
2011, sábado
CANNES,
NAKED, AMSTERDAM... (NÃO É O QUE VOCÊS ESTÃO
PENSANDO)
Em Amsterdam, tudo pode. Pode mulheres nuas nas vitrines, pode
se drogar, podem sair campanhas da Wieden+Kennedy que ganham uma
penca de Grand Prix em Cannes e pode até surgir uma agência
dentro de um barco, num dos canais da cidade. A Naked, hoje reverenciada
em todo o mundo por seu formato diferente, já saiu do seu
velho barco, mas não sai das manchetes da imprensa especializada
por suas ações.
Veio parar até aqui, nesta coluna de qualidade duvidosa.
Fabio Seidl conversou com o sócio-fundador da Naked, Jason
Dewes, sobre sexo, drogas, rockn’roll e propaganda.
FENÊTRE PUBLICITAIRE: A Naked é uma das agências
mais bacanas do mundo e é bastante nova. Como vocês
conseguiram essa moral em tão pouco tempo?
JASON DEWES: Porque pensamos de maneira simples, eu acho.
Quando a gente começou, estava claro que os clientes tinham
uma pergunta: “como me conectar com a audiência nesse
mundo complexo de hoje?”. Nosso ponto de vista era que eles
estavam perguntando para as pessoas erradas e que tinham respostas
muito complicadas.
Se você faz essa pergunta para uma agência, é
óbvio que a resposta será, ou incluirá, a publicidade.
Se você pergunta isso para uma agência digital, a resposta
terá sempre mídia social, sites etc. E se você
perguntar isso para uma agência de mídia, a resposta
será GRPs e assim por diante.
Essas agências precisam vender o que eles fazem e ganhar dinheiro
com isso.
Por isso, começamos a nos posicionar como uma empresa que
oferece soluções objetivas, sem tentar vender nada
que façamos. É o que achamos certo para as marcas.
FP:
Em alguns dias, a gente vai ver o que você acha que merece
ser premiado. Mas que tipo de trabalho de mídia você
acha que não deveria ser premiado?
JD: Trabalhos que não tenham relevância para
o público daquela marca, sem insights e de resultados duvidosos.
E tem muita gente que está inscrevendo trabalhos em tudo
que puder e com isso, está mandando peças que não
tem nada a ver com as categorias. Isso é algo que vamos observar.
FP: Você fará parte de um júri com
pessoas de vários países, culturas, línguas
e histórias. Parece ser um público-alvo difícil
de atingir. O que você acha que vai chamar a atenção
de um grupo tão heterogêneo? É o que agrada
todo mundo?
JD: Acho que justamente por isso, as ideias precisam ser
simples, claras, transformadoras e ao mesmo tempo precisam ter profundidade
para as marcas.
FS: O que você acha que os turistas que vão
a Amsterdam procuram e o que você acha que eles deviam procurar,
mas nunca prestam a atenção.
JS: Sexo e Drogas! Olha, Amsterdam tem dois lados. De um
lado você tem uma arquitetura incrível, museus, design,
galerias e a 20 minutos disso tudo você tem sexo, drogas e
rockn’roll. E tem uma coisa que nem adianta procurar porque
vocês não vão achar que é bons serviços.
Especialmente nos bares e restaurantes. Esquece. É uma vergonha,
mas é verdade.
Conheça as ações de guerrilha da Naked aqui:
https://www.nakedcomms.com/
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