Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes.
15 de junho de
2011, sexta-feira
ERA
UMA VEZ UM ARGENTINO E UMA CACHORRA EM PORTUGAL...
Sabe a febre que tem hoje em dia de todo mundo fazer uma peça
e inscrever em trocentas categorias num festival? Pois é,
teve um cara que começou com isso.
Foi um argentino, lá em Portugal, com uma equipe cheia de
brasileiros e que hoje está na Espanha.
Chacho Puebla, diretor “bueníssima onda” de criação
da Leo Burnett Iberia fala um pouco mais sobre isso e sobre o festival
de Cannes, que começa essa semana.
Fenêtre: Em 2009, pela Leo Burnett Lisboa você
conseguiu o que ninguém tinha pensado. Com apenas duas campanhas
(nenhuma das duas contando com filme), a Loja da Cruz Vermelha e
o Museu Efêmero do Rum Pampero, ganhou uma cacetada de leões,
em diferentes categorias. Foi a primeira vez que isso aconteceu.
O que mudou no festival, e no mercado, de lá pra cá?
Chacho: Esses cases eram um pouco diferentes, porque eram
várias coisas ao mesmo tempo: outdoor, direct, mídia,
PR....E por isso eu acho que foram bem em várias categorias.
Mas a verdade também é que o mercado mudou muito e
agora tem mais gente fazendo este tipo de coisas e fico feliz com
isso. O que eu gosto é de pensar em idéias e depois
ver onde elas vão parar. Mas não é fácil
fazer isso em muitas agências e nem com muitos clientes.
F: Logo depois disso, você protagonizou outra novidade.
Foi convidado para dirigir a criação da Leo Lisboa
e da Leo Madri, que passou a se chamar Leo Iberia, que funciona
como uma agência, mas em dois países. Isso fortaleceu
a agência em termos de premiação? E em termos
de negócios?
C: A Leo Iberia nasceu quando me chamaram para substituir
o Rafa Antón (então diretor geral criativo da Leo
Madri). Eu não queria sair de Lisboa e sempre pensamos que
era possível trabalhar de uma forma “ibérica”
e assim o fizemos. Trabalhamos como uma só agência,
e a integração foi muito natural. Hoje em dia trabalhamos
juntos o tempo todo. As pessoas entendem que, se estamos muito ferrados
em Madri, podem contar com Lisboa e vice versa. E a chave disso
é a nossa amizade, que está acima da agência
e que facilita muito as coisas.
F: Você já foi jurado de outros prêmios
internacionais. Qual a diferença de ser jurado em Cannes?
C: Cannes deixou de ser um festival para ser uma experiência.
É uma reunião de amigos, é onde se conhece
gente, é onde seu trabalho põe a cara a tapa. Acho
que essa é a principal diferença.
F: Você foi o primeiro cara a subir com uma cachorra
(no bom sentido) no palco de Cannes. Como você fez para colocar
o bicho lá dentro e qual o papel da cadelinha Tura como “conselheira
criativa” da Leo?
C: Para subir com a Tura no palco, precisávamos de
duas coisas. Trabalho e muita boa onda. Ela irradia essa boa onda
pela agência e por isso formou parte desde o momento que a
levei pra lá. Hoje em dia ela entra em todas as fichas da
agências. É só procurar no Google com o nome
dela para perceber.