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A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes, com o apoio da Proview em 2010.


 

15 de junho de 2010, terça-feira

CANNES, ANOS 2000 : Parte II

Ontem começamos a fazer uma retrospectiva dos anos 2000 no Festival de Cannes, falando de 2000 a 2004.
Vamos continuar nessa viagem no tempo com a Fenêtre. Veja o que mudou e o que não mudou nos últimos anos.

2005:

Não foi um bom ano para os filmes, e ótimo “Grrrr”, criado para Honda pela Wieden+Kennedy londrina sobrou na turma.
Sua musiquinha chiclete era assoviada pelos delegados onde quer que você estivesse no Palais. Até no banheiro.
Também não foi um bom ano de Press.
Quem levou foi a campanha da TBWA Paris contra a pirataria para a EMI. Os anúncios da mesma agência para Playstation eram favoritos e depois ganharam diversos prêmios em outros festivais.
Curiosamente, a campanha de EMI nunca mais concorreu a nada.
E acabou sendo um ano bom para o Brasil.
A DM9 subiria ao palco pela terceira vez para receber o prêmio de agência do ano. Agora, como “Cyber Agency of The Year”.
Este foi o ano da criação da categoria Titanium (sim, você já leu sobre isso na resenha de 2002, mas na época ele foi um leão “honorário”).
Mais tarde a categoria se chamaria Titanium& Integrated e mudaria o festival e a cabeça dos criativos para sempre.
Agora, o objeto de desejo de todo mundo passaria a ser fazer ações diferenciadas e grandes campanhas e não mais peças isoladas.
Grrr, aí ao lado.

2006:

Noitulove, da Guiness, criado pela AMV BBDO é um dos meus comerciais favoritos de todos os tempos.
Foi o Grand Prix daquele ano. E olha que desbancou um filme que se tornaria um clássico: “Balls” da Sony, criado pela Fallon Londres foi ouro e também mudou a maneira de se pensar em filme.
Era só entretenimento e emoção, sem muito blábláblá, sem explicações demais.
Quem não explicava muito também era a campanha vencedora em Print: “Imagine”, para Lego, da FCB Johannesburg. Só o produto sendo utilizado com simplicidade, a marca e o resto fica por conta da imaginação. Ou falta dela.
Pegue uma Guiness e assista Noitulove.

2007:

Se em 2002 um filme ganhou em Cyber, em 2007 um filme ganhou pela primeira vez, um GP em Cyber e Film.
Ninguém conseguiu parar o Evolution da Dove, criado pela Ogilvy Canadá.
Nem os prédios explodindo tinta para Sony Bravia, nem o casal que trocava de época como trocava de roupa de “Dangerous Liaisons” da Levis, nem o Gigante representando o vento criado pela alemã Nordpol.
Foi o ano em que o festival se engajou nas palestras e nas premiações nas causas humanitárias, como o aquecimento global, a pobreza e outras mazelas.
Menos no GP de mídia impressa,mais do que merecido para a campanha da Saatchi americana para o sabão Tide.
Neste ano, a brasileira África, ficou a um ponto de ser a Agência Cyber do Ano. Inscrevendo pela primeira vez num festival, a agência de Nizan Guanaes acabou superada pela Crispin Porter. Foi a primeira vez que a África participou de um festival e só se inscreveu nesta categoria.
Dove Evolution, relembre agora.

2008:

O festival poderia ter começado já entregando o GP, antes mesmo do julgamento, tamanha era a expectativa da vitória do Gorila baterista criado pela Fallon londrina para a Cadbury que de fato, deu um chocolate nos demais.
Atenção para a vinheta: trocadilho-lho-lho-lho...
Mas como não tinha como não premiar a excelente campanha da Tag San Francisco para o jogo Halo, o festival acabou criando um não programado “Grand Prix de Filme para Internet”.
Muita gente chiou já que a campanha iria receber um GP em Titanium & Integrated, onde era muito mais forte.
Na categoria Cyber, o generoso júri também já tinha dado um GP além do combinado (foram três).
E como o festival estava sentindo falta de uma polemicazinha na categoria mídia impressa, cassaram o GP que seria da BBDO tailandesa e mostrava um Alka Seltzer furando alimentos como se fosse uma bala de revólver.
Alguém levantou o dedo na salinha de julgamento e disparou contra a peça. Era fantasma.
Melhor para a DDB África do Sul, que levou com a campanha criada para Energizer. Ninguém botava pilha, mas levou.
E temos o segundo trocadilho da nossa cobertura de Cannes 2010.
Veja, em cima, o Gorilla, e embaixo Halo 3.

2009:

Ano passado, deu dobradinha brasileira na disputa pela agência do ano.
DM9 em primeiro, Almap em segundo. Foi também o ano em que o Brasil voltou a ganhar um leão de ouro em filme depois de 4 anos.
E numa década, só ganhamos 4 ouros em Filme:
- A Semana, da W/ para Época (2000)
- Porco, da Neogama para Fornos GE (2003)
- Campanha Kleenex, da JWT para Klabin (2005)
- Cachorro-Peixe, da AlmapBBDO para VW (2009)
Enquanto isso a Tribal DDB Amsterdam e a produtora londrina Stink encantaram jurados e delegados com o high-tech Carrosel para Philips. GP em Filme, com uma peça criada para internet. Sinal dos novos tempos.
Cannes também inovou premiando uma campanha política pela primeira vez com um Grand Prix, em Titanium&Integrated.
Mas o grande campeão do ano, foi como você bem lembra, a campanha O Melhor Emprego do Mundo, da CumminsNitro Austrália: pela primeira vez, alguém levou 3 GPs: Direct, PR e Cyber.
Enquanto isso, na mídia impressa, o que teve de gente inconformada com o GP para “We are Animals” criado pra Wrangler pela Fred & Farid França não foi brincadeira.
Os tempos, definitivamente, mudaram.
Assista Carrossel, sem a participação especial da Professora Helena Cirilo e Maria Joaquina, aqui.

E de passado já tá bom.
Voltamos a qualquer momento de algum lugar, falando sobre a Cannes, ou a Jabulani, ou os dois juntos: Jabulannes.

O redator Fabio Seidl é o enviado especial da Janela em Cannes 2010.