Janela Publicitária    
 
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Janela Publicitária - Edição de 11/DEZ/2009
Marcio Ehrlich

 

Prefeitura do Rio suspende concorrência

Adiamento sine die não é uma boa notícia. Assim reagiu o executivo de uma agência carioca à notícia do cancelamento da entrega dos documentos para a concorrência da Prefeitura do Rio, que agitou a reunião da ABAP esta sexta-feira no Rio, onde estavam dirigentes das principais agências cariocas.
A reunião para a apresentação das agências estava marcada para a próxima segunda-feira, 14, e a maioria das concorrentes tinha seu material fechado, já que esta é a segunda data marcada pela Prefeitura. Esta sexta-feira, pela manhã, as agências que retiraram o edital receberam a comunicação que a data de entrega dos documentos havia sido adiada "sine die".
A licitação da conta publicitária do município tem causado polêmica desde que foi lançada, principalmente pelas cláusulas que permitem a escolha de agências que sequer possuam escritório completo na cidade.
Originalmente, a verba estipulada pela Prefeitura era de R$ 42 milhões, o que foi corrigido na segunda versão do edital para R$ 60 milhões.
A Prefeitura está sem agência desde que César Maia resolveu desenvolver as campanhas em house-agency.

Binder defende Edital da Prefeitura do Rio

O presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio de Janeiro, Gláucio Binder (foto), escreveu à Janela manifestando sua opinião sobre a polêmica que o Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ) levantou sobre o Edital de Concorrência da Prefeitura do Rio de Janeiro, criticando que, segundo sua leitura, pelas regras do documento, haveria o risco de que agências sem estrutura no Rio de Janeiro conquistassem a conta publicitária do município.

Gláucio BinderMárcio,
Só para ajustar. O CCRJ interpretou errado o edital da prefeitura.
Não existe essa história de que uma agência não precisa ter sede no Rio para disputar a conta.
O Edital, antes de ser publicado, foi submetido ao advogado do Sindicato e da ABAP. É comum editais serem avaliados pelo nosso jurídico antes de ser publicado.
E, de acordo com o Dr. João Luiz Faria Netto, o edital está ok.
Existe uma cláusula que diz que agências com estruturas de criação fora do Rio podem usar essa estrutura no apoio ao atendimento da conta. (não o departamento de atendimento)
Mas, na hora de pontuar as estruturas completas no Rio de Janeiro pontuam melhor.
Do ponto de vista legal (pelo que me disse o Dr. João) restringir a Agências exclusivamente do Rio é um indício de vício no Edital. Não poderia ser assim. Sabemos que algumas regiões do Brasil cometeram este erro, mas a prefeitura do Rio não poderia fazer um Edital que corresse risco de ilegalidades.
Acho louvável a posição do CCRJ em defesa do nosso mercado, mas eles não atentaram aos detalhes de pontuação que favorece estruturas completas no Rio.
Institucionalmente, especialmente pela experiência com a prefeitura anterior, precisamos defender a simples existência do Edital. O mercado precisa que a Prefeitura volte a ser um anunciante. Meu interesse é fazer com que o pleito se dê de forma tranquila. A posição equivocada do CCRJ pode gerar turbulências que o Rio não precisa.
Não sei porque o edital foi suspenso e também me chateio com isso, mas o maior interesse do mercado do Rio é fazer com que tudo ocorra com tranquilidade. Por isso estou enviando pra você este email para chamar atenção para uma afirmação que a sua nota deu que não é precisa.
Abraços,
Glaucio

Como a concorrência foi adiada "sine die" pela Prefeitura, sem maiores explicações sobre os motivos, vamos aguardar para ver o que vai estar escrito no próximo Edital.
A Prefeitura do Rio está sem agência desde 10 de janeiro de 2006, quando, pelo decreto 26178, o ex-prefeito César Maia decidiu proibir agências de propaganda a intermediar a publicidade do governo municipal e estruturou uma house-agency para cuidar do trabalho, entregando sua gerência à publicitária Leila Castanheira.
Leia mais no resumo da Janela de 13/01/2006.

CCRJ responde ao Sindicato das Agências do Rio

O Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ) assinou uma resposta à mensagem enviada à Janela pelo presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio, Gláucio Binder:

Marcio,

Vamos direto ao ponto sobre a posição do presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio de Janeiro, Glaucio Binder, em relação ao CCRJ.
Primeiro, o CCRJ estranha que ele só tenha se manifestado agora, com o a concorrência adiada sine die.
Estamos com essa reinvidicação há mais de 1 mês, com carta aberta ao Prefeito no nosso blog e inúmeros comentários, com notas na Flávia Oliveira, matérias na Janela e no JB, e com a repercussão no próprio mercado do Rio de Janeiro.
Acionamos, inclusive, o presidente da ABAP Rio, Clóvis Speroni, que acolheu nosso pleito e prometeu algum tipo de ação.
Portanto, ele teve tempo suficiente para se posicionar a respeito.
Depois, por que essa cláusula - a nosso ver inédita - que diz que " agências com estrutura de criação fora do Rio podem usar essa estrutura no apoio ao atendimento da conta..." ?
É exatamente isso que o CCRJ está combatendo: que não se exige criação no Rio de Janeiro, certo?
Por que não fazer como a Petrobras que exige, como a Prefeitura de Vilha Velha, Espírito Santo, que exige e como todas as empresas de Brasília que exigem escritório completos.
Gostaríamos de lembrar que Brasília é, hoje, um grande mercado de trabalho por conta disso.
Respeitamos muito o Dr. João Luiz Faria Netto mas o simples fato de ele ter aprovado o Edital não signfica que ele (o edital) seja a favor do mercado de trabalho do Rio de Janeiro.
O ponto de vista jurídico, claro, não leva em consideração esse aspecto.
E se o Edital é tão perfeito juridicamente, por que ele foi adiado sine die, numa sexta-feira, anterior à segunda-feira, dia da entrega das propostas?
O CCRJ vai continuar brigando pelo mercado de trabalho do Rio de Janeiro.
Essa é uma das bandeiras que justificam sua existência.

CCRJ

Na opinião deste colunista -- que até agora só reproduziu os fatos e as opiniões dos outros --, independente dos aspectos jurídicos envolvidos na questão, a preocupação sobre a existência de uma cláusula de espectro tão genérico quanto esta da licitação é que ela dá margem a se especular sobre alguma maracutaia que já esteja sendo armada pela Prefeitura do Rio de Janeiro para atender a objetivos políticos na eleição de 2010.
Afinal, a iniciativa não é inédita. Em 2004, a Governadora Rosinha Garotinho frustou os empresários cariocas de publicidade ao escolher para lhe atender 3 agências de fora do Rio: a Eurofort (Bahia), a Makplan (Pernambuco) e a Agnelo Pacheco (São Paulo), numa manobra que claramente atendia aos interesses políticos do seu marido Anthony Garotinho. As três até chegaram a abrir escritórios cariocas. Mas, a bem da verdade, terminado o governo de Rosinha, apenas a Agnelo Pacheco se manteve no Rio, tendo até hoje estrutura completa de criação, atendimento e mídia. As demais, quando acabou o dinheiro público, fecharam suas portas.
Evitar que isto aconteça de novo deve ser obrigação de cada profissional, empresário ou entidade do setor publicitário carioca.

Gente Que Vai e Vem

RedeTV! (Rio - RJ) - Acaba de contratar para reforço da equipe comercial a Executiva de Atendimento Vera Belini, ex Lance e Editora Globo. Vera fará parte da equipe do Jair Cunha. (11/12/2009)