Rede
faz seu mashup de arte e comunicação
|
Fernanda Flandoli, Carolina
Gimenes e Suzana Apelbaum, emolduradas
pelo Leblon, onde vão
viver a vida da nova agência. |
Funcionando desde maio, a Rede, nova
agência do Grupo ABC, recebeu
a imprensa esta terça-feira para
apresentar formalmente a sua estrutura
e complementar as notícias que
vazaram nas publicações
especializadas esta semana. O principal
diferencial da Rede, em relação
às demais empresas do Grupo ABC
(África, DM9, MPM, B\Ferraz,
etc) é que ela pretende ter uma
estrutura enxuta que vai se dimensionar,
para atender às demandas dos
clientes, através de um coletivo
de consultores externos de áreas
como cinema, arte, moda e antropologia,
entre muitas outras que surgirão
de acordo com seus novos jobs.
Não por acaso, a própria
agência está funcionando
como uma galeria de arte, que irá
trocando de expositores ao longo do
tempo. No momento, por exemplo, as paredes
da Rede exibem Daniel Feingold, Rubens
Gerchman e Gustavo Speridião.
Ao projeto inicial de Carolina Gimenes
-- que hoje preside a Rede -- e Fernanda
Flandoli -- responsável pelas
áreas de Inteligência e
Estratégia -- somaram-se nos
últimos meses Suzana Apelbaum
e Alexandre Santos, que eram diretores
da Hello Interactive, agência
digital do grupo ABC que foi incorporada
pela nova empresa. Suzana entra na Rede
como Chief Creative Officer (CCO) e
Alexandre como Chief Digital Officer
(CDO). Conforme a Janela antecipou,
Ricardo Gertrudes será o diretor
de criação do escritório
carioca. Ao todo, são 37 pessoas
nas salas da Rede no Leblon.
Este formato de integração
do digital, que, no Grupo ABC, a DM9DDB
também vem implementando, vai
permitir à Rede, segundo as diretoras
da agência, oferecer consultoria
(branding, trade e negócios),
comunicação multiplataforma
(on, above e below the line) e conteúdo,
atendendo a clientes que buscam uma
flexibilidade que grandes estruturas
não conseguem oferecer. "Nosso
formato é a tendência mundial",
garantiu Fernanda Flandoli.
Além dos clientes já noticiados
na Janela, a Rede abre suas portas com
Google e Valisére.
Detran
pede respeito em campanha da Agência3
Como
o carioca adora dizer que o trânsito
está um caos mas dificilmente
se dá conta que ele é
parte do problema, o Detran do Rio está
lançando uma campanha, durante
a Semana Nacional do Trânsito,
lembrando que "Seguir as leis também
é respeitar as pessoas".
Assinados pela Agência3, os outdoors
de educação no trânsito
têm como objetivo ultrapassar
a mera apresentação de
regras e leis e provocar a reflexão
sobre valores como respeito, gentileza,
colaboração e cidadania
para tornar o trânsito mais seguro.
Como ciclista diário, este colunista
sugere que o Detran também tente
ensinar ao carioca que não caminhe
sobre as ciclovias, quando elas estão
ao lado de calçadas mais seguras.
Incrível como as pessoas adoram
andar sobre os tijolinhos vermelhos,
como se fossem suas passarelas...
Enfim, a criação foi de
Marília Valengo e Thiago Alves,
com direção de criação
de Álvaro Rodrigues e Luís
Salvestroni. O atendimento foi de Christina
Santos e Luciana Pacheco, com aprovação
de Sergio Jean Tranjan e Janete Bloise.
NBS
é tri no Profissionais do Ano
|
André Lima, Marcelo Noronha
e Renato Jardim festejam o tri
da NBS |
A equipe de criação da
NBS comemorou muito esta terça-feira,
no Vivo Rio, quando os apresentadores
anunciaram que seu filme "Mesmice",
com o qual a Oi foi lançada em
São Paulo, havia conquistado
a categoria Comercial Sudeste, título
que a agência recebe pela terceira
vez consecutiva no concurso. O comercial,
aliás, já havia ganho
o Prêmio Abril de Televisão.
Na categoria Campanha, o vencedor foi
"Família Doriana",
da agência BorghiEhr Lowe, que
rompe com a caretice dos tradicionais
comerciais de margarina, ao colocar
os membros da família fazendo
gozações uns com os outros.
A festa no Vivo Rio reuniu mais de 500
publicitários cariocas em torno
de um cenário inspirado no fundo
do mar, no estilo sempre divertido e
criativo de Toni Rodrigues, coordenador
nacional da premiação.
Vejam abaixo as fichas técnicas
e os comerciais premiados:
COMERCIAL:
"Mesmice"
Direção de criação:
Pedro Feyer e André Lima
Criação: André
Lima, Marcello Noronha, Renato Jardim
e José Luiz Vaz
RTVC: Andréa Metzker, Álvaro
Figueira e Bruno Genuíno
Atendimento da Agência: Antonino
Brandão, Gabriela Arroyo, Érica
Rabelo e Priscila Testahy
Produtora: Cine
Direção: Clovis Mello
Produção Executiva:
Raul Dória
Diretor Atendimento da Produtora:
Waldemar Tamagno
Atendimento da Produtora: Sérgio
Cardoso
Diretor de Fotografia: Marcelo Brasil
Montagem: João Branco e Clovis
Melo
Finalização: Digital
21
Produção de Som e Trilha:
Nova Onda
CAMPANHA:
"Família Doriana"
Direção de Criação:
José Henrique Borghi, Erh Ray
e Edgard Gianesi
Criação: José
Henrique Borghi, Pedro Corbett e Piu
Afonseca
Produção de RTVC: Marcia
Coelho e Debora Souza
Produtora: Sentimental Filmes
Diretor de Cena: Mauricio Guimarães
e Luciano Zuffo
Produtora de Áudio: AD Música
Fotógrafo: Joel Lopes
Finalizadora: Casablanca
Montador: Marcio Canella
Produção: Equipe Sentimental
Atendimento: Priscilla Carvalho, Viviane
Moura e Tazio Muraro
Mídia: Rosana Ribeiro, Flavio
Franco e Vanuza Gonçalves
Aprovação do Cliente:
José Antonio Fay, Eric Michel
Boutaud, Guilherme Chueiri e Larissa
Santos
Receptivo
da Dinâmica nada no fundo do
mar da Globo
O
receptivo da Dinâmica Talentos
foi um dos destaques da festa da Regional
Sudeste do Prêmio Profissionais
do Ano da Rede Globo, que aconteceu
na noite de terça-feira, 22,
no Vivo Rio. As meninas fizeram sucesso
com o figurino criado por Simone Delfim,
dentro da temática de fundo-do-mar
definida pelo coordenador nacional
do prêmio, Toni Lopes Rodrigues.
Também foi da Dinâmica
a troupe de performers que invadiu
o salão para distribuir gadgets
de neon depois da cerimônia.
Este foi o segundo ano que a Globo
contou com o casting promocional da
Dinâmica Talentos para a festa
do Profissionais do Ano. A empresa,
dirigida por Lena Ehrlich, deve fechar
2009 com um crescimento de negócios
de 90% em relação ao
ano passado, a partir de trabalhos
prestados para empresas de eventos
como Rio 360, Fagga, K!, Larrat, Matriz
de Eventos e KMB. Na Bienal do Livro,
por exemplo, a Dinâmica Talentos
foi escolhida pela Fagga como a fornecedora
oficial de receptivo.
Quem
é Tadeu Vieira, o candidato
de oposição ao CCRJ?
Essa é a pergunta que mais
tem circulado entre os criativos cariocas,
depois que este nome surgiu encabeçando
a chapa de oposição
na disputa pela diretoria do Clube
de Criação do Rio de
Janeiro (CCRJ), que ocorre esta quarta-feira
até as 20:00h no Clube Militar
da Praia Vermelha.
Tadeu se candidatou como diretor de
criação da I9, uma agência
que, ele explica, está se instalando
no mercado carioca. Ela marcaria seu
retorno à criação
no Rio, onde ele atuou, em 2005, como
diretor de criação da
extinta RIC.
O nome de Tadeu começou a aparecer
no mercado quando ele foi um dos criadores
e presidente da Associação
Brasileira dos Estudantes de Publicidade
(ABRAEP), criando um prêmio
para a entidade e circulando em vários
eventos do meio. Depois de deixar
a RIC, ainda em 2005, ligou-se ao
marketing da Igreja Universal do Reino
de Deus, mudando-se para São
Paulo e promovendo uma concorrência
para a produção de um
especial de 24 capítulos, em
que disputaram produtoras como Academia
de Filmes, CaradeCão, Conspiração,
Cinerama, Diretoria, Mixer, Tá
Na Lata e Zeppellin.
Pela ligação com a IURD,
chegou à Record em São
Paulo, atuando na área de programação.
Tadeu Vieira diz à Janela que
decidiu se candidatar ao CCRJ para
que este se torne "um clube sério".
Em suas críticas, lamenta que
a entidade "tenha perdido sua
sede e funcione dentro do quarto do
secretário, com dívidas
enormes e sem conseguir realizar seu
festival nem seu anuário".
Ele afirma que quer pegar o clube
pensando nas oportunidades de negócio
para a marca "CCRJ", e para
isso conta que tem entrado em contato
com diversas outras entidades do mercado,
ligadas a produtoras e anunciantes,
para conseguir o apoio à sua
gestão.
O vice-presidente da chapa de Tadeu
Vieira é o diretor de criação
da Percepptiva, Marcelo Santos. O
candidato não informou à
Janela os demais nomes que comporão
sua diretoria.
N.R.: A Janela solicitou depoimento dos dois candidatos à presidência,
para dar igualdade de espaço. Em contato com Alexandre Motta, durante
a festa do Profissionais do Ano, ele negou veementemente que o CCRJ esteja com
dívidas financeiras. "As gestões do Flávio Medeiros,
em que fui vice-presidente, justamente se preocuparam em ter uma administração
enxuta para zerar os débitos que vinham se acumulando dos festivais e
anuários anteriores", afirmou o candidato à Janela.
Comentário de Leitores
Da ABRAEP
A ABRAEP voltou. Nova proposta, nova diretoria, enfim, novos rumos. Queremos
fazer da ABRAEP algo que faça a diferença, e contamos com o seu
apoio para que isso aconteça. Estamos estruturando nosso planejamento
para 2010 e em breve estaremos publicando no site nosso calendário de
eventos. Enquanto isso não acontece, você já pode ir se
cadastrando em nossa comunidade. Acesse https://abraep.com.br (N.R.em 2013: site atualmente desativado)
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Algumas
reflexões sobre a eleição
do CCRJ
A vitória de Tadeu Vieira no Clube de Criação do Rio de
Janeiro (CCRJ), um nome praticamente desconhecido dos criativos das grandes
agências cariocas, pode ser um excelente momento de reflexão sobre
o que o mercado quer de suas entidades.
A explicação para a derrota do candidato Alexandre Motta e do
presidente anterior, Flávio Medeiros, que não conseguiu fazer
seu sucessor, é muito simples e óbvia. Seus eleitores não
foram votar. Não apenas os 19 que faltaram para a vitória matemática
nas urnas. Mas as dezenas que Medeiros, Motta e seu candidato a vice, Paulo
Castro, acreditavam que prefeririam vê-los na presidência do clube.
A primeira pergunta a ser feita agora, portanto, é essa: por que não
foram?
Ou seja: por que não acharam importante abrir um tempo no seu dia de
trabalho para dar apoio ao nome que considerariam representar melhor a sua classe
profissional?
Admitindo a hipótese de que nem Motta, nem Castro, nem Tadeu, nem o vice
deste, Marcelo Santos, fossem os nomes que os criativos cariocas gostariam de
ver falando em seu nome, por que ninguém mais se mobilizou para lançar
outras chapas?
A dificuldade que ambos os grupos tiveram para encontrar os demais participantes
para sua diretoria -- e a própria mudança no processo eleitoral,
exigindo apenas dois nomes para formalizar uma candidatura -- são comprovantes
de que, muito provavelmente, a grande massa dos criativos cariocas nem esteja
mesmo dando a menor pelota sobre o que acontece com o Clube de Criação.
Quem vai presidi-lo, ou não, se torna totalmente irrelevante.
A culpa disso tudo é do último presidente, Flávio Medeiros?
Claro que não. O problema vem de mais tempo e reside em questões
mais amplas: será que os criativos querem fazer parte de alguma entidade?
Se sim, o que eles querem dela? Para que serve um Clube de Criação?
Esta eleição, realizada sem que os candidatos pudessem ter apresentado
uma única proposta aos eleitores, não ajudou muito a responder
àquelas dúvidas que vêm se arrastanto nos últimos
anos.
Em tempo: para os novos criativos, explico que escrevo tudo isso por direito
adquirido pelo carinho que tenho pelo CCRJ, cujos primeiros passos acompanhei.
Fui sócio do clube e parceiro de várias diretorias. Participei
de alguns de seus júris. Organizei o 1º Encontro Nacional de Criação
Publicitária, em 1978, e assisti momentos grandiosos da entidade. E acompanhei
literalmente todas as suas eleições.
O Clube tinha um propósito claro. Numa atividade dominada pelos donos
das contas, o CCRJ vinha mostrar que (como dizia o cartaz daquele Encontro de
Criação), na verdade eram os criativos que tinham a faca e o queijo
nas mãos.
Na época, brigava-se por tudo quanto era nosso, inclusive o direito a
fazer os cartazes de cinema, que vinham prontos de fora.
Sem continuar contando história: e agora, para que serve hoje o Clube
de Criação? O que os criativos querem dele? Que apenas faça
uma premiação em que os criativos possam premiar a si próprios?
Ou mais do que isso?
Não conhecendo as respostas para estas perguntas, realmente tanto fará
quem seja o presidente.
Agora estamos no dia seguinte do fato. E já começamos a ouvir
comentários de que Tadeu não terá representatividade para
gerir o clube. Debandada dos associados das grandes agências, recusa em
se inscrever no próximo Festival de Búzios e a participar dos
júris são algumas das ameaças que começam a pairar
sobre sua administração.
Isto será ruim para a gestão do Tadeu, mas será bom para
o Clube? É a pergunta que fica para a nova oposição.
E para o Tadeu, fica a lembrança que 54 votos foram suficientes para
ganhar a batalha mas não a guerra. Por isso, a nossa sugestão
é que, antes de qualquer iniciativa, convoque uma constituinte. Descubra
o que o mercado quer. Converse com aqueles que fizeram os bons momentos do CCRJ,
como Monserrat, Álvaro Gabriel, Ronaldo Conde, Gustavo Bastos, Hayle
Gadelha, Carlos Pedrosa e outros de uma lista imensa de criativos importantíssimos
do nosso Rio de Janeiro.
Encontre a nova bandeira para o CCRJ. Porque, sem uma bandeira à frente,
fica muito difícil conseguir que os soldados te acompanhem nas próximas
batalhas.
Alexandre
Motta se desfilia do CCRJ
O
diretor de criação da
Binder/FC+M e candidato derrotado
à presidência do CCRJ,
está distribuindo uma carta
ao mercado, comentando o resultado
da eleição:
Derrota: modo
de usar.
Eu tinha combinado de fazer uma declaração
em conjunto com o Paulo Castro mas,
por respeito a ele, venho aqui sozinho
falar sobre a eleição
de 23/09/09.
Em primeiro lugar, aceito o resultado
da eleição do CCRJ.
Tadeu Vieira é o novo presidente
do CCRJ. Marcelo Santos é o
vice. Digam o que disserem, pensem
o que pensarem, o mercado escolheu.
Agora, queria fazer uma análise
sobre os números dessa eleição.
Houve, e isso é um fato, uma
entrada maciça de sócios
na última semana, da ordem
de 40 e poucos anuários vendidos.
Ótimo para um Clube que, nas
palavras do novo presidente, está
afundado em dívidas. Mas, a
titulo de curiosidade, vamos eliminar
esses votos absolutamente legais (legítimos
são outros quinhentos) do montante
total.
Foram 91 votos. Repito, 91. Se tirarmos
os 40 votos de sócios que milagrosamente
resolveram entrar no Clube e participar
do nosso processo democrático,
sobram 51 votos. Isso mesmo. Um mercado
que se diz o segundo maior do Brasil
tem apenas 51 sócios do Clube
de Criação votantes.
Me recuso a acreditar que na minha
sala de reunião dá pra
colocar todos os sócios que
se dispuseram participar de uma eleição
que acontece de 2 em 2 anos. Mas a
realidade e o resultado dizem isso.
É isso mesmo que somos? Um
mercado grande com pessoas pequenas?
Um mercado que se recusa a discutir
propostas porque é melhor passar
o seu tempo em blogs, twitters e emails
apócrifos nos diminuindo? Nesses
16 anos em que tenho orgulho de fazer
parte desse negócio, nunca
me senti tão pouco representado
como ontem, dia 23. Descobri que,
por bem ou por mal, só 51 pessoas
decidiram pensar no Clube de Criação,
mas provavelmente centenas gastaram
seu precioso tempo desmerecendo a
eleição. Ok, vocês
venceram. Agora vocês têm
um presidente. Os que foram e os que
não foram garantiram o resultado.
Erroneamente, boa parte dos criativos
do nosso querido balneário
acreditam que corporativismo é
uma palavra muito grande para caber
em um titulo bom. Eu sou corporativista
por natureza. Acho “nós”
muito mais importante do que “eu”.
O “nós” foi responsável
por grandes coisas, inclusive o sucesso
do grande Clube de Criação
do outro lado da Dutra que nós
tanto prezamos e respeitamos. Será
que depois de tanto olhar o site e
os anuários deles a gente ainda
não aprendeu isso? Esse espírito
a gente pode e deve chupar.
Essa eleição é
a oportunidade de colocar na pauta
uma coisa mais séria: o que
somos e o que queremos ser. Dá
trabalho, é mais chato que
falar mal do próximo, mas funciona
que é uma beleza se você
se dispuser a isso. Eu estou disposto,
como criativo e executivo de agência.
Como candidato, essa foi a primeira
e última experiência.
Aos 51 solitários sócios
que acreditam no Clube de Criação
do Rio de Janeiro, inclusive os que
não votaram na minha chapa,
obrigado por votar e querer pensar
no futuro do CCRJ. Acreditem: o mercado
não acabou por causa disso.
Ele só se revelou. E isso,
meus amigos, pode ser o bom dessa
história toda. Façam
bom uso dela. Pro bem do Clube.
Alexandre Motta
PS: Como eu disse ao próprio
Tadeu ao final da eleição,
reconheço o resultado mas não
posso reconhecê-lo como presidente.
Por isso, solicito minha desfiliação
do CCRJ. A ele e ao Marcelo, boa sorte.
Paulo
Castro também deixa o CCRJ
Seguindo o ato de Alexandre Motta,
líder da sua chapa na disputa
do CCRJ, o diretor de criação
da Staff, Paulo Castro, também
está pedindo sua desfiliação
do CCRJ, em carta-aberta ao mercado.
Um
texto grande.
Ontem não foi um dia negro
apenas para o mercado de criação
do Rio. Foi um dia negro para a propaganda
carioca. Ou melhor, para a propaganda
brasileira. Afinal, sempre lembrando,
somos o segundo mercado do país.
A partir de hoje, a marca CCRJ tem
um novo presidente. Legítimo.
E parabéns para ele e sua retumbante
vitória. Afinal, perdemos por
18 votos. O que mostra ampla preferência
do mercado. Mas a pergunta é:
que mercado é esse? Um mercado
que apareceu repentinamente, com a
compra de 40 anuários ou o
mercado dos profissionais com quem
tenho o orgulho e o prazer de conviver
e concorrer no dia a dia? Pois é.
Só que esse mercado ontem não
apareceu. Ou melhor, pouco apareceu.
E o mais engraçado de tudo
isso, apesar de não ver graça
nenhuma nisso, é que correram
soltas ontem no twitter piadas sobre
a eleição. Ali, o mercado
compareceu. A pergunta agora é:
amanhecemos rindo do que hoje? De
que os principais criativos cariocas
não se sentem representados?
De que as principais agências
não se sentem representadas?
De que os clientes de ponta não
se sentem representados? De que uma
geração de estudantes
não vai ver os profissionais
que representam o mercado no CCRJ?
Nossa cidade há muito tempo
vem perdendo empresas, clientes e
profissionais. E agora perdeu o Clube.
Uma entidade que teve Monserrat, Álvaro
Gabriel, Ronaldo Conde, Gustavo Bastos,
Hayle Gadelha, Carlos Pedrosa, André
Eppinghaus, Fernando Campos, Álvaro
Rodrigues e o próprio Flávio
Medeiros. Gente grande. De trabalho
grande. De prêmios grandes.
De talento maior ainda. Em nome do
tamanho e da grandeza do CCRJ, peço
minha desfiliação imediata
do Clube. O CCRJ que sempre conheci,
onde o Motta e eu tínhamos
a proposta de continuar trabalhando
junto com o Chiquinho, o Dudu e o
Zé Luis, é muito maior
do que isso.
No Clube que começa hoje,
o meu 1,90m e os meus 20 anos de história
não cabem nele.
Paulo Castro
Eleição
do CCRJ - Falam os leitores (1)
De Glaucio
Binder:
"Marcio,
Tudo que você escreveu sobre
a eleição do CCRJ é
verdadeiro e corretíssimo.
Mas é só uma pontinha
do Iceberg. Nós publicitários
temos o péssimo hábito
de olhar o nosso mundo como o centro
do universo.
A verdade é que o brasileiro,
e não só o publicitário
e não só o criativo
carioca, tem o péssimo hábito
de não querer saber de representatividade.
Basta olhar para aqueles que nos representam
em Brasília. Nós só
votamos porque somos obrigados. E
mesmo assim muitos de nós ainda
arrumam um jeito de viajar no dia
da eleição para "justificar"
depois.
E isso começa bem de baixo.
No colégio (e eu tive esta
experiência) fazer campanha
pelo grêmio é sempre
uma garantia de ser taxado como esquisito
perante a maioria dos "espertos".
Fico muito feliz quando vejo colégios
como o São Vicente, onde estudaram
meus filhos, brigando pelo Grêmio,
brigando pelo modesto exercício
da democracia.
Mas não para por aí.
Quem de nós gosta de reunião
de condomínio? Quem já
teve coragem de dedicar um ano de
sua vida para ser síndico?
Quem ao menos se habilitou a fazer
parte de um conselho consultivo de
um prédio? E olha que tudo
isso é interesse de toda a
comunidade ao redor. Do pequeno prédio,
ao grande País.
Montar chapa para o SINAPRO é
uma guerra. O mesmo para a ABAP e
o mesmo para ABP. A Luciana é
uma heroína de ter juntado
os cacos do GAP para começar
novamente. A ABP, que deveria ser
a entidade da qual nós cariocas
mais deveríamos ter orgulho,
tem uma representatividade baixíssima
(aproveito para fazer uma campanha
"FILIEM-SE À ABP"
- aliás, é uma excelente
oportunidade para os órfãos
do CCRJ encontrarem um organismo de
apoio). Mas a gente tem mais o que
fazer. Ontem, por exemplo, tinha jogo
na Globo. E ainda por cima estava
chovendo. " E você ainda
quer que as pessoas percam o seu valioso
tempo para ir votar no CCRJ?"
Nossa, Márcio, quanta ingenuidade!!"
De Rynaldo
Gondim:
"Marcio,
Sempre prestigiei e sempre torci para
o CCRJ. Embora nunca tenha participado
de nenhuma diretoria, votava em todas
as eleições, quando
trabalhava no Rio.
Contribuia com o site e o anuário,
sempre que me solicitavam. E mesmo
depois que vim para São Paulo,
continuei acompanhando tudo de longe
e, eventualmente, até de perto:
no último Festival de Búzios
fui um dos palestrantes. Hoje, lendo
a carta do Alexandre Motta, um dos
mais ilustres representantes da propaganda
carioca, fiquei bastante chateado.
O Clube, que ficou um tempo esquecido,
estava aos poucos se revigorando e
o que aconteceu ontem foi um verdadeiro
retrocesso.
Uma pena mesmo. Compreendo e apoio
a decisão do Alexandre Motta
e do Paulo Castro de deixarem o CCRJ.
"
De Guto Graça:
"2009 e 1989. Em 1989 - quando
um operário era candidato contra
um mauricinho das Alagoas, a obtusa
classe dominante falava que empresários
iriam deixar o Brasil, que o Brasil
seria entregue aos comunistas e outras
baboseiras. A classe média,
idiotamente, acreditou.
Vinte anos depois este mesmo operário
é o presidente.
A necessidade de renovação
estava lá. Só faltava
a coragem para tentar.
Lula representou a chegada de um novo
grupo. Novas idéias. E que,
com visão social dos problemas
reais, fez o Brasil andar como nunca.
Goste ou não do Lula, ele representa
exatamente isto.
Um novo grupo numa nova caminhada.
Adequando o Brasil aos novos tempos.
Dentro de uma nova realidade. Um novo
grupo que soube ler melhor as necessidades
do Brasil.
Hoje o CCRJ vive este momento.
A necessidade de renovação
veio explícita por meio da
baixa participação.
Muito mais que pela vitória
deste ou de outro candidato. Isto
foi apenas decorrência.
Chega um novo grupo. E muito mais
do que não se sentir representado
por um novo grupo, é o momento
de união pelo mercado. E não
de questões pessoais.
A derrota não foi uma derrota
dos criativos Paulo Castro ou do Alexandre
Motta. A outra chapa soube ler o mercado
carioca. Traduziu o pedido de renovação.
E que a nova diretoria tenha o brilho
que o CCRJ já teve. Diretorias
como a do Monserrat ou do Gustavo
Bastos sejam fonte de inspiração.
Boa sorte ao Tadeu e ao Marcelo. Que
façam o que o mercado do Rio
precisa: Trabalho, foco e vontade.
O desafio é grande.
Vamos cobrar."
Eleição
do CCRJ - Falam os leitores (2)
De
Ronaldo Conde, diretor da 11|21 e
ex-presidente do CCRJ:
"Marcio,
em primeiro lugar, obrigado pela referência elogiosa ao meu nome como
presidente do CCRJ.
Mas, a seguir faço algumas considerações sobre a eleição
do CCRJ.
Muitas delas, inclusive, já conversamos e temos pontos de vista comuns.
Os erros vem de longe.
Você sabe que sempre fui contra o critério de comprar anuário
e poder ser sócio e eleitor do CCRJ.
Qualquer clube de esquina tem um estatuto, tem regras mais claras, e os sócios
só podem votar com um tempo mínimo de permanência na entidade
- por exemplo, 1 ano, 6 meses.
No CCRJ podem votar aqueles que compram o anuário: ridículo, antidemocrático
e sujeito a fraudes que, agora, os que perderam, reclamam.
Mas esses mesmos não só aceitaram esse critério, como usaram
a seu favor.
Quer um exemplo: para votar peças no site do Clube, também basta
comprar o anuário, e não, como em todos os clubes, pagar mensalidade
ou anuidade.
Então, determinada agência compra para o seus funcionários
tantos anuários e esses funcionários votam nas peças da
própria agência.
Isso vale, né?
E aconteceu e continua acontecendo.
É renda pro Clube, então fechemos os olhos.
Agora vem o candidato derrotado e seu vice anunciarem que estão se desfiliando
do Clube.
Como é isso?: devolvem os anuários comprados e estão desfiliados?
Onde se oficializa isso?
Na sua coluna?
Outra coisa: a situação não viu esse movimento às
vésperas da eleição da compra de 40 anuários?
Se viu, não denunciou? Não se mobilizou?
No mínimo, é incompetência somada à presunção
de que a eleição já estava no papo.
Que começou com a tardia e antidemocrática, de novo, convocação
das eleições - sem um prazo mínimo e estabelecido por estatuto
(existe?) que desse tempo de outras chapas se inscreverem.
Eu disse isso ao Flávio Medeiros, no Festival da ABP, quando ele se arvorou
em me contar que estava fazendo tudo dentro da lei.
Não se convocou um debate, um papo, um encontro, nada, para que os candidatos
se apresentassem e apresentassem suas propostas.
O candidato da oposição foi apresentado na sua coluna, num furo
de reportagem estupendo.
E, desculpe, Marcio, a situação tem culpa sim.
Passou quatro anos no poder e não conseguiu moblizar mais que 90 sócios
para votar, dos quais 40 acabados de chegar, por conta dessa norma esdrúxula
- a bem da verdade usada em outras eleições, por outros candidatos
eleitos.
E reclama disso?
Contra eles mesmos, não é certo?
Por que eles não pensarem em modificar isso?
Tiveram 4 anos, eu disse 4 anos.
Eles provaram do próprio veneno e agora, perdendo, denunciam.
O Flávio também tem culpa, sim.
E muita, porque abandonou o Clube à sua própria sorte - uma prova
disso é o novo site do CCRJ que, além de muito ruim, anunciava
ontem, dia da eleição, que "amanhã tem eleição"(sic).
Ele se preocupou em fazer um balanço da sua administração,
uma prestação de contas, que seja?
Não, nada, na presunção, novamente que a eleição
já estava ganha.
Não coloquemos, pois, a culpa no mercado. Essa é simples demais.
E esse movimento de não escrever peças no anuário não
começou com a derrota da situação.
Há muito se fala nisso, por conta dos júris pouco representativos,
dos constantes adiamentos e também da crise.
Acho que o Motta, o Flávio, o Paulo Castro e os componentes da chapa
perdedora devem refletir sobre esse momento, sobre a legitimidade das eleições
do CCRJ - não apenas essa, mas as anteriores também e as futuras,
por que não? -, em vez de falar de dia negro, desfiliação
e outras atitudes do gênero.
Já ganhei e já perdi eleição do Clube.
Mas estou aí, sempre."
Comentários de Leitores
De Digo Souto
Bravo Conde!
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
De Carlos
Negreiros
Conde, brilhante.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
De Heleno Bernardi
Caro Ronaldo Conde, achei muito lúcido seu ponto de vista.
Concordo com boa parte dele.
Votei, inclusive, sem conhecer as plataformas, que não foram difundidas.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Eleição
do CCRJ - Falam os leitores (3)
Em todo este somatório de
episódios estranhos ligados
à eleição do
CCRJ, um a ser criticado foi a tentativa
de desqualificar o nome de Tadeu Vieira
por sua preferência religiosa,
como membro da Igreja Universal, um
preconceito que não deveria
existir entre criativos.
Pedimos a opinião sobre o episódio
a Chiquinho Lucchini, um criativo
que também é evangélico.
Mais abaixo, a mensagem enviada à
Janela por Fábio Barreto.
De Chiquinho
Lucchini, diretor de criação
da Quê:
"Marcio,
Eu não conheço o Tadeu.
Nem sabia que era da Universal e evangélico,
até ler esta matéria
que me enviaram.
E também não sei se
ele está sofrendo preconceito
só por ser cristão protestante/
neopentencostal. Não sei se
é apenas por isso.
O preconceito maior, hoje, talvez
seja porque o mercado de criação
carioca não queira se ver representado
por alguém desconhecido. Só
isso.
Principalmente frente a outros clubes,
outros mercados. E como bem disse
o Motta e o Paulo, o 2º maior
mercado/clube do país.
Só isso.
O Ronaldo Conde me enviou o email
que também mandou pra você.
Concordo com muitas das coisas que
ele escreveu ali. Outras, não.
Eu, ele, Ercílio, Flavinho,
Dudu já discutíamos
isso e muito quando trabalhamos juntos.
Em vários almoços.
Por exemplo: desde os tempos de estudante
fui sócio de um Clube de Criação.
O de São Paulo. Já que
nesta época, o CCRJ estava
“dormindo.”
Mas sempre fui sócio do CCSP
pagando boleto bancário, anuidade.
E isso é que me dava direito
ao anuário. Não o contrário.
Como pode alguem comprar anuário
ontem hoje e amanhã decidir
o destino de uma entidade? Mas fizeram
as regras assim e agora provam do
próprio veneno.
Lembro-me bem quando o Ronaldo disputou
uma eleição e de repente
apareceram vários estagiários
no nada e votaram.
Conclusão: perdeu a eleição.
Todos os Presidentes tem méritos
e cagadas.
O Gustavo Bastos que reanimou em 1991,
lançando o anuário do
Feijão, com disputa nacional.
Belo anuário, diga-se de passagem,
onde ganhei meu primeiro premio, ainda
estudante, com 18 anos ! Do Gustavo,
tinha ainda o jornalzinho na época
que não havia internet, lembra
? De cagada, só não
ter dado continuidade.
Até que o André resolveu
tirar o Clube da tumba e prometeu
um site. E de surpresa fez um anuário,
o da Bíblia.
Aí vei oem seguida o Fernando
Campos e deu continuidade, despertando
o Festival de Buzios.
O Alvaro em seguida. E o Clube parecia
pegar embalo.
Veio o Flavio e parecia que tinha
continuidade. Um segundo mandato,
meio aos trancos e barrancos, sem
nenhum movimento e a mesma historia
de lançar eleição
na ultima semana, sem tempo pra chapa
nenhuma, zero de mobiliação,
zero de discussão. O Flavio
teve o mérito de expandir o
CCRJ para fazer intercâmbio
com outros Clubes Brasil afora. E
o desmérito de atrasar anuários.
Dois. E não entregar o teceiro.
Aí, deu no que deu. Falta de
credibilidade...
Bem, no que me diz respeito, é
uma pena o Motta não ter entrado,
pois eu fazia parte da chapa. Fui
convidado pelos dois e aceitei. Gostaria
de ajudar principalmente no Clube
do Futuro. Não deu. Fica, quem
sabe, para uma próxima."
De Fabio Barreto,
diretor de criação da
Kindle+Escritório de Ideias:
"Márcio, muito sadia
a discussão que você
fomentou. Segue uma opinião
a mais:
Tal qual acontece na nossa sociedade,
onde existe um abismo entre o povo
e seus representantes políticos,
o distanciamento do CCRJ e seus sócios
sempre foi visível. E isso
já vem de longa data.
Não acredito mesmo que, ao
se fazer uma pesquisa, a maioria dos
criativos cariocas diria se sentir
representada até então.
Mas, como vivemos uma democracia,
essa realidade deveria ser mostrada
e trabalhada através de uma
participação mais ativa.
Não na hora da votação
apenas, mas durante toda a gestão.
Contribuindo, discutindo, questionando,
criticando, enfim, participando daquela
que é, ou deveria ser, uma
entidade de toda a classe, associada
ao Clube ou não.
O esquema de eleição
a jato foi pífio, com um tempo
exíguo para formação
de chapas, apresentação
de projetos, debate de ideias. Tudo
o que caracteriza um processo eleitoral
justo e organizado. E o resultado
acabou causando surpresa.
Mas aí é que está:
surpresa em quem e por que? Era para
a vitória da situação
estar assegurada? O vitorioso só
poderia ser alguém conhecido?
Claro que não.
E se não houvesse 40 anuários
a mais na disputa, Motta teria ganho
com 36 votos? Infelizmente, acho que
também não seria, digamos,
tão representativo.
Se houve a proliferação
de anuários em cima da hora
ou não, ao que tudo indica
a vitória se deu dentro das
normas estipuladas pela Diretoria
até então.
Se uma parte dos participantes discorda
do resultado, na verdade discorda
das regras vigentes. Se isso ocorreu
de fato, não foi uma atitude
admirável, mas foi, por assim
dizer, legal.
Infelizmente, tudo o que não
foi discutido antes da votação,
passou a ser discutido agora: critérios,
permissividades e afins.
Mas, independente do resultado, quem
não pode sair perdendo é
o CCRJ e todos aqueles que querem
enxergar nele a sua representatividade.
E ele vai sair perdendo se, ao contrário
de nos aproximarmos, começarmos
a nos afastar ainda mais.
Por isso entendo que o CCRJ precisa
do Tadeu, do Santos, do Motta, do
Paulo e de todos nós contribuindo,
discutindo, questionando, criticando,
enfim, participando.
Isso sim vai dar legitimidade ao Clube,
seus dirigentes e seus associados."
Eleição
do CCRJ - Falam os leitores (4)
De Marcelo
Coli, redator da Rede
"Eleições
são assim mesmo. Sei porque
minha família vem entrando
nelas desde 1936. Algumas custaram
a fortuna do meu avô e uma delas
custou um enfarto a meu pai em cima
de um palanque. Ou seja, sei bem como
é perder uma dessas. E já
perdi várias, ganhamos outras
é verdade, esta do CCRJ é
apenas mais uma que perdi.
Não pude votar, porque não
sou sócio e fiz questão
de não me associar até
mesmo por protesto por tantos desmandos.
Mas, o fato é que eu escolhi
um lado. Que realmente achava melhor,
só que ele perdeu. E perdeu
sem que o outro fraudasse a urna.
Democracia é isso. Agora temos
um presidente que nunca fez um anúncio
(pelo que eu saiba), nunca contribuiu
com uma oposição batalhadora,
honesta, leal. Nunca lutou o bom combate.
Mas ele ganhou dentro das regras impostas
pelo atual presidente, não
é verdade? O fato de comprar
40 anuários é ilegal?
Não. É imoral? Sim,
com certeza.
Dói, dói muito porque
não era o que queríamos
para nosso combalido CCRJ. Mas, sinceramente,
não acho que a saída
seja abandonar o Clube. Como também
não acho, como algumas pessoas
me disseram, que criar outro clube
ou outra associação
seja solução.
A pergunta permanece: o que queremos
do Clube? Que ele acabe? Morra? Desapareça,
para ficarmos finalmente sem nada?
Quem sabe assim, possamos passar a
reclamar do CCSP como fazíamos
do CCRJ, porque sem ele podemos destilar
nossa ironia rumo a nossa metrópole
vizinha e culpar a eles por nossos
males, mais fácil não?
É realmente isso que você
quer? Eu não.
Por isso, vou ficar e lutar. Criticando,
propondo e tentando mostrar que há
uma saída para isso tudo. Podem
ser dois anos escuros ou luminosos,
quem sabe? Não podemos prejulgar
pessoas simplesmente porque não
conhecemos ou por sua crença,
credo, ou simplesmente porque não
achamos que não tem capacidade.
O fato é que estes anos passarão.
E o Clube vai continuar. Porque é
maior que uma compra de anuários
com objetivos eleitoreiros. É
maior que eleições na
calada da noite. É maior que
um presidente que não se defende
e nem mostra suas propostas. E porque
ele é maior que uma simples
eleição. Só como
exemplo, o Brasil também resistiu
ao Collor.
Óbvio, não tenho a representatividade
de pessoas que admiro tanto pelo trabalho
quanto pela postura e luta como Alexandre
Motta, Paulo Castro e Marcello Noronha.
Só para citar alguns. Mas é
justamente por eles que vou ficar.
Porque acho que o trabalho realizado
em todos estes anos não pode
ser jogado fora. Acredito sim, que
o trabalho brilhante de agências
como Agência3, Artplan, F/NazcaS&S,
NBS, Quê, entre tantas outras,
deve e merece continuar sendo registrado
num anuário com um júri
forte, soberano, isento e representativo
do melhor do mercado, como já
vinha sendo.
Winston Churchill disse: “Ninguém
pretende que a democracia seja perfeita
ou sem defeito. Tem-se dito que a
democracia é a pior forma de
governo, salvo todas as demais formas
que têm sido experimentadas
de tempos em tempos.”
Donde se conclui que não seremos
os primeiros e nem os últimos
a sofrer com os males da Democracia.
Mas vamos aceitar e lutar, porque
um dia o sol voltará. E no
Rio, graças a Deus, ele aparece
muito mais do que a chuva.
Espero também que a nova diretoria
tenha a dignidade de se pronunciar
sobre alguma coisa. Porque até
agora, só ouvi boatos e o silêncio."
De Leonardo
Bartoli, redator da Publicis Rio
Carta aberta a Tadeu Vieira.
"D epois de tantas cartas abertas
ao mercado resolvi escrever mais uma,
só que exclusivamente dirigida
a você e ao seu silêncio,
Presidente Tadeu Vieira.
Você, como eu, deve saber que
o processo eleitoral relâmpago,
com apenas dois nomes divulgados na
chapa e sem espaço para apresentação
de propostas, representou de forma
emblemática o fim de uma administração
que vinha sofrendo muitas críticas
de seus associados.
Você, como eu, deve saber que
o mercado carioca desde sempre viveu
uma espécie de racha provinciano
entre as grandes e pequenas agências.
Todo mundo tem ou já teve um
amigo publicitário que, por
não conseguir uma vaga em uma
agência mais representativa
para o mercado, esbravejou contra
o "sistema", a "panela"
ou o "clube do bolinha"
das grandes.
Você, como eu, deve saber e
se orgulhar, sem bairrismos, de um
mercado que é talvez o maior
celeiro de grandes profissionais da
comunicação de todo
o Brasil.
Você, como eu, deve saber que
agora a sua eleição
está manchada com a notícia
da suposta compra substancial de anuários
na semana das eleições.
Você, como eu, deve saber que
todos os criativos da cidade conhecem
campanhas memoráveis de Adilson
Xavier, Alexandre Motta, Marcello
Noronha, só pra citar alguns
nomes, entre tantos outros criativos
representativos que andam divulgando
sua desfiliação do clube
após essa notícia tomar
corpo.
Você, como eu, deve saber que
a sua história para a nossa
classe é nula e que sua ligação
com o marketing de uma instituição
polêmica como a Igreja Universal
não ajuda muito as coisas para
o seu lado.
Você, como eu, deve saber que
o jogo político é assim.
Que são em brechas legais e
obscuras que a falta de ética
se desenvolve e instala-se como cancêr
no seio de cada repartição
ou órgão público
brasileiro.
Você, como eu, deve saber que
neste momento a maioria significativa
do mercado carioca supõe que
você comprou esse cargo.
Agora o que eu não sei e gostaria
que você me dissesse, sr. presidente,
é como diabos você vai
conseguir tocar o clube assim?"
De Renata
Giese, redatora da B de Mello Comunicação
"Marcio,
Só temos a lamentar o destino
do clube que começou nesta
4a feira. Pelo menos o acontecido
serve pra gente parar e pensar. E
o texto do Ronaldo Conde ajuda a pensar."
Eleição
do CCRJ - Falam os leitores (5)
De André
Pedroso, Diretor de Criação
da DM9DDB e ex-presidente do CCRJ
"Nostalgia
é um perigo quando ela só
serve como desejo de voltar ao passado
e não como aprendizado. E o
que aprendi com alguns nomes ilustres
do CCRJ como Cidão, Pedrosa,
Franco Paulino, Gadelha, Acioly, Marcio,
Ronaldo Conde e o sempre combatente
e saudoso Henrique Meyer foi que o
CCRJ sempre deverá estar acima
dos interesses individuais. Porque
foi isso o que estes profissionais
fizeram honrando o clube através
do seu talento e histórico
profissional com a sua presença
e experiência. Eles lutaram
pela valorização do
trabalho criativo em diferentes frentes,
muitas vezes alem das páginas
de um anuário, combateram decisões
do Sindicato, construíram respeito
em torno do CCRJ.
Linda época onde antes de qualquer
eleição todos os criativos
eram convidados para assistir aos
debates, a apresentação
das chapas, dos seus planos e de como
eles seriam colocados em prática.
Existia o cadastramento prévio
dos seus associados antes de qualquer
pleito. Agências grandes, médias
e pequenas eram representadas. Era
bonito de ver, uma festa democrática
com profissionais dos estúdios
das agências, fotógrafos,
produtores de áudio, diretores,
redatores, diretores de arte, assistentes.
Quem lembra do Franco Paulino perturbando
as sessões para fazer valer
sua opinião? Democracia pura.
Sensacional.
Os tempos passaram.
Veio a administração
do Gustavo, que devolveu a classe
um glamour necessário que ela
havia perdido e um anuário
que muito teimaram em não reconhecer
como anuário. Uma piada. Veio
o André e depois a administração
mais que profissional do Fernando
Campos. Vim para São Paulo
e não acompanhei mais o caminho
do CCRJ.
Mas o aprendizado está aí.
Nas próximas eleições
as regras deverão ser mais
claras e menos sujeitas a desvios
que as próprias diretorias
ajudaram a criar. O estatuto precisa
ser revisto.
Mas o que é importante neste
momento é que todos ajudem
o CCRJ, lembrando que todos devem
apoiar a entidade, a classe.
Não gosto do Lula. Mas não
vou deixar de ser brasileiro por isso."
De Guto de
Paula, redator
"Meu caro Marcio,
Pra quem não sabe, sou do tempo
em que o CCRJ era sinônimo de
enfrentamento a tudo de ruim que havia
neste nosso Brasil, inclusive presidentes.
Mais importante que organizar prêmios
e festivais, dar palestras e estágios
para os mais novos, era defender valores.
Como a Democracia, por exemplo.
Ser sócio do CCRJ significava
estar disposto a lutar, discutir e,
sobretudo, a pensar amplamente. Mas
pensar em coisas grandes, em ações
que tivessem finalidade não
só para os criativos cariocas,
mas para o conjunto da sociedade.
Por isto, ainda hoje podemos nos lembrar
com orgulho de José Monserrat,
Carlos Pedrosa, Pedro Galvão,
Ronaldo Conde, Hayle Gadelha e tantos
outros que presidiram o clube numa
época em que nem internet existia,
muito menos twitter. O que havia eram
objetivos bem definidos. A coisa funcionava
no peito e na raça, mas incomodava
muita gente poderosa. Os inimigos
não estavam ao nosso lado,
mas no ar que respirávamos
naquele Brasil de então. Hoje,
parece que a luta se dá entre
grupos internos, daqui e dali, mas
sempre entre os mesmos que deveriam
ser o corpo e a voz de uma atividade
profissional cada vez mais desunida
e despreocupada com o seu próprio
futuro. Muito triste.
Mais triste, ainda, porque estas turmas
que brigam entre si já cresceram
num ambiente em que Democracia não
é mais um palavrão,
mas a atmosfera que os cerca. Porém,
a sensação que tenho
é que não entenderam
nada do que lhes foi deixado por centenas
e centenas de outros profissionais
que chegaram a levar o nome do CCRJ
para estar ao lado de verdadeiras
“entidades” que orgulhavam
este País, como OAB, ABI e
Jornal do Brasil. Hoje, elas também
não são mais as mesmas.
E o Brasil, também não.
Agora, a finalidade do CCRJ é
outra. Há muito tempo perdeu
aquela nobreza. A profissão
mudou, as pessoas mudaram, e o tal
do mercado - entidade apócrifa
e totalmente sem vergonha - passou
a reger o seu destino e a ditar o
ritmo de tudo e de todos. Ao invés
de saber aproveitar os novos tempos
e de se tornar útil novamente,
o CCRJ virou um site, um anuário,
uma instituição sem
voz e sem importância para quem
não está nem aí
para a propaganda carioca.
Tirando uma ou outra boa iniciativa,
como a criação do Anuário,
o Clube do Futuro, os convênios
com a ESPM e com algumas agências,
o CCRJ nunca mais fez nada que pudesse
ser relevante ou socialmente significativo.
Quem se lembra dele?
Fico aliviado por ter deixado o CCRJ
há alguns anos, porque hoje
estaria brigando para anular esta
eleição que me parece
totalmente imoral. O Ronaldo está
certo em suas colocações.
Nada disto que aconteceu é
mais que resultado do péssimo
uso que se fez ultimamente deste legado,
construído à custa de
muita luta, de muita dedicação
e compromisso ético. Ver manobra
como esta acontecer no CCRJ é
vergonhoso até para quem não
pertence mais a ele.
Por fim, não tenho a mínima
idéia de quem seja este novo
presidente, mas me parece que ele
não tem nenhuma representatividade
nem no tal “mercadinho sem vergonha”,
muito menos entre aqueles profissionais
que personificam a essência
da indústria da propaganda
carioca. E os maiores interessados
ficam mudos, que diferença
faz a minha opinião?"
Gente Que Vai e Vem Diretoria Cinematográfica (Rio
- RJ) - A produtora de comerciais do
diretor Libero Saporetti, anuncia Roberta
Folly como nova integrante da equipe de
Atendimento. Roberta tem passagens também
como Atendimento pelas agências V&S,
Binder, NBS e Publicis. (21/09/2009)
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