Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes.
26
de junho de 2009, sexta-feira
ENFIM, UM SHORT LIST REALMENTE SHORT
Apenas 260 filmes,
cerca de 3h15 de exibição, foi o que restou dos
quase 3500 filmes inscritos no festival de Cannes este ano.
É quase a metade do que estávamos acostumados
a assistir. E os tais “10% das peças” que
normalmente ficam para o shortlist também foram para
a Cucuia, este lugar de nome estranho, que ninguém sabe
onde fica, mas aproximadamente todas as coisas que desaparecem,
como os pés esquerdos das meias e a taça Jules
Rimet, vão para lá.
O que se viu nas diversas salas do Palais não chegou
a ser animador do ponto de vista criativo.
Mas as peças brasileiras que ficaram são bacanas.
Massagista, da BorghiErh/Lowe, do Rato, da DM9DDB e do cachorro-peixe
da Almap, por exemplo, agradaram muito o público e tem
sido bem comentadas.
A Almap, aliás, que já teria ouro para o “Dogfish”,
deve virar o jogo para cima da DM9 e sair daqui como a brasileira
mais premiada. Briga boa, a conferir.
A surpresa? A ausência das Sobrancelhas, da Fallon Londres
para Cadbury’s apontado como um dos favoritos a disputa
pelo GP antes do Festival por muita gente. Nem a shortlist chegou.
E será que temos algo, entre todos os filmes, que mereça
muito o GP? Não sei. Não sei nem se vão
dar leões a todas as categorias. Mas vamos ver.
Separei alguns filmes gringos que me chamaram a atenção
também, vejam aí o que vocês acham.
Os filmes de 1 segundo de Miller, usados nos
intervalos do Superbowl (onde cada segundo custa uma fortuna),
aposta fácil de Leão.
Mais cerveja, por favor. “É bom
ter amigos”, um dos 21 shots argentinos, da Del Campo
para Ambev.
Vai um viagrinha? Ajuda a curar um monte de coisas,
segundo a campanha da Táxi Canadá.
O surrealismo de Skittles, da TBWA NY já
virou tradição em Cannes e parece não esgotar
a sua maluquice.
Barbadinha: Lift, da Droga5 pra Puma.
O filme do site de empregos Monster, que disputa
com o massagista da BorghiEhr.
Neve, da DDB Canadá para Midas.
Olha que varejo bacana da francesa HSuresnes
para Citroen.
Mais festival de cinema, agora um argentino.
Criação da TBWA.
Comercial de 15s para o festival de curtas de
Toronto, da Doug.
Toby & Sheila, ou se preferirem o “cachorro/pato”,
da Santo para Arnet. Detale: a agência lançou isso
como um vídeo “real” na web.
Sou fã das campanhas da Centraal Beeher
criadas pela DDB holandesa. Eis o filme deste ano.
Mais barbadas: Dance da Saatchi Londres para
T-Mobile.
O que seus pais fazem quando você não
está? A Forsman e a Tele2 respondem.
Outra: Whodunnit, da WCRS Londres.
Eu juro que procurei no youtube umas coisinhas bizarras que saíram
aqui no short, mas não achei. Mas para vocês terem
uma ideia, tem um comercial tailandês para um teto anti-calor
que um cara arranca a cabeça de uma menina e coloca um milho
no lugar pra mostrar como que, com o calor, ela passará a
ter uma cabeça de pipoca.
É, como diria o Alborghetti: tem gente que parece que tem
pipoca na cabeça...
NA TORCIDA
A torcida brasileira ontem era grande no Caffé Roma, restaurante
em frente ao Palais. Pelos resultados que começaram a pipocar
nos telefones dos delegados, vindos de fontes fidedignas e pela
seleção brasileira que, cá entre nós,
não precisava passar esse aperto. Mas estamos na final.
Fico imaginando como teria sido a entrevista do Joel Santana em
inglês, se foi tão boa quando as suas anteriores:
CYBER 2010
Recebo por email duas apostas de CyberLions para...o ano que vem.
O site da Toronto Eletronic Utilities Credit Union que pode ser
abreviado na sigla www.TEUCU.com
E o da Fundación para Desarollo Urbano, que atende pela abreviação
www.FUDEU.org
Criativo. E de verdade.
BOB GELDOF EMOCIONA
O ex-líder da banda Boomtown Rats (mais alguém aí
ia pra escola cantando “I Don’t Like Mondays”?)
e idealizador do LiveAid levou literalmente, às lágrimas,
alguns jornalistas na sua coletiva de imprensa ao falar sobre a
situação da pobreza na África. A seguir, fez
uma disputada palestra com Kofi Annan sobre o aquecimento global.
Mas, pena, a atenção do público estava dividida
entre o fim do mundo e os finalistas de Cannes.
CANNES SE DEBATE
Tivemos hoje o Cannes Debate Presents com Martin Sorrell, CEO
do grupo WPP conversando com VPs e CEOs globais de grandes anunciantes:
como Procter, McDonald’s e Kraft Foods.
E fez a melhor pergunta no final: “O que deixa vocês
malucos na relação com suas agências”.
Os clientes ficaram meio constrangidos no início, mas soltaram
o verbo. Anota aí:
1) A relação em si, que anda cada vez mais impessoal.
2) A falta de feedback, por parte do próprio cliente, que
atrapalha o desenvolvimento criativo da agência.
3) A falta de convívio com o mundo lá fora, dos consumidores,
porque agências e clientes vivem e trabalham em “silos”.
4) Falta parceria e a elaboração, por parte da agência
e de clientes, de briefings criativos e inspiradores.
SPIKE FAZ A COISA CERTA
O
cineasta Spike Lee foi o últimos “superstar”
a palestrar aqui em Cannes.
Infelizmente, a palestra tinha cinco pessoas para falar, não
sei quantos filmes amadores do Youtube pra mostrar, mais uma apresentação
institucional da Accenture e...apenas 45 minutos.
Com isso, sobrou ao Spike pouco tempo para falar o que gerou uma
certa inquietude dele e do público. Mas lá pelas tantas
ele pegou o microfone e roubou a cena.
O tema era o já surrado por aqui “conteúdo gerado
pelo usuário”. E Spike foi direto ao ponto. Segundo
ele, a melhor coisa desses filmes é que eles nunca escutam
um não. Você pode fazer o que quiser. E que, curiosamente,
as marcas querem se apropriar disso.
Justo as marcas, diz Spike, que reprovam ideias geniais de suas
agências. É o medo que provoca o que ele chamou de
opção pelo sabor baunilha, algo que ninguém
ama, mas ninguém odeia.
Acrescentou que na internet, aparentemente, existe um grande engajamento,
mas também muita falta de técnica e experiência.
E isso precisa ser visto pelas marcas.
Fiquei pensando por um outro lado. Nessa velocidade,de geração
de conteúdo e, espera-se ferramentas para atender essa demanda
de criação de vídeos, fotos e textos na internet,
teremos em breve um público consumidor muito mais “criativo”
e com a cabeça aberta. Ou seja, é uma esperança
para que ideias cada vez melhores sejam aprovadas pelos clientes.
Ou estou sendo romântico?
No final, falando sobre talentos e criatividade, citou seu amigo
Michael Jackson, morto ontem:
“Ontem perdemos um gigante. Ele teve seus problemas, mas precisamos
entender que estávamos diante de um gênio. E gênios,
em grande parte, não são normais. Pensem no Mozart,
por exemplo. Deus não te dá tanto talento e ao mesmo
tempo, normalidade, não é assim que o homem trabalha.”
E fica uma dica: assistam a exclusiva que o Spike deu para o Multishow
aqui em Cannes, depois da palestra. Ele só fez isso porque
viu que era um canal do Brasil, país que ele adora. Grande
trabalho da galera aqui.
JORNALIZANDO
Falando em grande trabalho, é chegada
a hora de uma homenagem à maior delegação
de imprensa entre todos os países aqui em Cannes (embora
a da Índia esse ano tenha vindo forte): os jornalistas
brasileiros.
Não consegui tirar fotos de todos porque muitos nem
param na sala de imprensa. E alguns já apareceram aqui
na Fenêtre ao longo da cobertura.
Mas é só para reconhecer o trabalho desses profissionais
que trabalham pra caceta, 24 horas por aqui. Como diria o
apresentador e pêlo pubiano com mal formação
na raiz, Fausto Silva: esses são fera.
E ainda tem: Adonis Alonso, About, Blue Bus, Portal da Propaganda,
Ad News e por aí vai. Sem contar a turma que ficou
no Brasil, acordando de madruga para ralar no horário
de Cannes.
A todos vocês, parabéns.
A turma do Terra está em todos os lugares,
aqui estava entrevistando o João Livi, da Talent.
Alex Lemos, do Meio & Mensagem. A equipe
teve duas bases aqui: uma no Palais, outra no Majestic, onde
se hospedam os jurados.
Luis Fernando, do Vox News, veio cobrir o evento
e ainda conheceu seu ídolo, Roger Daltrey.
Olha aí a equipe do Reclame/Multishow.
Sabrina Parlatore, da TV Cultura, entrevista
Marcello Queiroz, do Propmark enquanto a equipe atualiza o site.
PRESENTE
Falando
em jornalistas, conversa engraçada aqui do meu lado aqui
agora. Uma jornalista sérvia fez amizade com uma da Índia.
E deu de presente pra ela uma garrafa de uma bebida que parece ser
uma cachacinha da terra dela.
Deu a mão, a indiana, bem humorada, pediu o braço.
“Adorei. Mas será que você não poderia
me mandar outro presente da Sérvia?”
“O que você quer?”
“O Novak Djokovic, aquele tenista lindo que vocês tem
lá!”
“Claro, filha, vai bebendo essa garrafinha e olhando pros
homens aí que uma hora você vai encontrar com ele.”
CARTAS
E a galera continua escrevendo.
Mandaram aquele abraço: o Rodolfo Sampaio (que me confundiu
com Flamenguista e me preocupou porque se estou dando esta impressão
o nível disso aqui deve estar realmente baixo), a Fátima
Megale, Malu Miranda (F/Nazca), Karina Rei (Imagina) e o Diogo Patoilo
que até abriu até uma resposta no blog dele sobre
a pergunta que fiz aqui sobre o que a galera tinha achado do GP
de Press: https://12timesnewroman12.blogspot.com
Brigadão, galera!
PARABÉNS
E eu, daqui mando meus parabéns para os amigos queridos
Roberto Vilhena, da Mohallem/Artplan e Antonia Zobaran, da F/Nazca,
pelo nascimento da sua pequerrucha. Seja bem-vinda, Maria!!
ATÉ
Amanhã eu volto falando sobre o short de Titanium e Integrated.
Mas já para vocês ficarem sabendo. Só se fala
no case “Melhor emprego do mundo” e no “Emprego
mais cascudo do mundo”, que é a campanha presidencial
do Obama.
O redator Fabio
Seidl é o enviado (com todo o respeito) especial da Janela
em Cannes 2009.