Janela Publicitária    
 
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A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes.
 

20 de junho de 2009, sábado

Koichiro Tanaka
Koichiro Tanaka, diretor de criação da Projector e jurado japonês da categoria Cyber em Cannes.
SAMURAI TECHNO

Koichiro Tanaka tem 36 anos, fundou sua empresa há apenas 4 e já é uma referência de inovação e criatividade no mundo digital.

É o criativo responsável pelo Grand Prix de Cyber do ano passado e volta a Cannes este ano para julgar o que esta categoria tem de melhor. Do outro lado do mundo, conversou com a Fenêtre, no intervalo do pré-julgamento das peças digitais que começam antes mesmo do júri se reunir na França.

FABIO SEIDL: Você fundou a Projector há apenas 4 anos e a agência já ganhou um Grand Prix em Cannes além de vários outros prêmios importantes. Como tem sido repercussão disso?

KOICHIRO TANAKA: O que mudou foi que agora temos recebido muitas ofertas de trabalho de clientes internacionais. E o melhor é que essas propostas não tem sido somente de para um ou outro trabalho e sim para fazer parcerias criativas de longo prazo, desde a criação da ideia até a execução e parcerias no desenvolvimento de tudo relacionado a marketing e mídias digitais.

Conheça o projeto Uniqlock, da Projector, GP de Cyber no ano passado:
https://www.uniqlo.jp/uniqlock/

FS: E a criatividade japonesa? É só impressão ou realmente as agências melhoraram bastante? Afinal, Os japoneses ganharam o Titanium em 2006 com o Projeto D-Barcode, que inovava no formato de códigos de barras e o GP de Cyber, com o Uniqlock da Projector. Como está o mercado no Japão hoje para quem trabalha na publicidade online e offline?

KT: Com a economia mundial do jeito que estava, o mercado japonês teve que começar tudo de novo e mudar algumas coisas para sobreviver. As mudanças positivas mais significativas, aparentemente, aconteceram na publicidade online, provavelmente porque os clientes começaram a ver neste meio uma alternativa de alcançar um público “nativo digital”, que não responde a comerciais de TV, por exemplo. Já sobre a publicidade offline, a maioria dos anunciantes continua seguindo o “status quo” que é todo construído em cima de comerciais de TV. Mesmos as novas campanhas que dizem utilizar o conceito “media neutral” continuam limitados a uma pequena parcela da audiência.

FS: (Se o que o Koichiro respondeu parece grego, digo, japonês para você, “a mídia neutra”, que ele está falando é a corrente que acredita que um planejamento de mídia pode e deve ser capaz de encontrar o consumidor usando todas as superfícies de contato: online ou offline, algo neutro, sem puxar a sardinha para um meio específico). E o Brasil, Koichiro, qual a sua impressão sobre a nossa publicidade online e offline?

D-Barcode
D-Barcode, da empresa homônima foi Titanium em 2006, numa época em que só era atribuído um leão deste tipo.

KT: Eu sou um grande fã da publicidade brasileira. E os melhores anúncios brasileiros são aquelas que transcendem a língua e possuem o poder de se expressar com uma mensagem forte e mobilizadora. Isso me faz lembrar que até mesmo a mídia e a tecnologia devem mudar, na essência, as pessoas, que continuam estáticas.

FS: Muito obrigado, Koichiro. E um bom festival para você.

Galera, a Fenêtre Publicitaire volta, agora diretamente de Cannes, na segunda feira. Até lá!


O redator Fabio Seidl é o enviado (com todo o respeito) especial da Janela em Cannes 2009.