18 de junho de 2009, quinta-feira

José Bomtempo, jurado português em Press and Poster e Sócio-Diretor de Criação da BAR Lisboa

DECLARANDO INDEPENDÊNCIA

José Bomtempo é português, diretor de arte, torcedor ferrenho do Sporting Club Portugal e, como o sobrenome sugere, gente fina.

Anúncio da Anistia Internacional, Leão de Prata para a McCann. Criação dos brasileiros Emerson Braga e André Lopes, com direção criativa de Bomtempo e Diogo Anahory. O texto diz "Ele não fez nada. Só está mostrando o número do telefone da Anistia Internacional.'

Nasceu na antiga colônia de Lourenço Marques, (hoje Maputo, capital de Moçambique), e sua carreira já passou pelas cidades do Porto e até Brasília, levado por um ex-dupla brasileiro.

Em Lisboa, onde vive há muitos anos, passou pela TBWA e dirigiu a criação de duas das maiores agências do país, a BBDO e a McCann, onde, aliás, tive o prazer de trabalhar com o cara.

Há alguns meses, inaugurou a sua BAR Lisboa, com o dupla e amigo incondicional, Diogo Anahory e o ex-diretor geral da McCann portuguesa, Miguel Ralha.

Foi o primeiro criativo português a vencer, em Cannes, o concurso dos Young Creatives. No ano passado, trouxe de lá um Leão de Prata. Este ano volta ao Palais como jurado de Mídia Impressa.

Antes, conversou rapidamente com a Fenêtre Publicitaire.

FABIO SEIDL: Você esteve como diretor criativo de algumas agências multinacionais e ganhou prêmios internacionais por elas, inclusive em Cannes. Agora você está com um projeto seu, uma agência independente. A vida em festivais é mais difícil para quem não faz parte de uma network?

JOSÉ BOMTEMPO: Enquanto estive em multinacionais nunca entendi que isso me tivesse beneficiado. Acredito mesmo é que, sem ideias, não vale a pena gastar dinheiro em festivais e quero a acreditar que em confronto direto entre uma agência independente versus uma network, ganha a melhor a ideia.

FS: Você que já trabalhou no Brasil e depois, em Lisboa, com brasileiros, qual a percepção que tem da publicidade daqui e no dia-a-dia e em Cannes? E qual sua a percepção da criatividade portuguesa hoje?

FS: Do que tem visto em sites e em outros festivais, o que espera para a categoria Press de Cannes? Apontaria pra já alguns favoritos?

JB: Estou achando que, com os cortes das agências no festival, poderá haver um fluxo de inscrições de outras categorias para esta, o que vai tornar mais difícil e exigente a seção de Press and Poster. E acho favoritos são os mesmos de sempre onde se incluem, claro, os brasileiros.

FS: Obrigado, Bomtempo. Boa sorte em Cannes e na BAR.

O redator Fabio Seidl é o enviado (com todo o respeito) especial da Janela em Cannes 2009.