Janela Publicitária    
 
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Janela Publicitária - Edição de 20/MAR/2009
Marcio Ehrlich

 

Rio Sul mantém agências na expectativa

Com resultado prometido para o final de fevereiro, o shopping Rio Sul está deixando nervosas as agências que participaram da sua concorrência iniciada em janeiro, até agora mantidas sem qualquer informação sobre quem vai levar a conta (ou a vencedora já saberia e não contou a ninguém?).
Não que a verba seja excepcional. Comenta-se que não passa de R$ 3 milhões. Mas a imagem do Rio Sul como anunciante é muito bem consolidada no mercado, pelo espaço que sempre deu para a criação publicitária, desde os tempos de Delano D'Ávila no comando da criação até Rodolfo Sampaio, pela Salles, responsável por suas campanhas durante muitos anos.
Historicamente o Rio Sul não é simples em suas concorrências. Na última, em 2004, quando decidiu deixar a Salles, comentou-se no mercado que a conta praticamente estaria pousando na Heads, de Curitiba, que para isso abriria escritório no Rio.
Em vez disso, foi aberta uma concorrência, noticiada logo após que seria apenas para um job. Venceu a Giovanni, FCB, que pouco depois acabou confirmada na conta.
Agora, além da própria Giovanni, que está na luta para manter o cliente, estariam na disputa as agências NBS, Euro RSCG Contemporânea, Artplan e, novamente, a Heads, agora já estabelecida no Rio a partir da conquista da Petrobras.

Heads, agora completa no Rio, leva o Rio Sul

Na sua segunda tentativa de levar a conta -- participou da concorrência de 2004 -- a agência curitibana Heads conseguiu conquistar a conta do shopping Rio Sul, disputando com a Artplan, Euro Contemporânea, Giovanni+DraftFCB (que tinha a conta anteriormente) e NBS.
Da primeira vez, a agência ainda não estava instalada no mercado carioca. Agora que está com escritório montado no Rio -- com vários prêmios conquistados, inclusive, pela equipe de criação liderada por Flávio Medeiros -- a Heads conseguiu convencer o Rio Sul a lhe entregar a conta.
A verba do cliente -- como costuma acontecer -- é um mistério para o público, ficando, segundo estimativas, entre 3 e 8 milhões de reais.

M&C Saatchi ignora crise e chega ao Brasil

Em um cenário de "paralisação mundial", conforme avaliação de Moray Maclennan, a M&C Saatchi, terceira no ranking da Inglaterra, acaba de anunciar a abertura, em São Paulo, do seu 16º escritório mundial, o primeiro no Brasil. "Quando todos estão paralisados, é o momento de mover", acredita Maclennan, CEO da M&C Saatchi Worldwide durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 17 de março, em São Paulo.
Para o inglês Geoffrey Hamilton Jones, ex- diretor executivo da Ogilvy São Paulo que assume a Presidência da M&C, o momento é difícil para grandes grupos que crescem através de aquisições. "Não é um risco porque, se formos comparar, o nosso investimento inicial é baixo".
Apesar de ser uma full service, a estratégia prevê equipe enxuta, atualmente com sete pessoas, operações começando do zero, preferência por associações com talentos locais independentes e uma exaustiva perseguição pela "Simplicidade Brutal", filosofia que permeia a marca da operação ao trabalho final. "Queremos resgatar grandes idéias e quebrar vícios", aposta Geoffrey.
Juntamente com ele, a equipe está sendo encabeçada pelos brasileiros Virgílio Neves, diretor de arte, e Lilian M. Lovisi, redatora, ambos à frente da criação, e Patrícia Weiss, responsável pela área de novos negócios. A única aquisição anunciada é da empresa de pesquisa de mercado e planejamento Bolze & Buosi, que passa a se chamar M&C Saatchi/ Insight. As sócias Rosangela Bolze e Damiana Buosi assumem respectivamente como CEO e COO da nova empresa, passam a ter uma participação societária pequena- cuja porcentagem não foi revelada- e continuam atendendo de forma independente aos clientes Unilever, Citibank, Coca- cola e Natura.
Atrás da alegria brasileira
A M&C Saatchi nasce tendo clientes como as contrutoras americanas Hines e BMO, voltada para a classe C, e Make a Wish, instituição filantrópica para crianças com câncer. A idéia é expandir para outros países na América Latina e focar em nichos específicos como o de luxo, de esporte e entretenimento e de bens e serviços para a classe C. "Não queremos que cada unidade ultrapasse 60 funcionários, justamente para manter a simplicidade nos processos", adverte Patrícia Weiss.
Por que o Brasil? David Kershaw, CEO da M&C Saatchi Pic, justifica com o fato do Brasil estar entre os 10 maiores mercados no ranking de investimentos publicitários, além da necessidade de fortalecer relação com clientes globais e da oferta de talento. "O resto do mundo está muito deprimido", ironiza, "queremos nos infectar com a alegria e o bom humor do brasileiro".
M&C Saatchi no mundo- Fundada em 1995, a agência está presente em 13 países registrando ao todo 1038 funcionários. Em 2004 o M&C Saatchi Group abriu seu capital na Bolsa de Valores de Londres para formar a M&C Saatchi Pic.

Leitor acha coincidência com a campanha de FedEx

De Roberto N Cunha:
" Meu nome é Roberto N Cunha, sou redator Brasileiro aqui no Qatar e essa semana me deparei com um fato que muito me chamou a atenção. A coincidência criativa entre a campanha da FEDEX, confeccionada pela DM9 aí do Brasil e a campanha da ARAMEX, confeccionada pela FP7 Dohaaqui do Qatar. Não tenho certeza se a campanha Brasileira foi veiculada (até pelo histórico de fantasmas do Brasil), porém a campanha aqui do Qatar foi. De qualquer forma acho que são muito parecidas. Porém, deixo para meus amigos Brasileiros tirarem suas próprias conclusões. Aqui está um burburinho só."

N.R.: Roberto, como já comentei algumas vezes aqui na Janela, não acredito em chupadas propositais em grandes agências, até porque criativos conceituados não precisam disso. Pelo contrário, devem ter pavor, porque alguém inevitavelmente vai encontrar a outra peça. Com a Internet e os anuários, todo mundo tem acesso às mesmas informações.
Trabalhando em um mesmo segmento, não é difícil a criadores -- e você sabe disso -- chegarem a conclusões semelhantes. Sejam brasileiros ou qatarianos.
Essa campanha do redator Arício Fortes e do diretor de arte Benjamin Yung Jr., da DM9DDB, já havia sido motivo de comentários no site do CCSP, com leitores apontando que outros haviam chegado a idéias bem parecidas, em peças para a DHL e para a TAM.
Realmente, não há argumento melhor para vender um serviço de entrega do que a sua rapidez. Daí para o conceito "mal você despachou, o outro já está recebendo" me parece um passo natural.
Como as caixas para embalar as mercadorias são o ícone mais gráfico destes serviços (até porque a marca vai nelas), o resultado dá no que estamos vendo. Aí vira só a questão de quem solucionou melhor o desafio.
Na minha opinião, a DM9 até sai na frente do embate, pela direção de arte, com o ponto focal das peças bem solucionado e a opção de colocar objetos compridos para permitir que tanto as mãos que enviam quanto as que recebem toquem neles.

Cannes abre inscrições para Youngs no Brasil

Se você nasceu depois de 27 de junho de 1980, tem no mínimo dois anos de experiência profissional, nunca se inscreveu no Festival de Cannes e fala inglês, pode concorrer a uma vaga como Young Lions (ex-Young Creatives) para o próximo Festival Internacional de Publicidade, que acontece no balneário francês em junho próximo.
A inscrição só pode ser feita pelo Limão e a seleção será realizada pelo representante de cada país, no caso brasileiro, o jornal O Estado de São Paulo.
Em anos anteriores, a escolha do representante carioca já foi coordenada pela Janela Publicitária e, depois, pelo Clube de Criação do Rio de Janeiro. Este ano, ninguém ainda conseguiu patrocínio para garantir a presença de um criativo do Rio no grupo. Não é para menos. A vaga custa a bagatela de R$ 17 mil, que nos dois últimos anos foi bancada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Com a mudança na direção da ESPM -- Flávia Flamínio entrou no lugar de Alexandre Mathias -- a verba não foi renegociada.
Argumento complicado
O valor de R$ 17 mil sem dúvida desestimula a qualquer empresa a se animar a assumir o patrocínio, principalmente considerando que o retorno é praticamente inexistente. Com a mesma verba -- ou até menos -- é possível comprar uma cota de apoio à cobertura dos sites jornalísticos (inclusive na nossa Janela Publicitária), garantindo ao patrocinador ver sua marca reproduzida nas dezenas de matérias publicadas durante o Festival.
Apoiar os novos talentos é importante, mas o sistema precisaria ser repensado para estimular os mecenas do mercado.