Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 21/ABR/2006
Marcio Ehrlich

 

JB já circula no formato Berliner

Helio Tuckler com a prova do novo JB

O Jornal do Brasil começou a circular este domingo nas bancas de jornais com seu novo formato Berliner, considerado uma tendência no mercado mundial mas até então inédito no Brasil. Esta semana, durante encontro com publicitários cariocas, o vice-presidente da empresa, Helio Tuckler (foto) apresentou o produto confirmando as informações que já circulavam de que o veículo manteria o formato Standard apenas para seus cerca de 60 mil assinantes. Ainda assim, os assinantes que preferirem receber seu JB no formato Berliner poderão fazer a opção.
No novo tamanho, um pouco maior que o tablóide, o JB vai circular com 170 mil exemplares no domingo. Mas seu diretor comercial, Paulo Fraga, acredita que, aos poucos, os assinantes deverão migrar para o novo jornal. Fraga garantiu que a duplicidade de formatos não vai ter impacto negativo significativo para o mercado publicitário. "Mais de 85% dos nossos anúncios são autorizados em tamanhos que permitirão a sua utilização tanto na edição Berliner quanto na Standard", disse, esclarecendo que apenas os demais deverão ser entregues em materiais diferentes.
Junto com a mudança física, o JB alterou a sua logomarca e a sua programação visual, substituindo o vermelho pelo azul e ampliando a utilização de cor em suas matérias. O conteúdo também recebeu o incremento de novos jornalistas, como o cartunista Paulo Caruso e o colunista Fred Sutter, de volta à casa.
DIVULGAÇÃO
A novidade do JB está sendo acompanhada de um esforço de marketing como há tempos o veículo de Nelson Tanure não via. Além da campanha publicitária institucional criada pela Publicis e das ações em PDV e para assinantes criadas pela Ação, o JB está fazendo diversas promoções. Este fim-de-semana, equipes de promotores circulavam pelas praias da Zona Sul distribuindo folhetos simulando a nova edição, já no formato Berliner.

Fabio Barreto deixa a Ação

O redator Fabio Barreto, que há três meses havia assumido a direção de criação da agência Ação -- da empresária Andrea Gomes de Mattos --, deixou a empresa para atuar em marketing político, de olho nas eleições de outubro próximo. Na Ação, o redator Miguel Simas, que já estava na agência antes da entrada de Barreto e ultimamente atuava como supervisor de criação, ficará responsável pelo departamento.
Antes de assumir na Ação, Fabio Barreto foi diretor de criação da agência Ronson.

Richter abre Camisa10

Bruno Richter e Victor Vicente
O diretor de arte Bruno Richter se juntou ao redator e seu ex-companheiro de criação na OPM Victor Vicente (também ex-Scalla) e ao empresário Augusto Simas para criar no Rio a agência Camisa10 Propaganda.
A empresa inicia suas atividades com jobs para a SNG (agências credenciadas do Grupo BMG), a rede de farmácias Qualifarma, o Atelier Leblon, a empresa de marketing esportivo RM Sports, a agência de turismo vip Travel Place e a empresa de escritórios virtuais Rio Offices.
De acordo com Richter, a Camisa10 não vai se limitar à mídia convencional. O site, ainda em construção, estará em www.c10propaganda.com.br.

Faleceu Carlos Henrique, a voz das Sendas

"Duvidamos que alguém venda mais barato!".
Henry Charles Gonçalves, o Carlos HenriqueCom esse bordão e o polegar direito levantado o locutor Carlos Henrique -- cujo verdadeiro nome Henry Charles Gonçalves poucos conheciam -- tornou-se nos anos 70 e 80 o símbolo publicitário das Casas Sendas, a ponto de chegar a ser seu gerente de propaganda e, depois, sócio da agência Giovanni (que detinha a conta da rede de supermercados) nos seus primeiros anos.
Carlos Henrique faleceu esta segunda-feira e será enterrado às nove horas de amanhã, 18 de abril, no cemitério Jardim da Saudade de Paciência, saindo o féretro da capela 5.

FIGURAÇA

O locutor foi uma figura muito querida do mercado publicitário, por sua enorme simpatia. Mistura de cliente e locutor, ele mesmo aprovava e gravava os textos que os criativos lhe levavam para os comerciais e spots das Sendas.
Wanderlei Gonçalves, diretor da Nova Onda e também requisitado locutor do mercado publicitário, conta que, no começo de carreira, viveu uma experiência inesquecível com Carlos Henrique, que já era um nome consagrado. A voz das Sendas puxou-o de lado e perguntou:
- Wanderlei, digamos que você tenha uma gravação marcada para as 3 da tarde e duas outras produtoras chamem você para o mesmo horário. O que você faz?
Wanderlei, novato, explicou que pediria desculpas e justificaria com o compromisso já assumido com a primeira.
Carlos Henrique cortou na hora:
- Errado! Você marca com as três. E chega atrasado.

Faleceu Carlos Henrique - Falam os leitores

De Marcos Abrahão, diretor da Scalla

Marina Miranda e Tião Macalé em comercial do Disco
Marina Miranda e Tião Macalé em comercial do Disco

"Márcio,
A nota triste da sua coluna me remete ao início da minha carreira como publicitário, pela agência PASS - House dos Supermercados Disco.
Na época, o Disco, a Sendas e as Casas da Banha dominavam o mercado carioca de varejo, criando uma certa rivalidade, saudável e muito competitiva, entre os seus times de criação publicitária.
Carlos Henrique marcou um tempo na comunicação de varejo, anunciando primeiro sozinho, depois ao lado de sua filha, as ofertas diárias das Sendas. Era uma comunicação que nós, da concorrência, tentávamos suplantar com toda a criatividade possível. Mas a simplicidade da forma e a simpatia do personagem tornavam isso uma tarefa árdua.
Lembro que quando criei a campanha "NOJENTO" para o Disco, estrelada por Tião Macalé e Marina Miranda, utilizando paródias, um dos roteiros levava esses personagens a fazer uma sátira dos comerciais de Carlos Henrique e sua filha. Até então nunca o havia conhecido pessoalmente, mas soube que ele achou aqulo muito divertido, mas exagerado. Numa das incontáveis gravações realizadas na Provarejo, tive a oportunidade do primeiro contato com Carlos Henrique. Então Mirando, um grande iluminador, gaiato como ninguém, me apresentou como o criador do NOJENTO. Pensei que eu iria apanhar ali mesmo. Carlos Henrique com seu porte elegante, era bem mais volumoso que eu, nos meus mirrados 1,58 metros. Ele me olhou sério por um tempo e depois abriu um sorriso, aquele mesmo sorriso Sendas que duvidava que alguém tivesse preço melhor. Apertou minha mão e me deu os parabéns:
- Belo trabalho. Mas ficaria melhor se o Tião Macalé tivesse um sorriso Sendas.
Na hora eu achei a idéia genial e falei que no próximo comercial ele teria. Providenciamos então uma dentadura para o Tião e incluímos mais um esquete, no pacote mensal que era gravado nos estúdios do SIR Laboratórios, em Curitiba. E o Tião foi para o ar na semana seguinte expondo um belo sorriso completo, não tão sincero como o de Carlos Henrique, mas surpreendente.
Depois daquele dia na Provarejo, nunca mais tive contato com o Carlos Henrique. Mas aquele breve encontro me fez entender o motivo do seu sucesso como garoto propaganda: a autenticidade. O sorriso que ia para o ar era o mesmo que ele emprestava às pessoas do seu dia-a-dia. Era espontâneo, era natural, era autêntico. Não era o sorriso exigido pelo diretor de cena. Por isso ele conseguia tanta empatia com o público, que permaneceu por muitos anos fiel ao sorriso Sendas."

Do redator Claudio Ortman (Ipatinga - MG):

"Conheci o Carlos Henrique lá pelos anos 80, quando a sede da Giovanni ainda era na Rua Santa Amélia, na Tijuca. Sempre sorridente, simpático e ostentando sua habitual marca registrada: o polegar erguido em sinal de positivo. O mesmo que o popularizou nas campanhas da Sendas.
Ouvi histórias engraçadíssimas dele e sobre ele. Uma delas dizia que lá ia o Carlos Henrique pela Avenida Atlântica, mais ou menos no horário do almoço, no banco do carona do carro de alguém da agência, quando o sinal fechou. Ao seu lado, parou outro carro tendo uma mulher ao volante. Ela olhou, naturalmente, para o carro onde estava o nosso personagem, como olharia para qualquer outro que estivesse ali. Ao perceber que se tratava de alguém que lhe parecia familiar, olhou mais uma vez, outra e mais outra.
Carlos Henrique percebeu que estava sendo observado e, certamente, que havia sido reconhecido. Mas a motorista não fez nenhuma menção de falar com ele. Apenas, ficou olhando repetidamente, demonstrando que estava reconhecendo-o. Mas parecia estar tendo dificuldade de lembrar-se exatamente quem era ou de onde o conhecia. E ficaram ali, naqueles segundos que pareciam uma eternidade: Carlos Henrique, de rabo de olho, como que esperando por uma reação dela que, por sua vez, não tirava os olhos tentando puxar da memória que era aquele homem.
O sinal abriu e, no momento em que os carros começaram a andar, bastou um gesto dele para ela ter certeza de que realmente o conhecia: discretamente, ele ergueu o polegar pela janela, sem esconder um sorriso discreto, de satisfação e vaidade no canto da boca, por ter sido reconhecido.
Grande Henry Charles. Com certeza, Deus também ergueu o polegar para recebê-lo."

De Valois Corrêa, redator da Contemporânea
"Marcio.
Trabalhei com o Carlos Henrique, na Giovanni, durante uns 3 anos. Ele sempre foi muito fiel à Sendas. Houve uma época em que adoeceu e comentou com o pessoal da agência: "Estou com hérnia de Sendas!"
Quando alguém tentou corrigi-lo, dizendo que a hérnia era de disco, ele se levantou, dizendo que "essa hérnia aí é da concorrência e eu não tenho hérnia da concorrência. A minha é da Sendas." Aí piscou o olho, abriu um sorriso e foi embora.
Grande sujeito e um bom chefe. Vai deixar saudades.
Forte abraço,
Valois"

De Dinoel Sant Anna, da Disa Produções
"Prezado Márcio,
Por uma dessas circunstâncias inexplicáveis não li o site nos dois últimos dias. Com grande pesar, só hoje fui informado, pelas excelentes locutoras Eloá Dias e Zezé, sobre o falecimento do Carlos Henrique. O Inesquecível.
Porém, seria imperdoável deixar de reivindicar uma homenagem para essa nobre figura com quem convivi a partir dos anos sessenta. Afinal, com ele aprendi inúmeras lições de vida e de locução. Importante é que os mais jovens saíbam que o Carlos Henrique não era apenas a voz, o sorriso simpático e o polegar em sinal de positivo. Antes de Sendas a carreira do excepcional locutor já estava consolidada.
Ao longo dos meus anos, como locutor de comercias, trabalhei com inúmeros talentos, mas nenhum entrava num estúdio tocava piano, contra-baixo, bateria, cantava e fazia a locução, com várias vozes, como ele. Modestamente construi minha carreira embalado, como criança, pelos ensinamentos e conselhos que dele recebi.
Portanto, pela obra que deixa para a publicidade essa inigualável figura, aproveito para sugerir que seja instituído o "Prêmio Carlos Henrique de Locução Publicitária" que, sem qualquer exagero, homenageará um homem que dedicou-se com todo talento bem servir a propaganda. A sugestão está dada, espero que o Clube de Criação se sensibilize e acate essa idéia. Atenciosamente. Dinoel Sant Anna (Diretor da Disa Produções)"

ABA defende as mesas-de-compras

A Associação Brasileira de Anunciantes - ABA distribuiu um comunicado ao mercado com a sua posição oficial sobre as críticas que a Associação das Produtoras de Som - Aprossom fez à Telefônica, por esta estar cotando trabalhos das produtoras sem a interveniência das agências de propaganda.
Esta é a íntegra do documento:

Os anunciantes e os processos
de compra de suprimentos de marketing

Em vista de recentes manifestações a respeito da legalidade, validade e ética dos processos de compra de suprimentos de marketing por parte das empresas anunciantes, a ABA quer esclarecer alguns pontos relevantes sobre a questão:

  • A existência de processos, sistemas e áreas especializadas em compra de suprimentos pelas empresas é prática empresarial essencial para manter a competitividade das organizações, uma obrigação da gestão das companhias para com seus acionistas e um mecanismo importante de redução do preço de produtos e serviços ao consumidor final.
  • Tais processos de compra são bastante diversificados e conhecidos por uma variedade de denominações, como procurement, searching, mesa de compras, pregões e outros mais – mas todos se encaixam na obrigação das organizações em adquirir qualidade crescente por preço decrescente.
  • Apesar de suas peculiaridades, a área de marketing deve ser considerada como todas as demais para efeitos dos mecanismos de compra de suprimentos e um esforço gradativo de ajuste dos processos utilizados está na pauta de diversas organizações, que se deram conta do grande potencial de melhoria na aquisição de produtos, serviços, conhecimento e tecnologia aplicável às atividades mercadológicas.
  • Tais procedimentos mais contemporâneos e eficientes de compra de suprimentos de marketing são perfeitamente legais, válidos e éticos – desde que respeitadas as peculiaridades de cada item, as determinações legais aplicáveis a cada caso e o objetivo maior de contratar a melhor alternativa técnica pelo preço mais conveniente para a empresa cliente.

A ABA informa também que, devido à crescente importância e complexidade da compra de suprimentos de marketing, seu novo Comitê de Gestão Financeira de Marketing já listou entre suas prioridades a análise dessa questão, visando consolidar o conhecimento e as melhores práticas existentes no Brasil e exterior e oferecer, nos próximos meses, um documento referencial a suas associadas e ao mercado em geral.
ABA - Associação Brasileira de Anunciantes

Com saudades do tempo em que organizações adquiriam qualidade crescente pelo preço justo, a Janela não pode deixar de observar o efeito de empobrecimento em cascata que este novo processo gera.
Me parece razoável imaginar que quanto mais as empresas aviltarem os preços pagos aos seus fornecedores, menos estes terão para pagar aos seus profissionais, que terão menos ainda para consumir os produtos vendidos pelas empresas, realimentando o ciclo de depreciação da economia.

Reforços do Mercado

Lance! (Rio - RJ) - A ex-editora executiva do Jornal dos Sports Milena Beffa assume a coordenação de arte do Diário Lance! Milena também presta consultoria como gerente de produto das obras gráficas do grupo Diários Associados do Jornal do Commercio e já teve passagem como diretora de arte na Rede Globo e Jornal O Globo.