Sindicato do Rio também contesta concorrência
A decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro, de distribuir a verba
publicitária deste ano, no valor de R$ 100 milhões, entre cinco
agências, três de outros Estados (São Paulo, Pernambuco e Ceará)
e somente duas do Rio também mobilizou o Sindicato dos Publicitário
do Rio de Janeiro, que esta semana, em conjunto com a Federação
Nacional dos Publicitários, enviou três anúncios de protesto
para os jornais cariocas pedindo a veiculação gratuita.
Em correspondência a seus associados, Valadão deixou transparecer,
no entanto, seu temor de que as peças não fossem exibidas, apesar
de não deixar claro o porquê. "Como não podemos garantir
sua veiculação, estamos enviando-as em anexo", explicou.
Clicando em cada uma das imagens ao lado, o leitor da Janela poderá abrir
o anúncio respectivo em seu tamanho original. De qualquer forma, reproduzimos
abaixo os textos das peças assinadas pelo Sindicato dos Publicitários
do Rio e pela Federação Nacional dos Publicitários:
TRÁFICO DE PROPAGANDA
Contas publicitárias do Rio de Janeiro estão sendo desviadas para
São Paulo, Recife e Fortaleza. E o pior é que nem dá para
chamar a polícia: quem está autorizando é o próprio
Governo do Estado. Tudo devidamente legalizado, com concorrência no valor
de 100 milhões de reais para atendimento das contas publicitárias
do Estado do Rio de Janeiro. Para não haver dúvidas, todas as
agências credenciadas para a concorrência foram aprovadas na fase
inicial. Dizem que foi para nenhuma poder entrar com recurso e arriscar melar
o processo.
De todas, inicialmente consideradas aptas, foram escolhidas duas agências
do Rio: a multinacional Giovanni/FCB e a Agência3, que já vinham
atendendo o Governo há tempos. E para surpresa geral, três agências
de fora levaram a maior parte do pacote: 60 milhões de reais serão
movimentados por paulistas, cearenses e pernambucanos.
Os publicitários do Rio ficaram duplamente surpresos. Primeiro, porque
profissionais de outros estados não conhecem, como eles, as sutilezas
dos mercados carioca e fluminense. Segundo, porque se antes o esvaziamento se
dava pela fuga de empresas para outras praças, evitando a violência,
a política equivocada de impostos e a falta de incentivos, agora é
pela colaboração direta de quem devia estar preocupado com a Economia
local. Socorro! Chame o ladrão!
A PROPAGANDA É NOSSA!
O Governo do Rio de Janeiro está sendo, no mínimo, incoerente.
For um lado, enfrenta a Petrobras para construir uma refinaria em Campos, com
a justificativa de criar empregos para os cidadãos fluminenses.
Por outro lado, escolhe agências de propaganda de Fortaleza, Recife e
São Paulo para atender suas necessidades de Comunicação.
Isso não é ajudar a criar empregos para cearenses, pernambucanos
e paulistas?
O resultado da concorrência manteve a carioca Agência3 e a multinacional
Giovanni/FCB, que vêm atendendo o Estado desde o Governo Garotinho.
E, estranhamente, escolheu três agências de fora, que não
têm escritório no Rio, não têm pessoal no Rio e sequer
são conhecidas do mercado como agências de renome. Pelo que se
sabe, ao menos uma delas teria sido implantada recentemente, para participar
da concorrência.
Qual o critério usado pelo Governo para preterir outras agências
do Rio de Janeiro?. Será que entre as agências que apresentaram
propostas não havia agências cariocas ou fluminenses capazes? Será
que os cearenses, pernambucanos e paulistas conhecem mais de Rio de Janeiro
do que as agências daqui?
Dona Rosinha e seu marido têm toda razão em lutar pela refinaria.
Mas a propaganda tem de ser nossa também!
OS PUBLICITÁRIOS CARIOCAS QUEREM CHEQUE CIDADÃO
O mercado publicitário carioca está se esvaziando ano após
ano.
Empresas de porte foram embora do Estado, fugindo da violência. da nossa
política de impostos, da falta de incentivo. E levaram junto suas contas
publicitárias.
Muitas agências de publicidade do Rio de Janeiro já fecharam as
portas. E as que ficaram fazem o possível e o impossível para
manter o mercado ativo, proporcionar empregos e girar dinheiro dentro do Estado.
Centenas e centenas de profissionais especializados, secretárias, boys,
contadores, recepcionistas, telefonistas, pessoal de informática e tantos
outros engrossam as filas de desempregados. E, junto com os donos de agência,
esperavam ansiosamente o resultado da concorrência do Governo do Estado
para atendimento da publicidade do Rio de Janeiro. Os 100 milhões de
reais estimados no edital de concorrência iriam ajudar a revitalizar um
pouco o mercado. Mas o Governo que luta pela refinaria da Petrobras no Estado
pensa diferente quando o assunto é publicidade: escolheu três agências
de fora para dividir com a Giovanni e a Agência3 o dinheiro que poderia
dar uma força aos publicitários daqui. Paulistas, cearenses e
pernambucanos foram contemplados no lugar de cariocas e fluminenses.
Diante disso, só resta um pedido a dona Rosinha e ao Garotinho seu marido,
que, aliás, foi quem conduziu todo o processo da concorrência:
cheque cidadão para os publicitários. Urgente!
Ogilvy troca a direção
no Rio
Depois
de a notícia ter vazado na imprensa, a Ogilvy distribuiu uma nota oficial
informando que o Vice-Presidente Executivo e Diretor de Criação
da Ogilvy Rio, André Eppinghaus (foto), deixa a agência no próximo
dia 12 de abril. Diz o texto:
"Assumi um compromisso com Sérgio Amado e ele foi cumprido. Saio por
vontade própria e para desenvolver outras idéias e negócios
que amadureci em onze anos de muito trabalho", afirma Eppinghaus, que prefere
não revelar ainda detalhes sobre seus planos. "A Ogilvy foi uma das
grandes experiências da minha vida profissional, talvez a maior. Mas acredito
que chegou o momento de embarcar em vôo solo", conclui Eppinghaus.
O release ainda relaciona os principais pontos da carreira de Eppinghaus:
"Uma das principais lideranças criativas do mercado, Eppinghaus tem
31 anos e começou sua carreira como redator na DPZ; também acumula
passagens pela Metrópolis, J.Walter Thompson e Propeg. Foi Presidente do
Clube de Criação do Rio de Janeiro entre 1999 e 2001, e hoje é
membro da diretoria da entidade. Assumiu a Ogilvy Rio em outubro de 2001 e deixa
agora a agência com o dobro de marcas ativas, além de ter se tornado
membro do CADRE, grupo que reúne os 20 escritórios mais criativos
da Ogilvy & Mather Worldwide."
De acordo com a nota,entre os principais clientes da Ogilvy no Rio estão
a Coca-Cola (Fanta e Sprite); Souza Cruz (Free, Hilton e Ritz); GlaxoSmithKlein
(Sonridor, Sonrisal, ENO, Phillips e Scott); e todas as marcas da Castrol e Michelin,
cujo planejamento e criação para a América Latina estão
centralizados na agência. O Diretor de Criação, Flávio
Horácio Azevedo, passa a se reportar à VP Nacional de Criação,
Adriana Cury.
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