Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.
Thompson abre mão do Citibank
A J. W. Thompson-Rio desistiu de vez de brigar pela conta do Citibank e abriu mão de atender o seu Personal Bank, dirigido a clientes pessoas físicas.
Há menos de dois meses, o escritório da Thompson em São Paulo, havia perdido a parte da conta empresarial daquele banco, além do Credicard, do qual o Citibank participa. Isto, porém, não foi o fator determinante a levar o escritório carioca a se separar do Citibank, conforme afirma Roberto Leal, vice-presidente da agência e responsável pela operação no Rio.
O desinteresse foi "pela maneira com que este cliente se relaciona com suas agências", garantiu Leal. O Citibank-Rio oficialmente tinha a sua conta dividida entre a Thompson e a VS Escala. Apesar disto, os limites entre as duas agências há muito tempo não estavam bem claros, e, por várias vezes, o mesmo briefing foi passado para as duas agências desenvolverem separadamente, queixou-se ele.
Algumas vezes, esta indefinição acabou beneficiando a Thompson. Roberto Leal admite isto. Mas houve casos, ressalvou Leal, em que a agência já estava até desenvolvendo pré-teste da campanha quando descobria que a da agência concorrente estava sendo veiculada.
Há exatamente três semanas, aliás, esta coluna publicou uma nota procurando esclarecer a confusão que estava saindo na imprensa sobre "quem detinha a conta do Citibank". Principalmente porque no Rio, além da VS e da Thompson, a agência Urbana, recém-fundada por Toni Lourenço (exredator da Thompson), também afirmava ter o Citibank como seu cliente. No que estava correto, aliás.
Sobre um cliente dividir sua conta, o diretor da Thompson-Rio garante não ter nada contra. Desde que ele saiba qual o pedaço que efetivamente lhe caberá, como ocorre por lá com os clientes Brahma e Royal. "Não podemos é manter um cliente sobre o qual conhecemos os custos mas não podemos planejar as receitas", explicou Leal.
De sua parte, Roberto Leal já deixa o aviso. Agora, a Thompson-Rio está liberada e vai partir para a prospecção de algum outro cliente carioca da área financeira, que Roberto considera muito importante para a agência ter em sua carteira.
Na VS Escala, a notícia sobre a decisão da Thompson foi recebida sem surpresa. Carlos Alberto Carmo, diretor de operações da agência, diz que desde a diminuição dos vínculos da Thompson com o Citibank na matriz em São Paulo, alguma modificação no Rio também poderia se prever.
O Citibank, no entanto, assegura Carlos Alberto, não deu qualquer outra informação se a parte que estava na Thompson passaria a se concentrar na VS ou se outra agência passaria a participar do bolo.
A nova DM-9 quer chegar às cabeças
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Duda Mendonça, Nizan Guanaes e Domingos Logullo, os sócios da DM-9 |
A partir de 1º de julho, a DM-9 já estará operando com escritório em São Paulo, dirigido por Nizan Guanaes e Domingos Logullo, os novos sócios da agência, que passou a ter ainda a participação de 34%, na sociedade, da Icatu, holding que administra os negócios da família Almeida Braga.
As linhas gerais da associação foram por demais publicadas na imprensa brasileira. Aqui na coluna, vamos aproveitar para contar o que mais deu para ouvir no dia da reunião com a imprensa especializada:
1 - Na nova sociedade, Nizan Guanaes e Domingos Logullo ficam com 19% cada um, e João Augusto Valente 3%. Os 25% restantes ficam com a Nove Publicidade, empresa na qual se transformou a antiga DM-9, e da qual Duda Mendonça participa com 70% (os outros 30% são de seus antigos sócios na agência). O capital social inicial é de 1 milhão de cruzados novos.
2 - Até o final do ano, a DM-9 pretende ter 19 profissionais, em todas as áreas operacionais de uma agência de propaganda. Em dois anos a meta é estar entre as 15 maiores e melhores do mercado brasileiro.
3 - Duda Mendonça fica com a administração da agência na Bahia. Ele negou que tivesse se aposentado, e tivesse passado a se dedicar apenas a galos de briga e a pescarias. O seu afastamento da operação baiana nos últimos meses foi, segundo ele, uma estratégia para que Nizan Guanaes pudesse ocupar maior espaço e ser aceito pelos funcionários. A estratégia acabou permitindo que ele tirasse férias bem aproveitadas.
4 - Nizan Guanaes é que foi o articulador da entrada da Icatu na sociedade. Nizan disse no almoço que acabou o tempo em que o criador, para crescer na profissão, tinha que ficar só sentado na máquina de escrever e na prancheta. Agora, diz ele, o homem de criação tem que entender muito bem do negócio da agência. Pode ser detalhe, mas Nizan estava impecável de terno e gravata na coletiva.
Duda foi de esporte.
5 - Domingos Logullo estava radiante com a perspectiva de partir para o seu próprio negócio. Ele deixou transparecer que, nos últimos tempos, sua participação na Salles, uma agência de enorme porte no mercado brasileiro, não estava propriamente lhe satisfazendo. Principalmente por sua formação como criador, que tanto precisa ter a cabeça revigorada.
6 - A perspectiva de um escritório da DM9 no Rio fica adiada por muito tempo. Apesar disto, Nizan garantiu, que, por sua parte, não pretende abrir mão da conta do Jornal do Brasil.
7 - Por enquanto, a DM-9 não está vinculada a nenhum candidato à presidência. Nos planos da agência, em princípio não há a proposta de buscar contas de governo. Mas Duda admitiu que já tem acertado com seus sócios a possibilidade de se licenciar da agência brevemente para trabalhar na campanha de Fernando Collor de Mello, com quem já atuou nas campanhas eleitorais pela prefeitura de Maceió e pelo governo de Alagoas. Duda lembra que, inclusive, aquela marca de Collor com as cores verde e amarela é criação da DM-9.
MKTMIX
• VAMOS BUSCAR INSPIRAÇÃO: No próximo dia 13 de junho, às 20 horas, no Copacabana Palace, os publicitários cariocas poderão assistir à mostra dos filmes premiados em 88 no 35º Festival de Cannes. A promoção é da Promocine (220-6835), Pubblicità & Esquire (286-5343) e Eugênio Produções (325-0999 e 325-0105), que estão dando os convites gratuitamente a quem Ihes telefonar. Para o publicitário brasileiro se manter bem informado sobre as tendências da propaganda, esta é uma exibição imperdível, mesmo se referindo ao material do ano passado.
• THOMPSON MOSTRA A SUA CARA: O escritório da J. Walter Thompson em São Paulo está reagindo com vigor às recentes perdas do Citibank e do Credicard.
A agência começou por buscar maior participação nas contas que já atende. Por exemplo, ela conquistou agora as contas das griffes masculinas Pierre Balmain e Ted Lapidus, que estão licenciadas no Brasil através da São Paulo Alpargatas. E na Kodak, a Thompson conseguiu concentrar todo o atendimento, que antes tinha a participação de pequenas agências paulistas.
• GENTE QUE VAI E QUE VEM: Neil Ferreira encerrou a sua fase de free-lancer - que lhe valeu matéria na Exame sobre "como dispensar patrões" - e voltou para agência. No caso a Salles, que agora sem Domingos Logullo dá espaço para a entrada de outras estrelas. / / / A GTM&C contratou Sebastião Roque para assumir a sua diretoria de mídia, em São Paulo. Ele vem das Organizações Globo. / / / A F.J.Y&R Propaganda conta agora com Paulo de Almeida em sua criação. Com 44 anos, ex-McCann e Salles, ele tem campanhas famosas no currículo, como o Pneu Aço da Good Year, Revista à Tropa da Black & Decker e Maestro para o Diplomata da GM. / / / O Meridién Copacabana tem novo vice-presidente regional de marketing e vendas. É Ricardo Frankel, que voltou ao hotel depois de quase dois anos de ausência.
• PROPAGANDA É ISSO?: Confesso que fiquei confuso e voltei a pensar sobre o que a gente anda fazendo nas premiações publicitárias, quando li no Globo matéria sobre o comercial "Futebol", da Contemporânea, por conta do prêmio de "Comercial do Ano" que conquistou no Colunista (o sexto na sua trajetória). O filme é bem realizado, sem dúvida. Um dos melhores trabalhos de Chico Abreia como diretor. Mas o que me deixou confuso foi saber pela matéria que a agência, para vê-lo produzido - e talvez até convencer o cliente dos seus propósitos -, bancou nada menos que 70% (setenta por cento!) do seu custo. E nem assim o cliente ficou satisfeito, tanto que tirou a conta da sua agência a seguir.
Quer dizer, será que um comercial nestas condições concorre realmente em pé de igualdade com outros que precisaram passar pela completa aprovação e de ideia e da verba por parte dos clientes? O que o leitor acha?
• PUBLINEWS INVESTE EM PREFEITOS: Publinews criou um departamento - entregue ao jornalista Fernando Couto - para acompanhar de perto os recém-eleitos prefeitos do Estado do Rio. O chamado "Departamento de Comunicação Empresarial" mantém uma equipe acompanhando a atuação dos prefeitos e colocando a sua estrutura à disposição.
• FOI POR POUCO, AGRINCO: Este colunista agradece à Tecidos Agrinco pelo convite que enviou para assistir a apresentação da peça "Nos Tempos da Opereta" e o lançamento de sua coleção de primavera-verão. Não deu pra ir por um pequeno detalhe. É que o convite só chegou no dia da apresentação. Na verdade, poucas horas antes.
• TELEFONE, APESAR DA TELERJ, FUNCIONA: Usar o telefone, no Rio de Janeiro, não é das atividades mais fáceis. Ainda assim, ainda é o meio mais prático de comunicação à distância. Quer dizer, quem precisar falar com este colunista pode telefonar à vontade para 552-4141, em horário comercial.
Não tenham medo. Eu juro que atendo todos os telefonemas.
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