Se a concorrência da Secom era para três agências, por que a Presidência da República vai ficar com duas, só porque a NBS decidiu ir embora de Brasília?
Foi seguindo essa lógica que as agências Fields — 7ª colocada — e Nova/SB — 8ª colocada — deram entrada em petições para serem consideradas para a vaga, ao menos enquanto o ministro Fabio Faria — ao qual está agora subordinada a Secretaria de Comunicação de Bolsonaro — não resolve lançar a sua nova concorrência de publicidade.
Mas, como assim, a 7ª e a 8ª querendo ficar no 3º lugar?
A fila andou
Pra relembrar, a concorrência da Secom em 2017, com Michel Temer ainda presidente, foi extremamente conturbada. Pra começar, NBS, Young & Rubicam e DPZ&T começaram ocupando os primeiros lugares na fase técnica. Só que, dois meses depois da divulgação destes resultados, a Y&R surpreendeu todo mundo abrindo mão de participar da conta, cuja verba era de R$ 208 milhões.
Sem ela, subiu a 4ª colocada, a Calia/Y2, que até já havia recebido a boa notícia de que poderia estar sendo incluída no grupo das três, quando a comissão de licitação resolveu desclassificar a DPZ&T. Motivo? Ela ter se descuidado e colocado que sua proposta tinha validade de 60 dias e não 90, como pedido no edital.
Na fase seguinte, mais um aparente erro da DPZ&T foi aproveitado por outra concorrente, a Artplan, 6ª colocada. A agência dos Medina apontou que a DPZ&T não provou participar do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf). A DPZ&T até entrou com recurso, mas não adiantou. Ficou de fora de vez.
E, embolando ainda mais a história, a 5ª colocada, a Fischer, também não sobreviveu à fase da documentação.
Resultado: no final, assinaram o contrato a NBS (originalmente a 1ª colocada), a Calia (4ª) e a Artplan (6ª). E as duas seguintes na fila viriam ser a Fields (7ª) e a Nova/SB (8ª).
A novela não acabou
O que a Fields jamais esperaria é que, 7ª colocada na disputa, um dia teria chance de chegar perto do pódio. Se foi por isso ou não, o representante da agência se atrasou na sessão de habilitação dos documentos e a agência sequer conseguiu ser considerada habilitada a poder um dia a pleitear a conta.
Na época, admitem os diretores da agência, eles respiraram fundo e resolveram deixar pra lá. Afinal, no 7º lugar? Estavam muito longe!
Daí chega 2020 e começa a circular a notícia de que a NBS, dona do 1º lugar na concorrência, iria deixar Brasília.
A Fields acionou advogado e decidiu entrar na Secom com o pedido de ter sua documentação de habilitação, de 2017, agora aprovada. A Secom ainda não respondeu nem que sim nem que não para a agência.
E a Nova/SB, seguinte na lista, como foi habilitada na época, também tomou coragem, sentindo-se em pleno direito de ocupar a vaga. A agência também não teve resposta à sua solicitação.
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