EM PRIMEIRA MÃO – A Dentsu Aegis Network (DAN) decidiu não renovar o contrato que sua agência NBS tem em Brasília com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A agência, que conquistou a conta em 2019, tinha assinado a renovação em 2020 por R$ 6 milhões, valendo até 02/07 deste ano.
A Janela já havia registrado em abril último (veja abaixo) que a NBS não renovou com a Secom a verba adicional que o órgão havia acrescentado às contas da Artplan e da Calia. Agora, a decisão implica em que a agência não assine sequer uma eventual renovação que a Secom decida fazer enquanto não sai com sua prometida concorrência.
Procurada pela Janela, a assessoria da DAN confirmou a notícia mas garantiu que “seguirá honrando suas entregas até o término da vigência dos mesmos”.
Reflexos da CPI?
Não deve ser fácil para os dirigentes da DAN no Brasil explicar para os japoneses que comandam a rede internacional as peculiaridades nas relações das agências brasileiras com as contas públicas. Tanto que, em 2020, o grupo decidiu cancelar várias de suas relações federais, inclusive encerrando as atividades dos escritórios da Isobar, mcgarrybowen e MKTG de Brasília. Mas a NBS foi mantida, atendendo no mercado local a Secom, o TSE e o BRB (conta cujo contrato terminou em fevereiro deste ano).
Até que, no último dia 10/06, a CPI que investiga os descuidos do Governo Federal no combate à pandemia da Covid-19 resolveu envolver também as três agências que atendem a Secom na sua investigação, quebrando seus sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal.
Imaginem Eduardo Bicudo, CEO da Dentsu Aegis Network, tendo que dar a notícia à matriz do grupo?
Segundo analistas do mercado, pode ter sido a gota d’água que acabou na decisão desta semana. Brasília nunca mais.
E o TSE, como fica?
Na concorrência em que a NBS conquistou a conta do TSE, a agência superou em pontuação (veja matéria de 2019 abaixo) as agências Nova/SB, Escala e DeBrito. Ou seja, saindo a NBS da frente, a Nova/SB teria todas as condições de pleitear assumir o posto, já que ela também passou pela fase final, de habilitação dos documentos.
Vale lembrar que em 2022 o país terá uma eleição majoritária, para presidente, governadores e prefeitos. E o TSE terá obrigatoriamente que anunciar suas campanhas educativas. Nenhuma agência com bom-senso perderia essa oportunidade.
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