A tentativa do Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) de realizar um ranking estadual de agências por compra de mídia levou a um resultado totalmente distorcido, ao menos nas listagens de fora de São Paulo — o que ficou muito claro no Rio de Janeiro e em Brasília — por conta da falta de informações que deveriam ter sido fornecidas pelas próprias agências.
Para se ter uma ideia, a listagem fluminense tem apenas seis empresas, o que está longe de representar o mercado. Para se ter uma comparação, só o site do capítulo carioca da Associação Brasileira de Agências (Abap Rio) informa ter 12 associadas, enquanto o do Sindicato das Agências do Rio (Sinapro-RJ) lista 50 filiadas.
No ranking estadual divulgado pelo Cenp, estão somente, do Rio de Janeiro, pela ordem: Artplan Comunicação S/A, 3A Worldwide Ltda., Binder+FC Comunicação Ltda., Script Marketing & Design Ltda., GLDois Comunicação Ltda. EPP e Aretê Propaganda Ltda. A GLDois é razão social da GL Comunicação, do publicitário Marcello Ferreira. E a Aretê é a agência comandada pelo criativo Hayle Gadelha.
No caso de Brasília, a situação é até mais dramática, com apenas uma agência listada no documento do Cenp, a Cafeína.
A questão, portanto, é: valerá mesmo a pena um órgão tão importante do mercado publicitário ir pra rua com um levantamento precário assim?
O outro lado
Caio Barsotti, presidente do Cenp, explicou à Janela que não depende apenas da entidade a presença de mais agências na lista. “Antes de tudo, é preciso que os dirigentes das agências estaduais tomem a decisão de participar com suas informações. Além disso, muitas agências não tiveram as condições técnicas para enviar seus dados”, explicou o executivo.
De qualquer modo, Barsotti adianta que já está em estudos no Cenp a possibilidade de que escritórios regionais das grandes agências possam ter seus dados contabilizados independentemente. Por exemplo, a WMcCann Rio seria rankeada junto com as agências fluminenses, para dar um retrato mais preciso dos mercados regionais.
Esta proposta está sendo tratada tanto pela área técnica — para viabilizar a emissão do relatório — quanto pelo conselho do Cenp, que poderá ou não aprovar a iniciativa.
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