A Caixa Econômica Federal cortou R$ 449,2 milhões — cerca de dois terços — de sua verba de publicidade em 2019, em relação ao valor investido em 2018. A informação foi publicada como um dos destaques nas Demonstrações Financeiras do Exercício de 2019 da estatal, reproduzidas esta sexta, 06/03, no Diário Oficial da União.
A redução teria sido resultado do compromisso da nova gestão da Caixa em “ser um banco rentável”, através de “aumentar a eficiência operacional e gerar resultados de longo prazo, capazes de sustentar a atuação da sua operação, potencializar negócios e dar transparência aos processos”.
O corte na verba de Propaganda, Publicidade e Patrocínio foi citado pela Caixa como sendo “economia”. A estatal cita que “o valor gasto em 2019 foi de R$ 213,3 milhões, ante R$ 662,5 milhões gastos em 2018, uma redução de 67,8%”.
A conta da Caixa foi conquistada em 2018, através de concorrência, pelas agências Artplan, Nova/SB e Propeg. O contrato inicial previa uma verba de R$ 450 milhões. No entanto, como em todo contrato com órgão de governo, o item seguinte ao que discriminava o valor da verba, no edital de licitação, dizia que “a Caixa se reserva o direito de, a seu juízo, utilizar ou não a totalidade do recurso previsto”.
Em meros 23 dias depois de posse, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar, em seu Twitter, que teria zerado os gastos com publicidade da Caixa e do Banco do Brasil. Questionada pela Janela, a Caixa enviou comunicado de que o órgão estaria revisando seu orçamento de publicidade para 2019 e, portanto, não poderia informar, ainda, quanto seria gasto em publicidade naquele ano.
Em março, porém, a Janela também registrava que, na renovação dos seus contratos com as agências licitadas, a verba já ficava estabelecida em R$ 337,5 milhões.
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