Se o objetivo do presidente Jair Bolsonaro era conseguir mídia gratuita para o comercial “Selfie”, do Banco do Brasil, ele foi extremamente bem sucedido. A peça voltou a ser exibida hoje nas centenas de sites que estão noticiando que o Ministério Público Federeal do Rio Grande do Sul entrou com ação civil pública, na quarta-feira, 08/05, para que a peça retorne à mídia, como estava no plano proposto pela agência WMcCann. O pedido foi assinado por Enrico Rodrigues de Freitas, procurador regional dos Direitos do Cidadão, em conjunto com o Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual.
O MPF ainda pede que o Governo pague R$ 51 milhões por ter causado dano moral coletivo. O valor serviria para campanhas de combate ao racismo e à homofobia.
O comercial, que irritou Bolsonaro, exibia uma série de influenciadores jovens — alguns deles negros — para atingir uma nova faixa de público para o Banco. Segundo o presidente, o filme não é da “linha” de pensamento dele e que a “massa quer respeito à família”. Mas não explicou o que no comercial desrespeitava a família brasileira.
Informações que chegaram à Janela, no entanto (mas que o BB não divulgou oficialmente), garantem que, no período em que a peça foi veiculada, de 31 de março a 25 de abril, o Banco do Brasil recebeu um aumento de 38% no volume de abertura de contas.
Nas suas alegações, o MPF-RS diz que houve “ofensa à Constituição da República, que veda o preconceito com base em raça ou de orientação sexual e de identidade de gênero, o que inclui o preconceito denominado LGBTQfobia, bem como qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.”
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