Últimas lembranças de Nova York
BRASIL
FASHION - Não é só na França
que o Brasil está na ordem do dia. Em Nova York o Brasil
está na moda. Várias grifes incluem palavras brasileiras
em suas coleções. A badalada Diesel não só
manteve uma coleção baseada em Brasília, a
"Future City", como convidou o designer brasileiro Lobo
para desenvolver uma imagem para sua nova série baseada em
sonhos.
É dele o pinkfloydiano sonho "Acid pigs fly over me" (http://www.youtube.com/watch?v=BX7iWUg7nKY).
Aliás, vale citar que é uma cadeira dos irmãos
Campana que ilustra o catálogo da área de design do
novo MOMA, o Museum of Modern Art. Sem falar que na área
de fotografia do museu está exposto o brasileiro Vik Muniz
e na de arte moderna os nossos Hélio Oiticica e Lygia Clark
marcam a presença tupiniquim.
Mas o maior destaque do Brasil está na Nike, cuja loja Niketown
(6 East 57th St.) está com toda a fachada decorada com a
coleção de verão "Brasil. The Rhythm and
Art of Movement". E Brasil com "S"!! Quem conhece
o Brasil não identifica lá muito bem as locações
das fotos e a camiseta fala na "Praia do Ipanema", mas
é o Brasil sem ser capital da Argentina.
FARENHEIT 50 - O cara que levar para
Manhattan aqueles relógios-termômetros de rua que temos
no Rio vai ficar rico. Até aceito a tese de que todo novaiorquino
tenha relógio, mas será que eles não se interessam
em saber a temperatura? Numa cidade que faz 10ºC debaixo do
sol na primavera, eu senti a maior falta dos termômetros de
rua.
WASTE
CITY - Nova York é a capital do desperdício,
com toneladas de copos de isopor, guardanapos, talheres descartáveis
e embalagens plásticas jogadas no lixo depois dos almoços
comprados a peso nas delis espalhadas por toda a cidade. Não
deixou de me chamar a atenção, por isso, a atitude
econômico-ecológica da rede de cafés Starbucks
de usar usar um invólucro térmico em seus quentíssimos
copões de café que as pessoas realmente saem carregando
pelas ruas para combater o frio trazido pelo vento gelado que corta
as avenidas. O invólucro é feito, segundo informações
nele impressas, de 60% de fibras recicladas de materiais já
utilizados pelos clientes. E a rede garante que a peça usa
45% menos material que um segundo copo de papel, o que não
deixa de ser um ótimo institucional com os ambientalistas.
Em tempo: segurar o copo por baixo para a foto não foi coisa
de tapado. É que ele já estava vazio.
SAME OLD, SAME OLD - Lyle Shemer é
um talentoso redator da DCA, a agência da japonesa Densu em
Nova York. Leitor da Janela, viu na coluna que estaríamos
no St.James e ligou para o hotel. Como já namorou uma brasileira,
fala português flunte e adoraria vir trabalhar no Rio. Tanto
que tem um classificado dele na seção de Profissionais
Disponíveis da Janela. Acabamos visitando a agência
e tendo um papo ótimo sobre as semelhanças e diferenças
da atividade publicitária nos dois mercados. Uma coisa ficou
clara que é exatamente igual: a dificuldade de relacionamento
entre atendimento e criação. Lyle está desenvolvendo
um decálogo -- que vai acrescentando à mão
numa cartolina presa na parede de sua sala, com regras a serem seguidas
pelos profissionais de atendimento que entrarem lá. Uma delas
diz: Jamais comece uma frase com "O cliente quer...".
:)
Quando o decálogo estiver pronto, ele prometeu mandar para
a Janela.
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GREAT BRANDS - Pra seguir a tradição
criada pelo Fábio Seidl da "Marca do Mês",
também trouxe duas de Nova York. A primeira é do Bar
Fedora, na 4th St. West. Não seria um ótimo nome para
um pé-sujo? Mas lá é mais uma casa típica
do Greenwich Village. Cujo neon -- um clássico -- descobri
que chegou a ser fotografado para fazer parte do banco de imagens
vendidas pelo fotógrafo Ron
Saari.
Mas a melhor marca que achei em Nova York foi numa prateleira da
rede de farmácias Duane Reade: o Ben Gay, que promete aliviar
dores nas costas com um calor profundo e penetrante. Imaginem o
deve ser ter que criar uma campanha para esse produto. Nem me arrisco
a pedir sugestões dos leitores...
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