Um pouco de maça não faz mal a ninguém
Os leitores me desculpem por ter
saído assim sem pedir licença, mas depois de quase 5
anos sem férias na Dinâmica me dei ao direito de passar
15 dias curtindo Nova York com meus filhos.
Apesar de a idéia ser mesmo descansar e me divertir, se der
tempo e conexão vou mandar algumas versões americanas
da Janela Internacional. A atualização das notícias
nacionais ficam para a volta. Como vocês com certeza também
lêem os outros sites de notícias
do mercado, não vão ficar sem informações.
:)
BORING - A publicidade continua não
sendo a melhor parte da TV nos Estados Unidos. Os comerciais que
simulam ser documentais dominam a propaganda americana. A fórmula
é simples: abre com uma ou muitas pessoas sorrindo e contando
porque são felizes usando o produto ou o serviço.
Daí corta para um letreiro com o logo, telefone, site, preços,
condições especiais de financiamento, restrições
de compra e uma dezena de outras palavras num corpo minúsculo
que nenhum ser humano é capaz de ler e que, obviamente, nem
o locutor lê. O site, aliás, é uma informação
corriqueira neste país com alto índice de acesso à
Internet.
BIG
- Não é novidade falar dos luminosos da Times
Square. Mas perto dali, na esquina da 42nd St. com 7th Av, a financeira
Washington Mutual colocou uma escultura realmente impressionante
(aparentemente em fibra de vidro) reproduzido a história
de João e o Pé de Feijão para mostrar o dito
João chegando ao castelo do gigante. O texto diz que "qualquer
que seja a casa dos seus sonhos, nós temos o seu empréstimo".
O conceito é meio "viagem", mas a peça de
mídia exterior não passa despercebida.
PLIM-PLIM - No hotel em que estou -
o St.James --, a TV a cabo exibe apenas uma dúzia de emissoras.
Entre elas, a única internacional é a Globo. Ao que
parece, passa tudo o que passa aí. Como, por exemplo, o suado
empate do Flamengo com o Ceará. Só que com todos os
patrocinadores e anunciantes voltados para o brasileiro morador
dos Estados Unidos. Tem de tudo. De anúncios dos shows do
Sérgio Reis e Filhos em Massashussets a institucionais da
Varig. No final do jogo do Flamengo, por exemplo, vi um comercial
estrelado pelo cantor Pery Ribeiro (os leitores mais velhos vão
se lembrar dele) falando bem da financeira Money One, de Connecticut!
HABEMUS PAPAM - Ouvi a notícia
do novo papa aqui nos Estados Unidos, com a imprensa noticiando
que o nome dele seria Benedict XVI. Juro que imaginei que em português
isso viraria Benedito XVI. Mas vi na Globo que virou Bento XVI.
Fui procurar na imprensa italiana e descobri que em Roma o nome
do papa é Benedetto XVI. Quem fez a tradução
para o português? Será o Benedito um nome impróprio
para um papa?
GIVE
ME MONEY - Escritórios de advocacia anunciam fartamente
em televisão, nos jornais, no metrô. Há sempre
uma chance de se tirar dinheiro de alguém. "Se você
sofreu um acidente", "se o seu filho nasceu com problemas"
etcetera etcetera, os argumentos não faltam. E como também
não faltam mexicanos, portoriquenos, chilenos e tantos outros
centro e sul-americanos desamparados em Nova York, esse escritório
da foto ao lado se apressou a ocupar o nicho, se apresentando como
"os advogados número um para hispânicos feridos"...
ADVERTISING CAN BE HARMFUL - A paranóia
dos processos por danos afetou dramaticamente a propaganda de medicamentos.
Os comerciais precisam ter pelo menos 30 segundos adicionais para
relacionar todos os riscos de efeitos colaterais do produto. O resultado
é sensacional. Enquanto a imagem mostra gente feliz - que
teoricamente usou o produto - o locutor vai avisando: "em diabéticos
este medicamento pode causar gangrena, se você tem úlcera
ela poderá ser perfurada" e daí por diante. Juro!
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