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           Rock in Rio, 
              a Disneylândia Brasileira do Pop 
             
             (Fábio 
              Seidl fez a cobertura do Rock In Rio Lisboa para a Janela credenciado 
              pela organização) - Se a vida começasse 
              agora, ia começar com um novo parâmetro de festivais 
              de música, fazendo todo mundo repensar como potencializar 
              os seus eventos. 
              Nunca houve nada como o Rock in Rio Lisboa, que terminou neste fim 
              de semana. Nem sou eu que estou dizendo, foram alguns dos 700 jornalistas 
              de vários países que estavam na sala de imprensa do 
              evento e com quem troquei idéia. 
              Tal como já havia acontecido na primeira edição 
              européia do evento, o Rock in Rio promoveu um espetáculo 
              de marketing em torno dos shows, com dezenas de grandes marcas criando 
              stands com atrações e entretenimento para o público, 
              incluindo um shopping onde faziam sucesso as nossas Havaianas, com 
              um modelo desenhado para o evento. 
              O show preparado pela Artplan e pela Dream Factory tinha tanta coisa 
              para fazer que era impossível curtir tudo num dia só. 
              Separei algumas ações que achei mais bacanas para 
              colocar aqui na Janela. 
              VODAFONE: 
              A operadora de celular tinha dois stands bacanas. O primeiro 
              era o Best Seat, que colocou participantes de uma promoção 
              num camarote regado e melhor posicionado do que o VIP (sem atrapalhar 
              o público). Para chegar lá, a rapaziada participou 
              de uma corrida de sofás (!) no centro de Lisboa. Também 
              se associou à marca O´Neil de roupas esportivas e criou 
              uma pista de neve (mesmo!) em pleno caloreba lisboeta pra galera 
              fazer snowboard, esqui e o famoso esquibunda, numa bóia. 
              AXE: 
              Em cima do conceito de que quem usa o desodorante passa o cerol 
              fininho, criou um stand que oferecia o produto e tirava fotos da 
              rapaziada com modelos-fetiche. O bonitão podia escolher entre 
              garotas de biquíni num colchão inflável na 
              piscina, camponesas deitadas numa toalha de picnic sobre a grama 
              ou policiais femininas com algemas. 
              TOYOTA: 
              Tinha um jogo à lá Roletrando do Silvio Santos. Aí 
              foi lá participar um moleque de uns 10 anos que ficou com 
              a tarefa de "vender" um carro para o público. O 
              guri, depois de falar das muitas vantagens do produto, finalizou: 
              "Esta merda até anda, pá!".  
             CONTROL: 
              A marca de preservativos fez um jogo pra destravar a molecada. Quatro 
              meninas do público escondiam as camisinhas nelas (não 
              valia na calcinha) e um rapazinho, também do público, 
              apalpava para encontrar e ganhar um brinde. Algumas "miúdas" 
              escondiam no decote, mas os garotões não foram salientes 
              a ponto de achar. 
              SAGRES: 
              O Brasil inspirou o stand da cerveja que criou uma "ilha" 
              com areia, piscina, barzinho e mulheres de fechar o comércio 
              dançando em roupas minúsculas. Tinha até uma 
              brincadeira chamada "Solte o Carioca que há em você", 
              com uma tal Professora Fernanda que ensinava o pessoal a sambar. 
              Uma loucura. 
              EMBRATUR: 
              A promoção mais procurada com eles: dava viagens para 
              o Brasil no stand da Embratur. Bastava tirar uma foto graçolas 
              como esta minha aí e escrevia uma frase sobre o nosso país. 
              SUMOL: 
              A marca de sucos repetiu o sucesso com seu Slide. Uma travessia 
              em que os incautos faziam por cima do público do festival 
              durante os shows. Mais ou menos um bondinho do Pão de Açúcar, 
              sem o bondinho. A fila para brincar chegou a quase 4 horas. 
             PLAYSTATION: 
              Um concurso de Karaokê para promover o jogo Singstar dava 
              8 PSPs por dia. No outro andar do stand, os últimos jogos 
              liberados pra galera jogar. 
              
              SAPO: 
              O provedor de Internet colocou uma bola plástica em que 
              você entrava, rodava feito um maluco por uma ladeira e tinha 
              que acertar numa trave lá embaixo. 
              
              
              
            ROCK IN VIPS 
               O 
              Banco Millennium, principal patrocinador do Rock in Rio, parece 
              ter se concentrado no camarote VIP, onde estava com exclusividade. 
              Ok, você também questiona essa onda de VIPs que assola 
              o Brasil e o mundo. Mas sua mãe, sua irmã, sua mulher, 
              namorada ou amante lêem Caras? Pois é.  
              O camarote, que foi cuidadosamente colocado sem atrapalhar o povo 
              era uma "ilha" dentro do evento. Dava para esquecer que 
              se estava no Rock in Rio. E, com certeza, os patrocinadores, seus 
              convidados e artistas passaram muito bem, num ambiente de altíssimo 
              luxo e profissionalismo. Existia até uma área dos 
              "mais VIPs que os VIPs", chamada Prestige.  
               Talvez 
              tenha tido um furo, que pode ter passado desapercebido: a marca 
              do Millennium que estava sendo projetada dentro da tenda aparecia 
              ao contrário para o público, como que dando-lhe as 
              costas. 
              Bem, o jornal Meios e Publicidade divulgou ontem o resultado do 
              recall do Rock in Rio e a marca mais lembrada pelo público 
              foi a Vodafone. Pode ser. Mas o Millennium vai sair na Caras e em 
              todas as revistas do tipo que falarem do RockinRio. E a audiência 
              vai ser muito maior. 
            IVETE DEIXA OS OUTROS ARTISTAS COMENDO POEIRA 
               Muita 
              gente achou a escalação do festival foi conservadora. 
              E foi. Sting, Santana, Guns N Roses (com o Axl errando Sweet Child 
              O´Mine e Patience, seus maiores hits, mesmo usando um teleprompter)... 
              só faltou o James Taylor, outro velho conhecido dos Rock 
              in Rios. Mas o Rock in Rio é um evento família e não 
              transgressor. Prova disso foi que no primeiro dia do evento tinham 
              várias crianças ainda de chupeta, assistindo os shows 
              com os pais. Aliás, até o dia que eu saí de 
              lá, não havia registro de nenhuma ocorrência 
              médica séria. E zero ocorrências policiais. 
              Nota 10. 
              Mas no palco não teve pra ninguém. Até o Red 
              Hot, que fez um showzaço, perdeu para a turbinada Ivete Sangalo. 
              Foi ela quem mais lotou (90 mil pessoas) e sacudiu o RockinRio Lisboa. 
              Chegou ao ponto de um avião da TAP, que passava por cima 
              do show balançar as asas sobre a galera. Foi a primeira vez 
              que vi um avião colocar outro para dançar. 
            O ANO DE ROBERTA MEDINA 
               Roberta 
              Medina, presidente da DreamFactory (na foto com seu pai Roberto), 
              se tornou uma referência no mundo dos negócios em Portugal. 
              Está nas capas das revistas, apresentando entrega de prêmios 
              na televisão, é jovem, bonita, bem-sucedida, educada, 
              comunicativa e, acima de tudo, competente.  
              O Rock in Rio tem uma embaixadora com carisma e que está 
              abrindo caminho para outros empresários brasileiros e que 
              está fazendo um bem danado para uma marca que tem muito potencial, 
              o Rio. É só chegar e fazer direito. Que venha o Rock 
              in Rio Madrid 2007 (ainda não confirmado) e o Rock in Rio 
              Lisboa 2008 (já certo). Eu vou. 
            CCP: FESTIVAL SEM POLÊMICA NÃO 
              É FESTIVAL 
              Existe resultado de festival no mundo sem polêmica? Pois é, 
              no CCP, Clube dos Criativos de Portugal, que acabou neste fim de 
              semana, não foi diferente. 
              Tudo começou na votação, que usou um sistema 
              que não funcionou. Mandaram um CD com as peças para 
              que o shortlist fosse votado pelos jurados nas suas agências. 
              E aí Murphy, sempre ele, se fez presente. O CD não 
              abriu vários arquivos.  
              Alguns festivais, como o de NY e outros na Europa usam este sistema 
              "virtual" mas sei lá, acho que anúncio e 
              filme perdem muito quando são vistos no computador. Seja 
              em aprovações para clientes, seja em festivais. No 
              segundo caso, acho que também faz diferença o júri 
              estar reunido. Mas enfim... 
               Passado 
              isso, a turma se reuniu para votar os troféus e ver o que 
              não abriu no CD. E quando se achava que tudo estava votado 
              e decidido, a agência Partners, anunciou sua retirada do festival, 
              alegando desorganização. Com a decisão, a Partners 
              acabou cedendo terceiro lugar entre as agências mais premiadas, 
              lugar que passou a ser ocupado pela JWT. Na segunda posição 
              ficou a McCann e, em primeiro, a BBDO. 
              Não bastasse a dor de cabeça que o Clube estava tendo, 
              o Anuário atrasou. 
              Por sorte, o CCP já tinha tomado uma atitude. A presidente, 
              Judite Mota (Red Cell) e um dos diretores, Pedro Magalhães 
              (JWT) foram aos jornais se explicar. Assumiram os problemas, a falta 
              de dinheiro, disseram que estavam fazendo o que dava e pediram ajuda. 
              Se não conseguiram neutralizar todas as críticas, 
              fizeram o que tinha que ser feito: foram transparentes. 
              A festa em si foi, mais uma vez, muito bacana, apesar da longa cerimônia 
              de premiação. A Estufa Fria, um bonito jardim botânico 
              indoor, recebeu um bom público com uma estrutura excelente, 
              boa música, boa comida e boa bebida.  
            N.R.: Como diz o Ancelmo, deve ser terrível viver 
              em um país onde o anuário do Clube de Criação 
              atrasa e as festas de premiação são longas. 
              (M.E.)  
             DOIS 
              BRAZUCAS ENTRE OS YOUNGS PORTUGUESES 
              A premiação do CCP deste ano ficou marcado pela falta 
              de Ouros, que foi atribuído só a três agências. 
              - Leo Burnett, com o mobiliário urbano para Friskies 
              para pássaros em que a agência abastecia a parte de 
              cima do painel com a tal comida, atraindo pombos. 
              - McCann, com uma campanha que talvez não tenha o 
              mesmo apelo para o Brasil, mas usa as marcas dos partidos políticos 
              para anunciar uma exposição de arte na Assembléia 
              da República. 
              - A BBDO levou ouros em rádio e para uma das minhas 
              campanhas de mídia impressa preferida este ano, criados para 
              a série de DVDs do Woody Allen vendidas com o jornal Público. 
              O conceito é: "Só as legendas já valiam 
              a pena." E mostra um fundo preto com diálogos geniais 
              criados pelo cineasta.  
                
              A idéia é de uma dupla de brasileiros que criou essas 
              peças trabalha há algum tempo em Portugal: Juliano 
              Bertolli e Hellington Vieira. Os dois também estarão 
              na comitiva dos Young Creatives de Portugal em Cannes. 
            A ANTEPENÚLTIMA 
              Eu não podia terminar a coluna sem agradecer ao pessoal que 
              me recebeu nas palestras que fiz mês passado no Rio. Obrigado 
              Professores Hugo, Negreiros, galera da Estácio, UFRJ, PUC 
              e ESPM, que não estava programada mas entrou na lista graças 
              ao Prof. André Félix e aos alunos, inclusive um grupo 
              de portugueses que está estudando por lá.  
              Isso e o seguinte: conversei com quase 600 estudantes por aí, 
              e isto não é nem de perto o numero de gente que vai 
              se formar este ano em Publicidade e procurar emprego no mercado. 
              E que o mercado não vai conseguir absorver. E aí, 
              dá para fazer alguma coisa? 
            A MARCA DO MÊS 
               Meu 
              amigo se você anda com as suas coisas sujas, não pense 
              duas vezes. Vá ao Posto de Limpeza do Rego. Dizem que os 
              caras limpam a fundo. Foto tirada na Praça de Espanha, em 
              Lisboa. 
            A ÚLTIMA 
              A Janela Internacional só volta em Julho. No próximo 
              mês, como já é tradição, eu estarei 
              aqui com a Fenêtre Publicitaire, com notícias sobre 
              Festival de Cannes e outras coisinhas mais. Esperem pelo pior. 
            
            Fábio 
              Seidl é redator da McCann-Erickson Portugal- 
              Maio/2006) 
                                             
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