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           O Santinho, o Diabrete e 
  o Marketeiro 
              A 
Revista Sábado, que em Portugal sai religiosamente todas as Sextas, resume 
como foram as campanhas eleitorais que terminaram esta semana.  
José Sócrates (oposição, vencedor da eleição), 
o Santinho X Santana Lopes, atual Primeiro Ministro e…“Diabrete”. 
 
As Eleições aqui não tiveram nada como um Duda x Nizan para 
o mercado ficar discutindo. Nem o clássico local entre o criativo brasileiro 
Edson Athayde X o português Pedro Bidarra, já que os dois não 
fizeram campanhas.  
Foi uma briga diferente, da propaganda comportada de Sócrates que, disparado 
nas pesquisas pouco se expôs, contra a “polêmica” de Santana, 
assinada pelo brasileiro Einhardt Jeróme da Paz.  
Einhardt é cunhado de Ciro Gomes, para quem fez a última campanha 
para a Presidência do Brasil. E pegou aqui um candidato desgastado e difícil. 
 
Para se ter uma idéia, Santana começou a campanha insinuando que 
o adversário era…. gay! Se valeu do fato de Sócrates (40 e 
poucos anos, solteiro) ter dito numa entrevista ser a favor da legalização 
do casamento entre homossexuais.  
A militância caiu na pilha e foi pixar “gay” nos outdoors de 
Sócrates. Ficou feio.  
Einhardt, por sua vez, tentou convencer o eleitorado de que Santana era um homem 
de coragem e Sócrates, inexperiente. E com o pouco tempo e o problema que 
tinha para resolver, foi pra luta aberta.  
Espalhou cartazes com a foto de Sócrates (!) e perguntando: “Conhece 
Ele? Que Obras Já Fez?”. Depois, colocou fotos de Sócrates 
e políticos controversos do seu partido desafiando: “Quer Mesmo Que 
Eles Voltem?”  
Uns amaram, outros odiaram, mas Einhardt, deixou claro que não está 
nem aí: “Quem deve gostar de mim são meus filhos e meus clientes”. 
disse ele em entrevista ao Meios e Publicidade, que o colocou na capa como “O 
Sr. Marketing Político”. Depois das eleições, revela, 
vai procurar clientes fora da área política.  
 
CURIOSIDADES DA ELEIÇÃO PORTUGUÊSA 
- PALHAÇADA: Logo que a campanha eleitoral começou, 
TODOS os candidatos apareceram com narizes de palhaço colados nos outdoors. 
 
- VOTOU EM QUEM?: Diferente do Brasil, aqui se vota só no partido. 
Cada partido tem uma lista de nomes em ordem de importância. Ou seja, se 
o partido tem poucos votos, só entra o número 1 da lista, se tem 
mais, entram os a seguir… E, não, a maioria dos eleitores não 
sabe direito quem está nessas listas.  
- PERDE, MAS LEVA: Se um candidato a Primeiro Ministro perde a eleição 
mas o partido foi bem votado, ele se elege. Só que como deputado.  
- TERCEIRO MUNDO: Vi mais de uma vez: quando a imprensa quer detonar um 
partido diz que está fazendo “política de terceiro mundo”. 
Exemplo: dar camisetas e bonés é 3º mundo. Pensando bem, é 
mesmo. Mas como é inverno, aqui deram cachecóis. E os jornais disseram 
que era chique.  
- DINDIN: Os deputados aqui, com custo de vida Europeu, ganham 2 mil Euros, 
menos de R$ 8 mil. No Brasil, ganham R$ 13 mil. E tem uma proposta na câmara 
brasileira para aumento de salários para mais de R$ 17 mil, fora os benefícios, 
que aqui também são mais modestos.  
- O MEU NOME É MANUEL: Não entendo como eles conseguem fazer 
uma eleição séria sem candidatos do naipe de Enéas 
ou Marronzinho. E sem nomes esquisitos como “Waleska do Açaí 
Cremoso”. O máximo que teve aqui foi um Manuel Alegre, respeitadíssimo. 
Sem graça. 
 
GREY PORTUGAL REFORMULA E APOSTA EM TICO 
 A 
Grey, que no dia 7 passa a fazer parte do grupo WPP, passa por reformulações 
em vários países.  
Em Portugal, a agência ainda no ano passado foi buscar o premiado diretor 
de criação Frederico Saldanha, que é português e estava 
em São Paulo na UpGrade e, antes, na DM9.  
Agora foi a vez de Saldanha apostar num brasileiro. O diretor de arte carioca 
Tico Moraes sai da Leo Burnett Portugal para ser supervisor de criação 
por lá.  
Tico, apesar de algum tempo afastado do Brasil, ainda é muito lembrado 
pelos amigos que fez em agências do Rio como a Mental Mark, Doctor, McCann, 
a própria Grey e a VS.  
Foi um dos “pioneiros” na vinda de criativos brasileiros para Portugal, 
convidado, na época, para a agência em que o próprio Frederico 
Saldanha era sócio, a Edson. Boa sorte, Tico! 
 
NA CONTRAMÃO 
Aliás, a criatividade portuguesa vai ficando menos verde-e-amarela. 
Do meio de 2004 para cá, 10 criativos brasileiros deixaram Lisboa. Poucos 
chegaram.  
E antes que digam que foi alguma coisa pessoal com este missivista: a maioria 
recebeu convite de agências brasileiras e até americanas.  
 
PORTIFAS 
Graças a Deus, já que mostra que alguém lê 
esta joça, tenho recebido muitos portifolios por email.  
O problema é que alguns não consigo abrir e outros não tive 
tempo, nos últimos dias, de ver. Então, além de pedir desculpas, 
quero tentar facilitar a vida de quem manda e quem recebe (este sou eu).  
Façamos assim: por favor, não mandem os trabalhos direto pro email 
da coluna (que só acesso como webmail).  
Mandem um email antes pra gente trocar uma idéia e ver como eu posso fazer 
para ajudar. Podem ter certeza, eu vou responder. Beleza?  
Pra já só tenho uma dica não muito nova, que até saiu 
em outros sites. A FCB Portugal (ainda) está vendo pastas de diretores 
de arte. Para se informar como mandar os trabalhos escreva para: mbarbosa@lisbon.fcb.com. 
 
 
A MARCA DO MÊS 
 Estive 
no Rio mês passado, de férias, e acabei vendo uma maneira diferente 
e arrojada de se fazer marketing de pizzaria.  
Eu já tinha pedido pizza uma vez na O FORNO e tinha me chamado a atenção 
um bebê gigante/garoto propaganda nas embalagens da marca. Tanto que meus 
amigos apelidaram o restaurante de O BEBÊZÃO.  
Só que eu descobri agora que o tal neném-godzila (filho do dono, 
por suposto) desapareceu. Pelo menos, deu lugar para uma idéia de outro 
mundo.  
Agora, as embalagens da O FORNO que, vejam vocês, foi fundada na intergalática 
Varginha (MG) trazem alienígenas e os seguintes “dizeres”: 
“Essa você vai ET que provar. “  
 
OK, TUDO BEM 
 Tá, 
eu tenho uma Marca do Mês daqui também. É a 20th Century Fox 
portuguesa, ou quem quer que represente o estúdio por aqui.  
Com ela pude me certificar que problemas na tradução de nomes de 
filmes não são um privilégio brasileiro.  
Eu já tinha visto, por exemplo, que o bom “Adaptation”, de 
Spike Jonze (no Brasil, Adaptação), aqui chama-se INADAPTADO.  
Mas agora meu amigo Carlos “Ia” Murad, da Leo Burnett, foi ao site 
luso da Somlivre (somlivre.pt) e descobriu que o “White Man Can’t 
Jump” (Homens Brancos Não Sabem Enterrar), em que Wesley Snipes e 
Woody Harrelson são jogadores de basquete de rua, aqui chama-se…BRANCO 
NÃO SABE METER.  
A Janela Internacional só não apurou se a comunidade africana em 
Portugal se privilegiou deste tipo de propaganda na época do lançamento 
do filme. 
 
CHAMA O ÔMI 
Um puto (calma, um rapaz...) liga para agência pedindo um estágio 
e a telefonista, claro, usa o procedimento padrão quando não se 
sabe o que fazer com uma ligação: passa para a criação. 
 
Atende o diretor de arte, que me contou a história. 
 RAPAZ: Oi, é que eu queria um estágio e... 
  DIR: ARTE: Olha, neste caso, tens que falar com.. 
  RAPAZ: O Léo! Ele está? 
  DIR. ARTE: Ahn, acho que não tem nenhum Léo aqui na criação... 
  RAPAZ: Como não? E o Senhor Leo Burnett? 
  DIR. ARTE: CUMA?! 
  RAPAZ. O Senhor Leo Burnett!! Ele está? 
  DIR. ARTE (que pelo menos foi sincero): Olha...se você quer falar com 
  o Leo Burnett....eu tenho uma notícia triste... ele...morreu! 
 Quem quase morreu também, do coração, foi o garotão. 
   
   A ÚLTIMA 
  É sacanagem chamar a menina de Nazarelli. 
            Fábio 
              Seidl é redator da McCann-Erickson Portugal- 
              Fevereiro) 
                                             
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