Não são muito
fixe esses mupis?
O “mupi” é como a gente chama o mobiliário urbano aqui
em Portugal.
E é uma das mídias onde a turma daqui mais tem aproveitado e investido
em novidades.
Algumas, os brasileiros já devem conhecer, caso do mupi que tinha uma geladeira
de verdade com garrafas do vinho Gazela. Trabalho da Leo Burnett premiado no festival
da ABP de Cristina Leão com o carioca Tico Moraes e direção
de Alexandre Okada.
Mais recentemente, chamaram atenção fazem parte da nova campanha
dos celulares 3G da Vodafone, criado pela dupla Jorge Barrote e Tiago Cruz, da
Thompson, com direção de João Espírito Santo.
Um deles trazia o recurso de se escutar o novo single da banda The Gift, uma das
mais cultuadas por aqui. Falava dos recursos de dowload de MP3 dos aparelhos.
Para vender os games nos celulares, a JWT utilizou um material que permite fazer
imagens em duas dimensões. Portanto, de longe se via um jogador de futebol
chutando uma bola e quando chegamos mais perto, se via a bola ocupando quase todo
o mupi.
O mesmo acontecia com um motociclista que se aproximava de quem lia o mupi para
falar do jogo Moto GP. Fixe (lê-se fiche), que é como se diz quando
algo aqui é bacana.
DOIS BRASILEIROS NA WIEDEN+KENNEDY USA
PRIMEIRA MÃO – O Brasil terá, pela primeira vez, uma
dupla na cobiçada Wieden+Kennedy. A agência, que já era conhecida
por recrutar profissionais de várias partes do mundo para sua equipe européia,
vai desta vez receber os brazucas na matriz em Portland, Estados Unidos.
Os escolhidos foram Cláudio Lima e Eduardo Serrano, que vieram da FCB Portugal.
Os dois aceitaram o convite e já partiram na semana seguinte para trabalhar
em um grande projeto para a Nike.
Cláudio, redator, foi o young creative português este ano (e vencedor
do young lions) e havia deixado Portugal há poucos meses. Estava em São
Paulo onde vinha desenvolvendo trabalhos para a Giovanni FCB com Fernando Campos
e depois na Carillo, com Marcelo Giannini.
Edu, diretor de arte, estava na FCB e tem um trabalho conhecido por aqui por ser
muito forte na parte eletrônica. Agora é esperar para ver a campanha
da Nike (a de 2006, que beleza o planejamento) com um pouco mais de Brasil.
AS MELHORES LATINAS
A JI retrasada falou sobre o ranking Creativity/Advertising Age das agências,
campanhas e produtoras mais premiadas do mundo no ano que passou.
Pois a AdLatina publicou o seu também e com direito a um anuário.
O CREMA, como se chama, traz o Top 20 das agências ibero-americanas mais
premiadas de 2004, também resultado do cruzamento de vários festivais.
A argentina Del Campo Nazca Saatchi&Saatchi levou o caneco. Na lista, três
brasileiras: Almap BBDO (vice-campeã), Giovanni FCB (7a) e F/Nazca (11a).
De Portugal, apenas a Leo Burnett entrou na lista internacional, em 17o.
DESCONSTRUINDO ALLEN
O
Cassino de Estoril, aqui pertinho de Lisboa, costuma investir nas suas festas
de reveillón. Em 2003 contrataram o Rei Roberto Carlos e antes dele Elton
John (que não veio, deu furo, com trocadilho por favor).
Pois em 2004 recrutaram o grande Woody Allen e sua New Orleans Jazz Band.
Como o pão-duro do Marcio Ehrlich não liberou a bagatela de 500
EUROS mais o aluguel do smoking para eu cobrir este evento de grande relevância
para o mercado publicitário brasileiro (e o caô de jornalista internacional
não cola), não pude ir.
Mas conferi a programação e achei que poderia interessar aos amigos.
Além de Allen e de um portentoso jantar, abriram a noite ninguém
menos que...
Zé Cabeleira e Cia (!), Axé Treme Terra (o da foto!!) e...Grupo
Forrógode (!!!). Só pode ter sido idéia de brasileiro. Ou
o Woody Allen inventou isso tudo pra fazer um filme escondido naquela noite e
não contou a ninguém.
TROCANDO AS BOLAS
Idéia curiosa a do Club de Creativos de España. No dia 4 de Fevereiro,
data marcada para o seu festival, criativos e clientes vão trocar de papéis.
Ou seja: vão mandar os clientes para as agências e eles vão
pensar em algumas idéias para suas próprias marcas e apresentá-las
aos criativos. Os diretores de criação vão avaliar tudo,
mas como se fossem diretores de marketing por um dia.
Parece justo. Depois de terem visto alguns clientes querendo criar no dia-a-dia
(tá, são só alguns, a gente sabe), os criativos e resolveram
pedir a sua vez na brincadeira.
N.R.: Fábio, essa parada já teve no Brasil, num tempo
em que você nem pensava que ía ser publicitário. Chamava-se
Role Reversal Seminar e envolvia, não lembro bem, o CCSP ou a ABA. Acontecia
em São Paulo, durante um fim-de-semana, num hotel, com todo mundo pagando
uma nota preta. Não sei por que parou, parou por quê.
A
MARCA DO MÊS
A marca deste mês vai para a CP, que faz os caminhos de ferro portugueses.
Qual não foi a felicidade deste viajante ao descobrir que esta desbravadora
empresa fez chegar o progresso a um importante destino: MELECAS.
O povo melequento, imagino, deve estar todo prosa. De nariz empinado.
PROIBIDO ESTACIONAR
Lisboa tem um problema sério: tem muito, mas muito mais carros do que
espaço para eles. Então, estacionar pode levar horas, dias, semanas.
Aqui perto da McCann pelo menos tem uns shoppings e prédios novos com
estacionamentos. Assim as pessoas podem estacionar desde que deixem o carro
e a mulher (se for jeitosinha) como parte do pagamento. Os preços são
um absurdo.
Ah, e tem os parquímetros, aquelas máquinas que parecem tamagochis
(alguém lembra o que é um tamagochi?). Você tem que dar
moedas para elas a cada minuto, senão eles choram. E te deduram para
a policia.
E o guardinha vai lá e não só multa mas trava o seu pneu.
É um saco. O dono do carro tem que ligar para a policia que vai lá
e, mediante uma módica fortuna, destranca o seu carro. Semana passada
teve uma dessas blitz de travas aqui em frente ao parquímetro. Pegaram
todo mundo.
No dia seguinte, passando em frente ao mesmo lugar, vi que alguém teve
uma idéia criativa para se safar. Colocou um papel por dentro do pára-brisa
que dizia: “Parquímetro Avariado. Engole as moedas. Perdi 2 Euros”.
“Malandro”, pensei. O cara do carro atrás, que deve ter feito
o mesmo trajeto que eu quando passei pelo parquímetro, copiou a idéia
do cartaz, mas só que o dele dizia:
“É mentira! Eu paguei normalmente e a máquina deu o recibo.”
E, sim, tava lá o recibo...
A ÚLTIMA
A Janela Internacional deste mês saiu um pouco antes porque este vosso
amigo embarcou esta semana para umas fast férias aí no Brasil.
Tomara que a gente se encontre por aí para um choppinho. Até já.
Fábio
Seidl é redator da McCann-Erickson Portugal
e carioca da gema, tanto que acredita que o Romário ainda aguenta fazer
uns golzinhos. -
Janeiro)
|