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Janela Publicitária - Edição de 19/FEV/2016
Marcio Ehrlich

 

Marcelo Alves lança empresa de entretenimento com seu próprio nome

Marcelo Alves
Marcelo Alves com o logo da sua nova empresa.
Depois de mais de 15 anos atuando no mercado de marketing promocional através de seu Grupo Adma Eventos, Marcelo Alves está lançando esta segunda-feira, 15 de fevereiro, um novo empreendimento, em que seu próprio nome ganha evidência: a Marcelo Alves Entertainment Rio.

"Já vinha trabalhando na carreira solo há 3 anos, desde que a Adma abandonou o mercado corporativo. Por isso achei que estava na hora de ver o meu nome reconhecido como o responsável pelas coisas legais que tenho trazido para o Rio, como o 'Djokovic no Rio' e o 'Disney Magic Run'", explica para a Janela o profissional, que fez questão de colocar o "entertainment" em inglês no nome da empresa porque vai continuar buscando projetos no exterior para realizar na cidade.

A mudança de rumo na carreira de Marcelo acompanhou o clima de decepção com o marketing promocional que atingiu inúmeros empresários do setor. Ele não se recusa a apontar as causas:

"Não temos mais dos clientes corporativos o respeito que recebíamos. Nos últimos anos, passamos a ser avaliados não pela área de marketing mas pelos departamentos de compras de suprimentos, que não querem saber de qualidade, mas de preços baixos. Aí você começa a se deparar com concorrências em que várias empresas são convidadas, algumas até sem histórico de bons trabalhos ou estrutura, todas se obrigando a apresentar orçamentos reduzidos".

O executivo admite ter perdido o encantamento pelo mercado corporativo, até porque, frequentemente, se deparava com a situação absurda de empresas cancelarem os eventos que colocavam em disputa, e para os quais ele e seus concorrentes investiram fortunas para participar. "Enquanto não voltar o respeito profissional, não tenho interesse em atuar na área", lamenta Alves.

Trabalhando com projetos proprietários e assinando pessoalmente sua gestão, Marcelo Alves afirma que ele mesmo poderá garantir a qualidade do que vai botar na rua. "Os clientes precisam lembrar que ao vivo não tem segunda vez. É a competência que garante a responsabilidade, não o preço", ele alerta.

A Adma chegou a ter uma grande estrutura na Barra, com mais de 40 funcionários. Em 2009 e 2010, ela foi escolhida a Empresa de Marketing Promocional do Ano pelo Prêmio Colunistas Rio. Hoje, a Marcelo Alves Entertainment Rio mantem um escritório com seis funcionários, e Marcelo vai convocar os parceiros para as diversas especialidades da área de eventos a medida que necessitar.

Crise no Rio: o que pensam as entidades da publicidade carioca?

Eduardo Moncalvo e José Luis Vaz
Eduardo Moncalvo e José Luis Vaz
O esvaziamento da FCB Brasil e da África Rio -- duas grandes agências de publicidade do Rio de Janeiro -- antes do Carnaval gerou um clima de desânimo no mercado que a folia disfarçou mas não resolveu. Pelo menos 50 profissionais estão visualizando a volta das agências ao trabalho sem perspectiva de novo emprego, com o agravamento da crise econômica no Governo Dilma.

A Janela foi conversar com algumas lideranças do setor no Rio para saber o que as suas entidades podem fazer para recolocar o mercado carioca nos trilhos do crescimento.

Para Eduardo "Duda" Moncalvo, presidente do Sinapro-Rio, o Sindicato das Agências de Publicidade do Rio de Janeiro, não se pode achar que a crise na publicidade é exclusiva do Rio. "Em São Paulo as agências também estão demitindo", afirma o publicitário, lembrando que os investimentos em publicidade têm sido cortados no Brasil inteiro. No Rio, a situação se agravou pela importância que a Petrobras -- que está "passando um momento difícil", nas palavras de Moncalvo -- tem como anunciante.

Duda, que também é sócio da agência Staff, alerta que o setor publicitário está vivendo um momento de mudança em seus paradigmas: "As agências realmente vão ter que apertar o cinto a partir de agora e pensar em conjunto em um modelo de negócio que permita a sua sobrevivência", diz ele.

Questionado se não estaria na hora de se abandonar de vez o modelo de comissionamento, que já se provou insuficiente para a rentabilidade de muitas agências sem a complementação das BVs (Bonificações de Volume) por parte dos veículos, Moncalvo ressaltou que não há o que o Sindicato possa sugerir. "Nosso segmento é regido por uma lei. Enquanto ela existir, o sindicato tem que seguir", defendeu.

Enquanto isso, a entidade vem procurando dar amparo a suas associadas através de assessoria jurídica e atualização do que vem ocorrendo na legislação brasileira que possa impactar ainda mais o negócio.

CRIATIVOS COM ESPERANÇA

Para o presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ), José Luis Vaz, o problema do mercado não está nos seus profissionais de criação ou planejamento. "Exportamos criatividade para outras cidades brasileiras e para outros países porque não conseguimos manter estes talentos por aqui", lamenta o criativo, que atua na Agência3.

Para ele, o empresário carioca precisa abrir mais os seus horizontes. "Com a tecnologia aí à disposição, não faz mais sentido uma agência do Rio prospectar apenas clientes deste estado", defende Vaz, citando o exemplo da própria Agência3, que cuida de uma parte da comunicação do banco Santander, que está sediado em São Paulo.

Segundo o presidente do CCRJ, a entidade tem um projeto já pronto para ajudar os donos de agência -- principalmente de pequeno e médio porte -- a ampliarem a sua atuação em prospecção. "Só estamos dependendo agora de patrocínio", adianta Vaz, que está mantendo contato com veículos do mercado carioca para tentar a sua viabilização.

Procurado pela Janela, o presidente do capítulo carioca da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap-Rio), Gustavo Oliveira, não retornou com o seu depoimento até o fechamento desta matéria. Mas a Janela continua aberta ao debate.