Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Marketing & Publicidade - Edição de 07/AGO/1988
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da coluna "Marketing & Publicidade" foi publicada originalmente no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Rio brigou bem no II Produção

Benício, Claquete, DC Vox, GCG, Globotec, Lyra, Nilton Ramalho, Nova Onda, Peixe Voador, Tec Cine Rio, VT Um, Yes-Rio e Zohar.
Estas treze produtoras e estúdios garantiram brilhantemente a imagem da produção publicitária do Rio de Janeiro no II Prêmio Colunistas-Produção, julgado este último fim de semana, em São Paulo.
Concorrendo com 370 comerciais, fonogramas, fotos e ilustrações, trouxeram para o Rio nada menos que 5 Grandes Prêmios, 6 Medalhas de Ouro, 8 de Prata, 7 de Bronze e 11 Destaques Especiais. Uma quantidade considerável, levando-se em conta o rigor do julgamento e as dificuldades pelas quais a propaganda carioca passou em 1987, ano de referência dos trabalhos concorrentes.
É claro que o Rio poderia ter alcançado uma melhor participação no Colunistas-Produção, se tivéssemos concorrido com um número maior de produtoras e trabalhos. Nas áreas de Filmes, VTs e Cine-VTs, por exemplo, o Rio entrou com 10 produtoras, com 38 trabalhos, contra 14 produtoras de São Paulo, que inscreveram 137 comerciais.
Na área de som, o Rio teve 4 produtoras inscrevendo 20 fonogramas, enquanto São Paulo teve 10 produtoras com 95 peças. E nas áreas de Fotografia e Ilustração, o Rio só concorreu com os ilustradores Benício e Nilton Ramalho, ficando os paulistas representados por 9 estúdios, com 19 trabalhos.
O júri do II Prêmio Colunistas­Produção foi presidido por Armando Ferrentini (Revista Propaganda), e composto ainda pelos Antoninho Pereira Rossini (Diário do Commercio), Francisco Alberto Madia de Souza (Caderno Propaganda & Marketing), José Cláudio Maluf (Caderno Propaganda & Marketing), Marcia Brito (Monitor Mercantil), Marcio Ehrlich (Jornal do Commercio), Roberto Simões (Revista Marketing), Sílvia Dias de Souza (Abracomp-Paraná) e Wladir Dupont (Folha da Tarde).
A seguir, o resultado completo dos Grandes Prêmios do II Colunistas-Produção e ainda os trabalhos cariocas vencedores com Medalha e Destaques Especiais.
A festa de entrega dos diplomas, informa a organização, ainda não está marcada. Mas deverá ser feita uma cerimônia no Rio de Janeiro mesmo, exclusiva para os vencedores deste mercado, de modo a que se possa reunir, na oportunidade, para um amplo debate sobre a produção publicitária carioca, o maior número possível de profissionais e dirigentes de produtoras e agências do Rio de Janeiro.

GRANDES PRÊMIOS

• • • FILME • • •

PRODUTORA DO ANO: Jodaf Produções
GRANDE PRÊMIO DE FILME DO ANO: "Época"
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Hering/Camisetas
Agência: Denison
Direção: João Daniel Tikhomiroff
Montagem: Umberto Martins
Figurinos: Jung Lee
Cenografia: José Heraldo de Oliveira
Maquilagem: Lula e Gilson
Produção de Elenco: Sandra Mattos
GRANDE PRÊMIO DE DIREÇÃO: "São Paulo/Outono-Inverno
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Mappi
Direção: João Daniel Tikhomiroff
GRANDE PRÊMI0 DE PRODUÇÃO: "Águas de Março"
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Coca-Cola
Produção: Hugo Tikhomiroff
GRANDE PRÊMIO DE DIREÇÃO DE ARTE: "Países"
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Mappin
Direção de Arte: João Daniel Tikhomiroff
GRANDE PRÊMIO DE MONTAGEM: "Passeata"
Produtora: Jodaf Produções.
Anunciante: Staroup/Jeans.
Montagem: Umberto Martins
GRANDE PRÊMIO DE FOTOGRAFIA: "São Paulo/Outono-Inverno
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Mappin
Fotografia: Raul Pedreira
GRANDE PRÊMIO DE CENOGRAFIA: "Sofá"
Produtora: Chroma Filmes
Anunciante: Nestlé/Nescau
Cenografia: Dino Pimentel
GRANDE PRÊMIO DE FIGURINOS: "Época"
Produtora: Jodaf Produções
Anunciante: Hering
Figurinos: Jung Lee
GRANDE PRÊMIO DE CASTING: "Época"
Produtora: Jodaf
Anunciante: Hering
Produção de Elenco: Sandra Mattos
GRANDE PRÊMIO DE INTERPRETAÇÃO: "Feia"
Produtora: Jodaf
Anunciante: Max Factor
Atriz: Denise Bloch
GRANDE PRÊMIO DE EFEITOS ESPECIAIS: "Robot"
Produtora: Chroma
Anunciante: Philips/Trendsound
Efeito: Cao Hamburger

• • • VT • • •

PRODUTORA DO ANO: DVT­Cine VT Produções
GRANDE PRÊMIO DE VT DO ANO: "Dia da Criança".
Produtora: DVT-Cine VT Produções
Anunciante: Estrela
Direção: Pedro Siaretta
Edição: Aristides Previde Jr.
Fotografia: Pedro Pablo Lazarine
Figurinos: Hannelore Szware
GRANDE PRÊMIO DE PRODUÇÃO: "Inauguração"
Produtora: Tec Cine Rio
Anunciante: Shopping Barra (Bahia)
Produção: Luísa Baims e Jaqueline Froes Santos.
GRANDE PRÊMIO DE COMPUTAÇÃO GRÁFICA: "Viceroy"
Produtora: GCG-Globo Computação Gráfica
Anunciantes: Chiletabacos Viceroy
Computação Gráfica: José Dias
GRANDE PRÊMIO DE CASTING: "Dia da Criança"
Produtora: DVT
Anunciante: Estrela
Produção de Elenco: Equipe Diana

••• SOM •••

PRODUTORA DO ANO: MCR Produções
GRANDE PRÊMIO DE JINGLE DO ANO: "A sua estrela"
Produtora: DC Vox Gravadora
Anunciante: Texaco
Agência: Salles
Direção: Luiz Carlos Cortabitart
Música: Rogério Rossini
Letra: Nei Leandro de Castro
Solo Vocal: Jorge Alexandre
Arranjo e Solo Instrumental: Rogério Rossini
Gravação e Mixagem: Marcio Padilha
GRANDE PRÊMIO DE TRILHA DO ANO: "Retrospectiva 87"
Produtora: Peixe Voador Produções Musicais
Anunciante: TV Globo
Direção: Ralf Ramos e Ricardo Cristaldi
Música: Cristaldi
Arranjo: Ricardo Cristaldi
GRANDE PRÊMIO DE ARRANJO: "Keep Cooler"
Produtora: Jinga
Anunciante: Vinícola Aurora/Keep Cooler
Arranjo: Carlos Garofali

••• FOTOGRAFIA •••

GRANDE PRÊMIO DE ESTÚDIO DO ANO: Arnaldo Papilardo.

••• ILUSTRAÇÃO •••

GRANDE PRÊMIO DE ESTÚDIO DO ANO: Benício

MEDALHAS E DESTAQUES

•• FILME ••

SEGMENTOS DE MERCADOS

BENS, SERVIÇOS E INSUMOS INDUSTRIAIS
• PRATA: "Kendo", da Yes-Rio para Giovanni e Vulcan/Tubos e Conexões
FARMACEUTICO E DE SAÚDE
• BRONZE: "Ploc", da Zohar para Artplan e Laboratórios Valda
FIANCEIRO, SEGUROS E POUPANÇA
• PRATA: "Amigos", da Claquete para Pubblicità e Caixa Econômica Federal
VAREJO DE GRANDE PORTE
• BRONZE: "Mediterrâneo", da Zohar/Hiperfilme para Provarejo e Mesbla
DESTAQUES ESPECIAIS
DE PRODUÇÃO
• "Amigos Amigos", da Claquete para Pubblicità e Caixa Econômica Federal
DIREÇÃO DE ARTE
• "Mediterrâneo", da Zohar/Hiperfilm para Provarejo e Mesbla
DE INTERPRETAÇÃO
• "Feliz 88", da Claquete para Provarejo e Mesbla/Lojas de Departamentos

•• VT ••

SEGMENTOS DE MERCADOS
BENS, SERVIÇOS E INSUMOS INDUSTRIAIS
• BRONZE: "Astronauta", da Globotec para Denison e Inbrac
CIGARROS E TABACO
• OURO: "Viceroy — 35 segundos", da GCG para Contemporâneos e Chiletabacos/Viceroy
COMUNITÁRIO
• OURO: "Aids — Arlequim", da VT Um para Denison e Ministério da Saúde
• BRONZE: "Aids — By Night", da VT Um para Denison e Ministério da Saúde
VAREJO DE GRANDE PORTE:
• OURO: "Inauguração", da Tec Cine Rio para DM-9 e Consórcio Shopping Barra.
• BRONZE: "Natal da Xuxa", da Tec Cine para DM-9 e Consórcio Shopping Barra.
DESTAQUES ESPECIAIS
DE PRODUÇÃO:
• "Aids — By Night", da VT Um para Denison e Ministério da Saúde.
DE CENOGRAFIA:
• "Inauguração" da Tec Cine para DM-9 e Consórcio Shopping Barra.
DE MAQUIAGEM:
• Aids — Arlequim, da VT Um para Denison e Ministério da Saúde.
DE CASTING
• "Aids — By Night", da VT Um para Denison e Ministério da Saúde.
DE INTERPRETAÇÃO:
• "Costureira", da "VT Um para Gravatahy" e Narciso
DE COMPUTAÇÃO GRÁFICA
• Sprite", da GCG para McCann Erickson e Coca-Cola/Sprit
• "Ouro Card", da GCG para MPM e Banco do Brasil/Ouro Card.

•• CINE-VT ••

DESTAQUES ESPECIAIS

DE FOTOGRAFIA
• "Walter", da Globotec para Esquina e Cyanamid
••SOM/JINGLE••
SEGMENTOS DE MERCADOS
CIGARROS E TABACOS
• PRATA: "Fundos Trevo", da Lyra para MPM e Souza Cruz/Fumos Trevos

•• SOM/SPOT ••

SEGMENTOS DE MERCADOS

VAREJO DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
• PRATA: "A Volta do Cariocão — Velho Oeste", da DC VOX para McCann Erickson e McDonald's

•• SOM/TRILHA ••

SEGMENTOS DE MERCADOS

COMUNICAÇÃO, CULTURA E EDUCAÇÃO
• BRONZE: "Nova Trilha", da Nova Onda para Yama e Tribuna de Vitória.
PRODUTOS DE USO PESSOAL
• PRATA: "Photography", de Norte Magnético para J. Walter Thompson e De Beers

•• ILUSTRAÇÃO ••

SEGMENTOS DE MERCADOS

COMUNICAÇÃO, CULTURA E EDUCAÇÃO.
• OURO: "capa da Revista Info", de Benicio para Editora JB e INFO.
• PRATA: "Cinderela Chinesa", de Benício para Luiz Duarte/Teatro Infantil.
• BRONZE: "Citicorp e Citibank apresentam..." de Benício para J. Walter Thompson e Citibank.
PRODUTOS DE USO PESSOAL.
• OURO: "Roditi, a música concreta", de Nilton Ramalho para Contemporânea e Roditi.
TRANSPORTES, VIAGENS, LAZER E TURISMO.
• OURO: "Albergue da Juventude", de Benício para Artplan e Embratur.
• PRATA: "Você sabe quando é que...", de Nilton Ramalho para Norton e KLM.
VAREJO DE GRANDE PORTE.
• PRATA: "Pega esta onda, rapaz", de Nilton Ramalho para DM-9 — Bahia e Shopping Barra.

Destaques na mídia impressa

MPM para CNI: "No mundo dos negócios..."

Artplan para Gatão Veículos: As Drogas não Levam a Lugar Nenhum.A propaganda de jornal nem sempre tem conseguido alcançar o mesmo brilho que a criada para televisão, ou mesmo para revista.
A falta de cor, somada à necessidade de, muitas vezes, ter-se que passar uma série de informações no anúncio, acaba desestimulando os atuais criadores a fazerem soluções ousadas em propaganda de jornal.
Não é por outra razão que, paradoxalmente, as colunas publicitárias, publicadas em jornais, acabam falando muito mais sobre comerciais de televisão que sobre as peças de sua própria mídia.
Esta coluna vai tentar, a partir de agora, dar mais atenção aos bons anúncios publicados nos jornais brasileiros. Aqueles que conseguem ultrapassar o limite do reclame, que ainda continua sendo muito prestigiado pelos pequenos anunciantes.
Exemplos de bons anúncios de jornal continuam sendo dados pela Artplan, através dos criadores Marcos Silveira e Fernando Rocha, com os trabalhos para o Gatão. O anúncio "As drogas não levam você a lugar nenhum" é uma sacada deliciosa ao momento carioca, agitado pela operação Mosaico. O bom, aqui, é que o jogo de palavras cai perfeitamente com o produto anunciado, tirando qualquer acusação de gratuidade dos críticos menos avisados.
A MPM veio com uma boa e forte campanha para valorizar a presença das multinacionais na economia mundial. Dentro dos jornais, é claro que os anúncios chamaram a atenção, pela produção bem cuidada e a exibição inteligente da presença das multinacionais que atuam no Brasil também em países os mais variados. Só achei, porém, que um dos anúncios — que está aqui reproduzido — perdeu a oportunidade de atingir o cidadão comum, ao fechar o argumento de melhoria do Mundo para dentro do mundo dos negócios, como afirma seu título. Se a presença das multinacionais beneficia todo mundo, então o título, para ter a abrangência necessária, deveria ser "O Mundo fica melhor quando o mundo dos negócios não tem fronteiras". Acho até que a leitura ficaria mais compreensível.
E, na capital paulista, a W/GGK já está produzindo trabalhos para o jornal Folha de São Paulo. A primeira campanha é de anúncios de 1/4 de página para lançar o novo suplemento "Viva", da Folha, que, ao que parece, será dedicado à ecologia e à própria sobrevivência do homem na Terra (relevância é isso aí).
Marcando bem o estilo da W/GGK, onde o importante é a ideia, o visual é o mínimo necessário. Mas os títulos, com a imagem, sem dúvida são brilhantes. E impossível passar por eles sem querer ler o texto.
Propaganda boa de jornal merece ser comentada. Vamos torcer para que semana que vem seja possível continuarem os comentários.

W/GGK para caderno Viva, da Folha de S.Paulo

Coca faz promoção com coordenação da DPZ-Rio

DPZ para Coca-Cola e Festival Maria Clara Machado: O Gato de Botas
A bela ilustração de Márcia Jardim
A DPZ-Rio acaba de dar uma tacada sensacional com seu departamento de promoções, ao lançar, para a Coca-Cola, o muito bem bolado Projeto Coca-Cola de Teatro Infantil.
Esta semana, a Coca-Cola reuniu o mundo teatral carioca e a imprensa para explicar o projeto, que será composto do Festival Maria Clara Machado — uma série de apresentações de peças da maior autora brasileira de teatro infantil — e do Prêmio Coca-Cola de Teatro Infantil, através do qual receberão 150 OTNs os melhores autor, diretor, ator, atriz, cenógrafo, figurinista e produtor de peças dedicadas à criança.
Toda a coordenação do trabalho estará a cargo da equipe de Alexis Pagliarini, da DPZ. Que, de cara, merece elogios pelo excelente material promocional criado para o Projeto, que teve a direção de arte de Marcia Jardim. Por exemplo, o programa da peça "O Gato de Botas", que marcará a estreia do Festival Maria Clara Machado, tem em suas páginas centrais várias brincadeiras infantis com variações sobre o desenho do personagem, aumentando o vínculo da criança com o projeto depois de sair do teatro, ou mesmo enquanto espera o início do espetáculo.
O teatro infantil, muitas vezes, é a porta de entrada de excelentes profissionais no mundo artístico. Com o apoio da iniciativa privada mais fácil será para que, no Brasil, ele se afirme como atividade fim e não apenas de transição para o profissionalismo.

MKT MIX

Um puxão de orelhas na produção do Rio

O que é bom para os anunciantes e para as agências também será bom para as produtoras?
No Rio, parece que ainda não de todo.
Já faz um bom tempo, os diretores de produtoras do Rio vêm reclamando que suas empresas estão sendo abandonadas pelo mercado carioca, que leva as suas produções publicitárias para São Paulo, desconsiderando os talentos que atuam por aqui.
Esta coluna, diversas vezes, fez eco a tais reivindicações, que são óbvias demais para serem contestadas até mesmo por eventuais publicitários mais preocupados em aparecer bem aos olhos dos colegas paulistas.
Os protestos dos produtores, aliás, se fizeram ouvir em alto e bom som até na última festa do Colunistas­Rio, sem falar nas reuniões realizadas pelo Clube de Criação carioca.
Enfim, os diretores das inúmeras produtoras de comerciais e de fonogramas deste mercado, os estúdios de fotografias e os ilustradores locais sempre brigaram para poder provar que são tão ou mais competentes que seus concorrentes de São Paulo.
Aí, abrem-se as inscrições do Prêmio Colunistas­Produção, um concurso criado exatamente para dar às produtoras a oportunidade de terem seus trabalhos julgados exclusivamente do ponto de vista da realização, ou seja, sem levar em conta os aspectos criativos ou de marketing do trabalho, cujo mérito — ou demérito — pertencem à agência e ao anunciante.
Enfim, um prêmio sob medida para as produtoras e estúdios cariocas que, assim, teriam seus trabalhos confrontados diretamente com os de São Paulo, revelando as suas reais forças. Ou seja, parecia ser assim.
Este argumento, inclusive, foi pessoalmente apontado para todos os principais empresários e profissionais cariocas do setor de produção.
Felizmente para a imagem das produtoras cariocas, um bom número de empresas do primeiro time percebeu a boa oportunidade e compareceu ao prêmio, possibilitando um resultado belíssimo, como pode se ver na matéria ao lado.
Houve, no entanto, muita gente boa que teve a chance de realizar excelentes trabalhos em 1987, mas que ficou de fora do prêmio dando justificativas como falta de tempo ou de organização interna para preparar o material de inscrição.
Na área de fotógrafos, alguns dos nomes mais atuantes e de maior faturamento do Rio recusaram-se a participar por não concordarem em pagar inscrição para concorrer a premiações, mesmo tendo ela o valor quase simbólico de 1,5 OTN, e gerar todo um incalculável retorno institucional.
Ora, num momento de disputa de mercado como o que vivemos, parece a este colunista que lutar pela conquista de um diploma em um prêmio nacional de produção é uma atitude, em primeiro lugar, política. E, em segundo lugar, uma obrigação de marketing. Sair da batalha por não ter como levar a munição até o canhão, ou mesmo por não reconhecer a importância do uso do canhão, ou por sequer querer comprar um canhão, tira um pouco do direito a quem quer que seja reclamar por estar perdendo a guerra.
Por isso, os parabéns redobrados às produtoras que participaram do II Colunistas-Produção. Mesmo aquelas que, desta vez, não conseguiram conquistar prêmios. Os colunistas, com certeza, reconheceram o valor da tentativa.
As que ganharam, por sua vez, terão direito às merecidas badalações.
As demais, restará o tempo para refletir até o próximo concurso publicitário.

GENTE

• Quem estiver procurando um sócio para abrir agência em São Paulo, pode ter uma boa chance se procurar o Sérgio Graciotti. Confirmando os boatos que já corriam pelo mercado, ele deixou a MPM-São Paulo, onde era diretor nacional de criação, em condições não muito cordiais, e está procurando novos rumos, enquanto seus advogados tentam passar adiante os 20% que ele detinha na maior agência brasileira.
• A Altermark está crescendo e, com isso, procurando profissionais de atendimento, produção gráfica, secretaria e redação. Os interessados devem procurar o diretor da agência, Paulo Fernando Vogel, pelo telefone 248-8996.
• A Dinâmica está oferecendo estágios remunerados a estudantes de relações públicas e de jornalismo. Quem quiser, deve levar o currículo e procurar, no horário comercial, Mônica Morel, à Praia de Botafogo, 340, grupo 210.
• Esta segunda-feira, Heliane Antonelle (ex-Almap) assume a supervisão da área de planejamento de mídia da Artplan, responsável pelos clientes do escritório carioca da agência.

Nos veículos

• O Jornal do Brasil produziu um livreto com lombada em espiral — com bela (porém não creditada) direção de arte — contendo os vencedores do seu Prêmio JB de Propaganda referentes a 1987. Muito interessante a iniciativa, principalmente enquanto não se tem, no Rio, um anuário dos trabalhos aqui realizados.
• A Editora Abril, normalmente tão ética em suas publicações, deu uma resvalada no lançamento de um "Guia dos Remédios", que relaciona mais de 2 mil remédios comercializados no Brasil, com suas indicações, fórmulas, contra-indicações etc. Num país tão carente de assistência médica, e cujo povo tende tanto à automedicação, os riscos de utilização errônea pelo brasileiro de um livro como este, vendido em bancas, me soa assustador.
• Principalmente quando se sabe que grande parte do que o brasileiro gasta com remédios inúteis — vitaminas, fortificantes, elixires para o fígado etc. — melhor seria aproveitado se servisse para seguir uma alimentação mais completa ou mais saudável.
• A Cadeia Verde-Amarela/Rede Bandeirantes de Rádio passou a representar, comercialmente, no Rio e São Paulo, a rede de emissoras Atalaia, de Belo Horizonte, Curitiba e Londrina. E ainda as rádios Cidade­AM e Stúdio 99-FM. de Cascavel-PR.

E no mais

• A Expressão acertou ao entrar na concorrência da Embratur, e passou a ser uma das agências a atender ao órgão de turismo brasileiro.
• Digno de registro e aplauso a excelente campanha que o PMDB desencadeou no Rio pelo voto na indicação do seu candidato a prefeito. É campanha para medalha de ouro em marketing político. Pelo que a coluna levantou, a criação foi de Fábio Siqueira e Bob Gueiros, da MPM, com produção dos comerciais da Blow Up. A veiculação, no entanto, foi feita pela Caio.


CONTOS & CONTAS

Genilson Gonzaga

Covardia deixar Kolynos morrer

"Ah, que agradável sensação de bem-estar, na espuma refrescante de Kolynos".
A ziquizira financeira pátria acaba de forçar o Laboratório Anakol a retirar do mercado o creme dental Kolynos, que há 60 anos andava na boca de metade da população brasileira.
Desaparece, assim, a mais famosa pasta de dentes já surgida no Brasil, cuja propaganda deve ter ensinado várias gerações a fazer higiene bucal.
Kolynos foi assassinada fria e premeditadamente pelo Cip, com requintes de perversidade e sem direito a defesa. Morreu de inanição, decorrente de sucessivos golpes de tabelamento.
Até quando a sociedade brasileira continuará tolerando o extermínio da livre iniciativa no Brasil?
Até quando a comunidade brasileira de comunicação, particularmente o segmento publicitário, permanecerá calado, posto em cima do muro, diante das barbaridades oficiais que vêm sendo cometidas neste País, a pretexto de defender o consumidor?
Quem cala, consente. Além de compactuar com essa estúpida forma de controlar preços que ignora a lei da oferta e procura, esmagando lucros, gerando desemprego, solapando esforços de vendas, exterminando empresas quase seculares com rudes agressões a seus cofres, acabamos permitindo que Kolynos tivesse um sepultamento de indigente.
Sem nenhum lamento, sem mísera lágrima.
Até quando ficaremos sem tugir nem mugir?