Janela Publicitária    
 
 
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Janela Publicitária - Edição de 12/AGO/2016
Marcio Ehrlich

 

Crise imobiliária atrapalha venda da sede da ABP

ABP 1983: Leonel Brizola, Caio Domingues e Tancredo Neves
Em 1983, durante uma entrega do Prêmio Comunicação, Leonel Brizola, Caio Domingues e Tancredo Neves. Em pé, Leila Duarte, secretária da ABP há mais de 40 anos.
A baixa no mercado imobiliário brasileiro está frustrando os planos da Associação Brasileira de Propaganda (ABP) de vender a sua sede, negociação que já foi aprovada em assembléia acontecida em junho último.

Como acontece com todos os imóveis atualmente à venda no Rio, o da ABP já teve seu preço reduzido -- agora está em torno de R$ 1 milhão -- mas, comprador que é bom, nada.

A área onde está localizada a sede -- na Avenida Rio Branco, 14/17º andar -- até deveria estar se valorizando com a revitalização da Praça Mauá, ali do lado. Mas não para sediar uma entidade do mercado publicitário, cujas empresas, em sua maioria, se deslocaram do Centro do Rio para a Zona Sul e para a Barra. O local praticamente só recebe a presença do setor em época de eleições de nova diretoria.

A sede do Centro é repleta de histórias, no entanto. Algumas até tristes, quando o edifício pegou fogo, em agosto de 1977, e todo o acervo da entidade se perdeu. Em 1982, a ocupação do espaço foi liberada e a área reconstruída com o apoio do jornal O Globo. Tanto que, em fevereiro de 1983, o auditório da sede foi reinaugurado com o nome de "Auditório Roberto Marinho", com direito a placa de bronze e reunião de vários dos ex-presidentes ainda vivos.

Durante a presidência de Ronaldo Rangel, o imóvel do centro foi alugado e a secretaria da ABP funcionou em Ipanema, próximo da agência em que Rangel trabalhava, a DPZ. Em 2015, o local foi retomado, em meio a fortes boatos no mercado -- negados na época tanto por Rangel quanto pela diretora executiva Marion Green -- de que a associação estava passando por sérias dificuldades financeiras. Pelo sim, pelo não, a venda do imóvel daria um caixa folgado para a entidade, que, nos últimos anos, têm se dedicado basicamente à realização de festas de premiações, como seu Festival de Publicidade, seu Prêmio Comunicação e seus Destaques Profissionais.

Nome questionado

A ABP é a mais antiga entidade do setor publicitário brasileiro. Fundada em 16 de julho de 1937, fará 80 anos em 2017. Importante politicamente por muitos anos, começou a ter a sua representatividade nacional questionada -- principalmente por lideranças paulistas -- a partir da mudança da capital do Brasil para Brasília. Sani Sirotsky, presidente da ABP entre 1973 e 1975, chegou a fazer um acordo com outros líderes, para transformar a ABP em Associação Carioca de Propaganda, caracterizando seu foco no Rio de Janeiro. Sani foi tratado na época, pelos cariocas, como traidor do mercado. No final da década de 70, durante o III Congresso de Propaganda, o presidente e diretor da Salles, Paulo Roberto Lavrille de Carvalho, mais uma vez abriu mão da "nacionalidade" da ABP -- ela continuaria se chamando "Brasileira" mas se assumiria que não é -- em favor da criação da AP's Brasil, a entidade que reuniria os presidentes de todas as associações regionais. Só que a AP's Brasil não vingou.

Em 2005, com a entrada de Adilson Xavier na presidência, a entidade assumiu uma postura nacional a partir da inclusão de nomes de outros mercados na premiação dos Destaques Profissionais -- até então exclusivo de quem atuava no Rio -- e da internacionalização do Festival de Publicidade, que chegou a ter, por alguns anos, a presença de concorrentes latinoamericanos.

Atualmente, a ABP é presidida pelo criativo carioca Álvaro Rodrigues, que atuava até julho deste ano na agência paulista Africa e, garantem amigos da Janela, está buscando novas alternativas profissionais para continuar trabalhando em São Paulo.

(Marcio Ehrlich - 11/08)

Gente Que Vai e Vem

Rodolfo Annechino
Rodolfo Annechino
Agência3 (Rio - RJ) - O redator carioca Rodolfo Annechino é a nova contratação da agência, cuja criação é comandada por Paulo Castro. O criativo estudou na UniverCidade e na ESPM e, com 6 anos de mercado, já trabalhou nas agências AMO, Hi-Midia, Momentum e CuboCC/FlagCX.
Para conhecer o portfolio de Rodolfo, veja cargocollective.com/annechino. (11/08/2016)

Hagall Muniz
Hagall Muniz
FCB (Buenos Aires - RA) - O diretor de arte carioca Hagall Muniz é a nova contratação da agência portenha, onde vai fazer dupla com o redator francês Franck Marciano.
Egresso da NBS, onde esteve nos últimos dois anos, Hagall Muniz trabalhou também na Mullen Lowe, Grey e Percepttiva. A nova dupla ficará encarregada de criar para clientes como Jeep, Nivea, Huggies e Oreo, no núcleo direcionado às prospeções de prêmios da agência.
Quem quiser conhecer mais o trabalho do criativo, seu site é hagall.com.br. (11/08/2016)