PERFIL
Fred Coutinho, redator e Hall da Fama do Clube de Criação do Rio em 2015

Por Renata Suter

Fred Coutinho

Fred Coutinho, uma das cabeças mais privilegiadas do mercado publicitário e um dos homenageados em 2015 pelo Clube de Criação do Rio de Janeiro com o Hall da Fama, recebeu este prêmio por sua competência, criatividade e postura profissional admirável.

No entanto, poucos sabem que o hoje combativo cidadão brasileiro, que deixa claro nas redes sociais o seu antagonismo à atual presidente brasileira Dilma Rousseff e ao seu governo, carrega no DNA a luta contra os excessos de nossos governantes. Seu nome completo é Carlos Frederico Prestes Coutinho, uma homenagem a figuras ilustres. Carlos e Frederico, para lembrar os pensadores socialistas Karl Marx e Friedrich Engels, Prestes de sua avó materna, Eucélia Prestes - prima de Luís Carlos Prestes, político do Partido Comunista Brasileiro. Para fechar, o Coutinho, de Henrique Coutinho, seu avô paterno, que governou o Espírito Santo de 1890 a 1891 e de 1904 a 1908.

Os pais de Fred, ativistas políticos, se conheceram durante o segundo mandato de Getúlio Vargas, pichando muros contra o então presidente do Brasil. Aproximaram-se pelos ideais em comum; daí para o casamento foi um pulo.

Fred Coutinho nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de dezembro de 1952 - ano de um dos verões mais quentes de que se tem notícia na cidade -, mas passou sua infância e adolescência em Barretos, interior de São Paulo, na fazenda de um de seus tios. O tempo que lá viveu foi definitivo para lhe fazer querer, num futuro ainda bem distante, espera-se, ter suas cinzas espalhadas na cidade onde cresceu.

A vida adulta e a busca por mais opções de trabalho o trouxeram de volta ao Rio de Janeiro. Veio estudar jornalismo na Faculdade Hélio Alonso. No entanto, seu primeiro estágio na agência Salles proporcionou um desvio de rota, conduzindo-o para a publicidade e propaganda. Lá, se tornou assistente de RTV. Um ano depois, Bernardo Vilhena, então diretor de criação, que sabia o quanto Fred gostava de escrever, sugeriu seu nome como redator. A partir daí, o talento nato tratou de deslanchar a carreira que Coutinho abraçou meio por acaso: "Jamais pensei em trabalhar em propaganda. Até pisar numa agência. Eu só sabia escrever e achei que o caminho seria o jornalismo. Estava enganado."

O curso de publicidade e propaganda, concluído na mesma Hélio Alonso, substituiu o anterior. De 1985 a 1991 trabalhou na Provarejo - a badalada e premiada house-agency da Mesbla -, seguindo naquele mesmo ano para a DPZ, onde ficou até 2008, quando foi demitido por um daqueles temidos cortes nos custos da empresa e nas folhas de pagamentos. O salário de Fred a essa altura já era dos mais altos do mercado, colocando-o como consequência quase óbvia na lista de funcionários demitidos: "O Luiz Vieira, que era o diretor de criação da agência, chamou aqueles que seriam dispensados numa sala e avisou que todos, incluindo ele mesmo, estavam demitidos."

CASADOIRO

Fred em Araras, com o golden Zico.

A partir de então Fred Coutinho buscou novos horizontes para a sua vida, tanto profissional, quanto pessoal. Buscar trabalhos como freelancer foi descartado quase que imediatamente, por conta de uma prática que se tornou comum no mercado publicitário: escolher profissionais pelo seu preço e não por seu talento. "Ninguém me chamava porque contratavam outro redator bem mais novo por um valor dez vezes menor do que o meu. Gostava da ideia de ser freelancer, mas era a hora de parar."

Mudar para a pacata e tranquila Araras, na região serrana do Rio de Janeiro, foi a resposta para uma de suas principais aflições: sair da confusão da metrópole, deixar a falta de segurança para trás e ter um espaço como sonhava, onde pudesse abrigar seus mais de 1.000 livros. "Eu queria fazer nada, mas com qualidade de vida. Comprei o terreno em Araras e, faltando cinco meses para o final da obra, fui morar lá mesmo. Morei na construção sem paredes levantadas ainda, enfrentei um frio danado, mas fiz tudo como eu queria."

Com uma carreira sólida e muitos amigos, num mercado competitivo e crítico ao extremo, Fred Coutinho conseguiu ser um daqueles caras queridos e sempre muito bem-vindo. Apesar disso, é extremamente modesto: "Eu não costumo me ter em alta conta. Não me dou muita importância. Morro de vergonha de ser chamado de mestre. Fiz apenas o que achava certo profissionalmente. Tenho horror de quem se acha o máximo. Meu job é fazer anúncio. Para isso fiz o meu melhor."

Da mesma forma que é tão querido, também tem os seus preferidos, aqueles que o ajudaram a encontrar o melhor caminho em sua carreira: "Sou muito grato a Bernardo Vilhena, Delano d'Avila, Fábio Siqueira e ao Reuber Marchezini - um dos melhores profissionais com quem duplei", cita Fred, se referindo ao diretor de arte com quem dividiu muitos trabalhos.

Ser demitido não transformou Fred Coutinho num rancoroso de carteirinha, ao contrário, entre as pessoas a quem se mostra agradecido até hoje está Roberto Duailibi, então sócio da DPZ. "O Roberto sempre me apoiou. Quando o Gustavo Bastos deixou a direção de criação, Duailibi me convidou para ocupar a vaga. Eu preferi não aceitar."

O talento inequívoco de Fred Coutinho o fez acumular prêmios, como o mais recente, o Hall da Fama 2015, oferecido pelo Clube de Criação do Rio de Janeiro, reconhecendo e homenageando profissionais que fazem e fizeram a diferença, contribuindo com seus talentos para o mercado publicitário.

Segundo Luis Claudio Salvestroni, diretor de criação da Havas Brasil e presidente do CCRJ, quando Fred Coutinho foi escolhido um dos nomes do Hall da Fama de 2015, a decisão se deu, entre outras razões, por seu caráter e por sua criatividade: "O primeiro nome que surgiu durante a reunião foi justamente o dele, unanimidade aliás. Fred sempre foi um profissional simpático ao mercado por seu talento e sua simplicidade. Minha geração o teve como referência de trabalho e de postura."

Fred Coutinho e Cristiane Barbará

Casado pela quarta vez, atualmente com a empresária Cristiane Barbará, Fred Coutinho assume: "Adoro casar!" Não teve filhos em nenhuma das uniões, mas conheceu Cris - como ela é chamada por ele e por amigos - através do filho dela, Antônio, que foi seu estagiário na DPZ. O sobrenome - incomum - do então funcionário era o mesmo de uma de suas amigas de Facebook. A coincidência o fez questioná-la e então confirmar que se tratava da mãe do rapaz. A aproximação, que já era desejada, aconteceu rapidamente: "Na primeira semana de namoro ele quis casar!", conta Cris. Juntos há dois anos, Fred admite que tudo é mais fácil por conta da mulher: "Ela tem muito bom humor, é easygoing, sabe levar a vida."

O casamento de ambos não é dos mais tradicionais. De segunda a quinta-feira, Cristiane vive no Rio, onde é sócia de uma empresa de engenharia. De quinta a domingo, ficam juntos em Araras, quase sempre na companhia dos cães de Cris, o golden retriever Zico e o shitzu Nunes. Questionado se a fórmula certa para um casamento dar certo é essa, Fred responde: "O que importa é que dê certo. Seja como for." Para Cris, Fred tem qualidades fundamentais para que continuem firmes e fortes juntos: "Ele é generoso, inteligente e culto. Embora tenha o hábito de comer apenas mingau, geleia de mocotó e cabelinho de anjo", exagera.

Fred Coutinho, desde a saída da DPZ, última agência na qual trabalhou como contratado, casou e mudou. Vive onde quer, como quer, cercado por muito verde, tranquilidade, sombra e água fresca. Encontrou enfim o refúgio que tanto buscava. E aproveita tudo isso em muito boa companhia.

Mineirinho apoia uso de bicicletas em Niterói

Cartazes de Mineirinho estão ocupando o mobiliário urbano de Niterói

A agência PS10 está exibindo em mobiliários urbanos da cidade de Niterói, no Estado do Rio, uma série de cartazes assinados pelo refrigerante Mineirinho estimulando o uso da bicicleta como meio de transporte.

O diretor de criação da PS10, Renato Rocha, explicou para a Janela que a campanha busca estimular o público alvo de Mineirinho -- que está na faixa dos 30 a 40 anos -- a lembrar dos bons tempos da sua infância, já que tanto a marca quanto a bicicleta são prazeres que esta geração traz em suas lembranças da época de criança.

Além disso, Mineirinho se vende como um produto "mais saudável que os outros refrigerantes pela ausência de sódio e devido ao fato de o princípio básico ser uma erva medicinal". Nas palavras do diretor da empresa, Marco Aurélio Madruga Taboadela, isso dá a empresa "responsabilidade de pensar no bem-estar do consumidor".

Ficha técnica:

Anunciante: Reflexa
Agência: PS10
Diretor de Criação: Renato Rocha
Redator: Mauro Maedo
Diretor de Arte: Sidney Santana
Atendimento: Rafaela Toia
Mídia: Ana Lopes
Produção Gráfica: André Luiz "Dedeco"
Finalização: Marcelo de Souza
Aprovação do Cliente: Marco Taboadela

Ligação de Eduardo Paes para Lula vira spot da 11:21

Vazou mais um telefonema para o "presidente"!

O criativo Gustavo Bastos, da agência 11:21 -- que não gosta de perder uma boa oportunidade --, aprovou correndo ontem, quinta-feira, 18/03, com seu cliente Spé, o Spa do Pé, um spot que já entrou no ar hoje, sexta-feira, na rádio MPB FM, do Rio, brincando com o áudio vazado do telefonema do prefeito Eduardo Paes para o ex-presidente Lula.

Na ligação original de Paes, entre uma série de barbaridades, ele diz que Lula tem "alma de pobre" e chama a cidade de Maricá de "uma merda", comparando-a com a região de Atibaia, onde Lula frequenta o sítio que diz que não é dele.

Na peça da 11:21, para vender os serviços da empresa, o locutor fala para o "presidente" deixar de ter "alma de pobre", parar de futucar o pé em casa e ir a uma loja Spé, o Spa do Pé. Afinal, tem loja do Spé no Rio de Janeiro todo. "Só não tem em Maricá", encerra o texto.

Ficha técnica:

Agência: 11:21
Cliente: Spé, o Spa do Pé
Produto: tratamento VIP
Criação: Gustavo Bastos
Direção de Criação: Gustavo Bastos
Produção: Pardal
Aprovado por: Luiz Pedreira

Gente Que Vai e Vem

Amália Bina Machado

Agência3 (Rio - RJ) - Amália Machado é a nova diretora de Estratégia de Mídia da agência, voltando a atuar em publicidade. A profissional iniciou sua carreira publicitária na Giovanni e também trabalhou nas Salles D’Arcy, Publicis Brasil, F/Nazca Saatchi & Saatchi e DPZ.
Sua função anterior na área havia sido a direção de mídia da NBS, de onde saiu, em 2015, para ser RP da rede de hotéis Starwood.
Amália também estudou artes cênicas e sapateado. É autora do livro Tap – A Arte do Sapateado. (18/03/2016)

Gustavo Otto

NBS (Rio - RJ) - O gaúcho Gustavo Otto é o novo VP nacional de planejamento da NBS, atuando para os clientes dos escritórios da agência no Rio e São Paulo. Com mais de 16 anos de carreira e radicado há temos no Rio, Gustavo passou os últimos 9 meses como responsável pela criação e planejamento da FLAGCX. Mas já passou por empresas como África, Ampfy, Coca-Cola, WMcCann e Ogilvy.
A função de Otto na NBS, comenta o presidente da agência, Cyd Alvarez, será ajudar encontrar mais soluções que vão além da publicidade tradicional, acelerando ainda mais os processos de integração de plataformas digitais, business intelligence, consumer insights e novas tecnologias. (14/03/2016)