CABÔ BRACINHO: CANNES ESTÁ MUDANDO?

Esse jurado tentou levantar o braço e acabou sendo advertido.

E o festival de Cannes mudou um detalhe nas regras de julgamento que pode estar alterando o curso do festival: o voto para os leões agora é fechado.

É, acabou a história de levantar o bracinho pra votar. E como consequência, vão acabar os votos em bloco de países menos representados e o famoso “vota-no-meu-que-eu-voto-no-seu”. Pode discutir a peça, defender, mas você nunca vai saber se houve convencimento ou consenso.

Não se falou em outra coisa ontem. Ontem troquei ideia com jurados, ex-jurados e criativos, do Brasil e do exterior.

Vou manter os nomes deles fora dessa, porque foi mais um papo de brother do que uma reportagem.

“O que mudou pra melhor é que acabou a pressão dos medalhões. O que mudou para pior é que acabou a pressão dos medalhões”, resumiu um dos jurados, “para os países normalmente menos representados, como os latinos, o impacto deve ser sentido no resultado final, vão ser menos leões”.

Isso foi poucas horas, por exemplo, do Brasil zerar os prêmios em Mobile. Ano passado, foram 12 leões e um GP.

“Quando eu fui jurado, achei positivo o voto aberto porque acabamos o julgamento pensando como um grupo e não com votos e opiniões pessoais e pré-concebidas”, comentou um ex-jurado estrangeiro. “Como anglo-saxões fazem menos política nesses eventos, é indiferente para eles.”

“Fomos avisados no dia. Não entendi porque não houve antecedência”, comentou um outro jurado.

No Bar do Martinez, na tradicional resenha da madruga, muitos criativos estavam decepcionados com a baixa conversão em leões depois de um grande número de shortlists. 

O sistema de sigilo não é novo, é usado em festivais como o D&AD (onde os jurados vão para casa sabendo apenas os ouros) ou One Show. Será que é esse o caminho que Cannes vai seguir?

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DELEGADO-PIPOCA

Não é Cannes, mas aqui está quase assim.

A alta do Euro criou uma nova categoria de vinda para o festival: o delegado-pipoca. É o cara que não compra o abadá para entrar no carnaval, fica só curtindo a festa com a galera. E quer saber?

Tem é coisa para fazer. Festas, shows, eventos na praia, muita, mas muita bebida de grátis, encontra uma galera e depois viaja uns dias pela Europa.

MIJOTE

Mijote quente: pra comer ou pra beber?

Alguma coisa eu devo ter falado que o dono do restaurante não gostou. Pedi um cardápio e o sujeito me trouxe umas opções de prato que vinham com um mijote. Se ainda fosse só uma cusparada tudo bem.

CONNECT BAR EST BOMBÉ

Heineken Lions

Depois de um domingo morno, ainda sem exibição dos shortlists e com palestras que não empolgaram os delegados, foi todo mundo para o Connect, o open bar no rooftop de Cannes. Já deu para sentir: o festival nem começou direito e está bisonhamente lotado. E olha que o Brasil está em crise, hein? Quero ver na hora que começarem as principais atrações

CURRAL

Curral Vip. #soquenao

O Gutter Bar, em frente ao hotel Martinez, lançou um curralzinho pra evitar que a publicitaiada invada todas as faixas da avenida, como sempre acontece. E passou a mandar só copinho de plástico pra cerveja, ao invés daquela garrafinha que os “bêbedo” tudo quebrava no asfalto. Tá certo, o pessoal quando bebe perde a linha. Mas essa ideia ficou ó, uma titica.

MOMENTO AMAURY JR.

Acreditem ou não, teve leitor da Fenêtre perguntando se este ano teríamos novamente o "Momento Amaury Jr.".

Então, atendendo a pedidos, aí vai o luxo, requinte e sofisticação de quem flana pela Croissete na Côte D’Azur.

Fabio Seidl e Antonio Carlos Accioly em sua tradicional foto "Voldemort" de todos os anos.	René Sampaio e Krysse Mello vieram lançar sua nova produtora Barry Company.
Parece o Accioly, mas é o Beto Coelho (Satélite Áudio); Pedro Prado (F/Nazca), Daniel Oksemberg (Almap), Kito Siqueira (Satélite) e Dudu Marques (180LA) no Connect Bar.	A queridona Sam Martins (Visorama), Ricardo Dolla (Africa), Marco Martins (Wieden) e André Felix (Zimmerman Miami), cariocando em Cannes.

Fabio Seidl é o Amaury Jr. da Fenêtre no Festival de Cannes.