PASSAGEM PARA PASSAR BATIDO
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"Dá pra entregar meu Leão de novo?"
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E o festival de Cannes já começou com um criativo chegando atrasado para pegar o seu leão de Health. Tipo, no dia seguinte da entrega. Trocando a passagem pro dia errado e tudo. Pois é, fui eu que fiz a cagada. Jurava que a entrega de Health era no mesmo dia da festa de gala de Health. E não é. Eu sou uma besta.
A TORTO E A DIREITO. MAS MAIS A TORTO
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Deve ter mais gente querendo entrar no Palais que trabalhos concorrendo.
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Você acha que Cannes ganha dinheiro com a vontade do pessoal tem de ganhar prêmio e ser reconhecido? Olha, até ganha. Com os patrocínios? Sim, faz um caixa.
Mas sem dúvida, boa parte da receita do festival é com a tal da inscrição mal feita.
A gente sabe: o festival é abrangente, tem várias categorias e aí a agência resolve mandar aquela peça “em tudo”.
Foi só chegar aqui e conversar um pouquinho com os jurados: tem uma avalanche de cases perdidos. E sejamos justos: a organização do festival tenta dar uma força, ajudar, aconselhar. Mas são quase 40 mil peças, né?
Uma reação comum é o criativo achar que “promoveu” sua ideia na rede social, então é “promo”. Ou que a mesma ideia gerou uma interação “direta” com o público-alvo, então é direct. Como se “promover” ou “falar diretamente com o público” não fossem princípios básicos da publicidade.
Sim, tem ideias que ganham “tudo”. Normalmente, campanhas integradas, com várias disciplinas. E sim, tem gente que muda case e board para diferentes categorias para defendê-las com mais especificidade.
O buraco é bem mais embaixo. E um buraco negro. Que incha o festival, é ruim para quem inscreve e para quem julga.
SUPLETIVO DA INSCRIÇÃO
Talvez por tudo isso, Cannes vai fazer esse ano um workshop de inscrição com ênfase em Effectiveness, uma das cateforias mais complicadas e técnicas do festival. E também a com menos inscrições por ano. E uma oportunidade de negócios incrível. Ou você acha que eles não pensam em tomar a boca do cenoura dos prêmios Effie?.
RALPH LIONS
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Chrystian & Health?
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Mas não sou só eu que já cheguei fazendo mescla não. Ontem aqui tinham dois publicitários brasileiros conversando. Um deles mora no exterior, o outro, no Brasil.
Aí colou um chapinha gringo, amigo do que mora fora. O que vive no estrangeiro apresentou o americano pro outro, brazuca, que, aparentemente tinha matado todas as aulas de conversação do seu cursinho de inglês online.
O diálogo foi todo em inglês.
- Deixa eu te apresentar: esse cara aqui acabou de ganhar um leão em Health...
E o outro brasileiro, se antecipando, também em inglês.
- Hein, Ralph? Muito prazer, Ralph. Ganhou em quê?
O gringo não deve ter entendido porque foi chamado de Ralph, ou fez de conta que não entendeu.
- Health!
O nome do insistente brasileiro é fictício
- Eu sou o João. Prazer, Ralph. Ganhou em quê?
- Health!
Só lá pela terceira tentativa é que nosso colega se ligou.
SÓ VOU SE FOR NO CHAMPION
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Le Champion
de Cannes
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Quem conhece essa coluna há mais tempo sabe que eu tenho uma tradição e sorte de me hospedar só em pocilgas. Já fiquei no Le Favelê, no Le Carandiru... ano passado eu fiquei numa taberna de hobbits em que minha cabeça raspava literalmente no teto.
Tenho uma máxima: “Cannes só tem dois tipos de hotel: os muito caros e os muito ruins.” E eu normalmente pego logo os dois: os muito caros e muito ruins.
Pois é. O desse ano é até arrumado. Mas tô me sentindo aqueles jogadores de futebol carioca que ganhavam a suíte Champion da Rádio Globo por ser o craque do jogo - alguém lembra disso? O pior em campo ia pra Pensão da Cremilda, e olha que o Champion ficava pra lá de Bangu.
Meu quarto tem uma banheira gigante de hidromassagem e uma sauna. Tudo isso com aquela luz de hospital e cheirinho de mofo. Me hospedei numa garçoniére de alguém. Faltou só a barra de pole dancing.
FALAM OS LEITORES
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Accioly não chegou aqui em Cannes até agora. Está até agora na escala dele em Portugal com a galera da Lucha Libre e da FCB Lisboa comendo sardinha nas festas juninas. Olha aí o
Edson Athaide (VP Criação), Victor Afonso (Dir.criação), Paulinho Corcione ( sócio Lucha Libre), Accioly e Igor Ferreira (Lucha Libre).
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Bernardo Romero, diretor de criação associado da Africa, provavelmente sem job (alô Iara e galera do tráfego, não tem um balanço de banco ou um varejão pra dar pra esse menino?) mandou uma ideia e uma sugestão:
“Fã de carteirinha da cobertura, venho dar os parabéns e desejar boa sorte nesse início de "transmissão". Como esse ano estarei em Cannes, pra facilitar essa minha busca pelas informações mais (i)relevantes do festival, sugiro um App da Fenêtre: além do feed de notícias, poderíamos dar like nas fotos desfocadas do Accioly e termos uma interatividade maior com os repórteres. Talvez custe caro, mas ouvi dizer que a TV Record paga muito bem para atores que interpretam figuras bíblicas.
Seidl Responde: Bernardote, o que a 11:21, a Bl3nd, Lucha Libre, Press Cell e X-Tudo deram pra gente, deu pra gente comer exatamente um X-Tudo, e nem foi a agência do Goroditch. Já que você é fã de carteirinha, abre a carteirinha aí e paga um kebab pra nós ali na estação de trem de Cannes. E sim, a Record paga bem para o pessoal das séries bíblicas, mas o Marcio Ehrlich é judeu, né?
Continue mandando suas anedotas, sugestões e se você está em Cannes (ou não, sei lá), pode mandar suas fotos também. O e-mail está lá em cima no Fale Conosco. Ou entra lá no feice da Janela Publicitária.
LUTO NA FENÊTRE: MORREU PASCALINE PETIT
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Sempre entrando nas brincadeiras da Fenêtre, em 2012, Pascaline e Esmeralda revelaram o nome do meio do editor da Fenêtre.
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Faleceu Pascaline Petit, a tigresa-mãe (ou oncinha, ou por aqui, femme panthére).
Petit era a senhorinha mais gente fina de Cannes e sempre participou da zoeira aqui da Fenêtre, inclusive "assumindo" que sua filha, Esmeralda, era fruto de uma aventura com nosso editor Marcio Sidnei Ehrlich. Era personagem-símbolo oficial da cidade e de seus festivais.
Fica aqui a nossa homenagem e agradecimento. Merci, Pascaline.
Ela vai ser homenageada pela prefeitura da cidade e o velório (de corpo ausente) está sendo aberto ao público.
Ex-bailarina se tornou personagem-símbolo dos festivais de Cannes
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Todo ano, era praxe o Accioly tirar foto com as "oncinhas"
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Pascaline nasceu Pascaline Benito na cidade de Armentières, no norte da França, em um distante 17 de abril (até hoje ninguém sabe o ano), filha de uma vendedora de sorvetes. Sempre foi excêntrica, tendo participado de um grupo de dança chamado "As Irmãs Bailleu", que se apresentava dançando rumba, tango e ritmos similares.
A história que se conta é que, após um misterioso evento na Espanha, Pascaline fez o voto de passar a se vestir sempre de pantera. Inclusive na faixa do cabelo. E usando quase sempre o mesmo brinco-talismã: dois ossos de galinha trazidos da Sierra, presos por um cordão de algodão.
Já com o sobrenome de casada Petit, com o tempo, Pascaline passou a ser acompanhada de sua filha Esmeralda, frequentando desde 1983 os festivais de Cannes, tanto o de Cinema quanto o de Publicidade. Esmeralda se apresentava como cineasta, também, produzindo curta-metragens que eram estrelados, inclusive, por sua própria mãe.
Mãe e filha também estiveram envolvidas com movimentos de defesa dos animais. Na Fenêtre de 2004, já apontávamos que ambas foram candidadas a vereadoras na cidade de Lille, pelo partido PDA, que significa Partido de Defesa dos Animais...
Pascaline estava internada desde sábado, 13 de junho, por complicações de um câncer, tendo morrido na sua cidade natal na manhã da sexta-feira, 19. (Marcio Ehrlich)
Fabio Seidl é o atrasado da premiação de Health.
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