Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
A Fenêtre Publicitaire é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes 2015, por Marcio Ehrlich, Fabio Seidl e Antônio C. Accioly,
com o patrocínio da 11:21, Bl3nd, Lucha Libre, PressCell e X-Tudo.
Mais indicações de criativos na Fenêtre Frenetic Predictions
Se você vai a Cannes ou não,
pelo menos vai acompanhar por aqui, antes do que os jurados do festival decidirem, os trabalhos que mais impressionaram alguns dos principais criativos do Rio.
E também conhecer o que eles pensam sobre o que a Fenêtre considera exagero na presença de trabalhos
"proativos" concorrendo a premiações.
Hoje,
com Ricardo Real, Dani Ribeiro, Gustavo Bastos e Daniel "Japa" Brito.
Ricardo Real, diretor de criação da Script
A Script inscreveu um trabalho no Festival de Cannes, mas Real não irá este ano ao festival. Suas previsões de Leão vão para:
• "Beats by Dre, The Game Before The Game", da R/GA: O filme é uma obra prima, e não "é ideia de Cannes” rsrsrsrs, é uma ideia para conquistar fãs. Considero o melhor filme da última Copa do Mundo. A ideia contextualiza muito bem os produtos da apple no universo dos bastidores dos atletas e o filme consegue envolver o espectador brilhantemente. “Antes dos gols, antes da glória, há um jogo que não é visto sendo jogado no vestiário” essa é a mensagem. Resultado: comprei a música e o headphone para minha filha
• "Gisele Bündchen, I Will What I Want", da Droga 5: Mais uma vez não "é ideia de Cannes” rsrsrsrs, é uma ideia para conquistar fãs e provocar a interatividade. Golaço da Droga 5. Parecia ser uma parceria improvável de Under Armour e Gisele. Entre o barulho das opiniões contraditórias das redes sociais, a revelação foi um filme de Gisele ignorar os comentários assinando I WILL WHAT I WANT.
O exagero dos trabalhos "proativos" pode distorcer os resultados do Festival?
Acredito que qualquer coisa em exagero pode fazer mal à saúde.
Dani Ribeiro, diretora de criação da Publicis
Dani não vai a Cannes, por uma razão nobre: "Tanto em 2014 quanto este ano, troquei a Croissete pela Clarice, minha bebê de 1 aninho". Mas conta que a Publicis Brasil inscreveu ideias boas e supercompetitivas, pelas quais ela vai torcer muito daqui. E previu que ganhem Leões estes trabalhos:
• "Like a Girl", da Always: Porque fala de preconceito entre gêneros de forma verdadeira e contundente, com uma grande marca internacional puxando esse debate de forma sutil.
• "Trip Book Smiles", da FCB Brasil: Achei um uso genial de tecnologia, totalmente pertinente para o cliente e muito bem executado. E porque me deu aquela raivinha boa de “eu queria ter feito isso!”
O exagero dos trabalhos "proativos" pode distorcer os resultados do Festival?
Eu acredito que cada juri vai saber avaliar e corrigir essas possíveis distorções. E a minha polianice vai além: tem tanta ideia incrível para job grande de marca grande que eu acho que tem espaço pra tudo, desde que seja bom.
Gustavo Bastos, diretor de criação da 11:21
Gustavo não vai a Cannes. Foi em 2014, pretende ir em 2016, mas este ano só mandou trabalhos da agência: oito inscrições em film e print. E aposta
• "Monty The Penguin", da John Lewis: Emocionante, uma peça de ideia e realização consistentes.
• "Sainsbury's Christmas", da Military & Outdoor: Ousado e bonito filme de Natal contando a verdadeira história de uma trégua no meio de uma batalha na primeira guerra mundial pelo Natal. Ideia e realização perfeitas.
O exagero dos trabalhos "proativos" pode distorcer os resultados do Festival?
Acho que o festival se acostumou ao convívio entre os trabalhos de verdade e os "proativos", que em geral estão nas mesmas categorias, as de trabalhos para ONGs, etc, então não chega a distorcer o resultado. Na maioria das categorias, ganham trabalhos de verdade, mesmo nas categorias para ONGs, o que eu acho ótimo. Propaganda de verdade que ganha prêmos é mais estimulante para os profissionais e para os clientes, que a cada ano são em maior número no festival, e isso é muito bom.
Daniel "Japa" Brito, diretor de criação da FCB Brasil.
Japa vai ficar no Brasil este ano. A FCB do Rio, aliás, não se inscreveu no festival, apenas o escritório de São Paulo. As previsões de Leão do criativo são estas:
• "Nivea Doll", da FCB: Simples, educativo, surpreendente e divertido.
• "Todo Mundo é Gay | Festival Mix Brasil", da Neogama BBH: Aborda o tema sem moralismo. Super bem produzido, com um roteiro impecável.
O exagero dos trabalhos "proativos" pode distorcer os resultados do Festival?
Eu acho que campanhas da categoria "for good" não deveriam concorrer. Trabalhos assim sempre maquiaram o resultado do festival. E isso só tende a crescer. Com as novas tecnologias, produzir um “ fantasma bonzinho" ficou muito mais caro. As ideias precisam de video-cases, protótipos e assessoria de imprensa. Por outro lado, não existem mais a necessidade da veiculação comprovada, é só postar no youtube. O resultado é uma vantagem para grandes agências e grupos internacionais, que contam com mais verba de investimento.
Marcio Ehrlich não foi a Cannes mas ficou ligado e logado no Festival.