Janela Publicitária    
 
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 
Aquarela Beat Jamute Mr.Vox Sonido Visorama
A Fenêtre Publicitaire é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes 2014, por Marcio Ehrlich, Fabio Seidl e Antônio C. Accioly,
com o patrocínio da 11:21, Agência3, Aquarela, Beat, Jamute, Mr.Vox, Sonido e Visorama.
 

AH, NÃO, ACCIOLY CHEGOU

Quando eu vi ontem o De Lorean do filme De Volta para o Futuro estacionado na Porta do Palais, pensei: ah, não, o Accioly conseguiu chegar direto do tempo do homem das cavernas.
Nosso neandertalesco amigo está na área finalmente. Ele diz que se atrasou porque a TAP perdeu a mala dele. Esses portugueses são literais demais mesmo. Quando falei perdido uma mala, era o próprio Accioly, e não a bagagem. Mas enfim, o careca está na área. Sai, sai da frente, sai que o Accioly é chapa quente.
Accioly pegou carona com Doc Brown.
E já veio pronto para a campanha "Carequinhas", da Ogilvy


CANNES DE SEGUNDA

Segunda feira movimentada por aqui viu? Parecia até a Fan Fest de Copacabana de tanta gente que deveria estar trabalhando mas estava na praia se divertindo.
Duas das mais procuradas palestras acabaram tendo resultados bem diferentes.

NEW CREATIVES: A ‘New Creatives’ que teve o brasileiro PJ Pereira, da Pereira O’Dell, brilhou. PJ mandou no show com uma apresentação de apenas 3 slides, baseada em uma pergunta simples: se a publicidade começasse hoje, nós faríamos tudo do mesmo jeito?
Se a resposta mais fácil parece ser não, porque seguimos fazendo quase tudo como era décadas atrás. A proposta de se reinventar dele é simples: pensar em negócio como Madison Avenue, entreter como Hollywood e agir como Silicon Valley.Usar aprendizados de outras indústrias de sucesso.
Spike Jonze em Cannes. Podia ter dado certo. Mas não deu.
SPIKE JONZE: O outro seminário, infelizmente, repercutiu não tão bem. Um dos diretores de cinema e publicidade mais geniais dos últimos 20 anos, Spike Jonze, subiu ao palco para responder a uma sabatina sobre storytelling.
Pena que o formato proposto pelo mediador, infelizmente, travou o papo.
O público começar a ir embora antes da metade, a ponto de o próprio Spike parar tudo e falar: “eu acho que isso não está dando certo, vamos mudar o formato e deixar as pessoas perguntarem”?
Não melhorou muito. O público, por mais curioso e bem informado que seja, nem sempre consegue espontaneamente criar o timing e o fluxo do tal storytelling.

PELO PALAIS: BOLA DENTRO

Young Lions Lounge, espaço tunado pela Samsung para palestras mais informais aqui em Cannes tirou onda. Os caras construíram uma cenografia interativa muito bacana. Tem até um café que serve expresso e macarons de grátis. A fila vai em Quixeramobim e volta.
O café de grátis...
e a cenografia interativa do Young Lions Lounge.


PELO PALAIS: BOLA FORA

O Festival agora imprime o shortlist em baixa qualidade.
Sabe aquela sua peça de mídia impressa, outdoor, design que você teve todo carinho pra imprimir linda de morrer caso ela fosse pra parede do shortlist? Esquece. Cannes agora pega seu arquivo digital e imprimem eles mesmos num papel até resistente, mas muito ruim para definição. É melhor que colar a etiquetinha embaixo da sua prova como era antes? Sim. É bom? Não. Ninguém gostou. Tudo escuro, cores saturadas, leitura impossível.


DIRECT, PR, PROMO, EFFECTIVENESS

Foi uma cerimônia longa e na mesma hora do jogo Alemanha e Portugal (não vamos comentar o resultado aqui pra não perdermos nossos parcos leitores na terrinha), mas mesmo assim, lotada do início ao fim.
E vi nelas, na minha opinião, duas das melhores ideias que estão aqui no festival.
O GP de Promo, finalmente, depois de muitos anos é uma ideia de promo. ‘Desculpe, eu gastei comigo mesmo”, do magazine de luxo britânico Harvey Nichols é brilhante. Uma linha de pequenos produtos baratos para fazer galhofa com seus amigos e parentes no Natal: uma esponja de aço, clips de papel, uma escova de dentes vagabunda.
A ideia que isso acabou gerando mais venda de presentes de verdade. Golaço da Adam&Eve DDB, que vai ganhar mais coisa por aqui.
O GP de DIrect é um outdoor, mas é incrível. Também inglês, a peça é um painel que tem um vídeo de um menino que toda vez que passa um avião da British Airways no céu, corre em tempo real para apontar e informar que vôo é aquele e para onde vai. Em seguida, anuncia a promoção para aquele destino. Irritantemente simples e bom, e cheio de tecnologia.
O GP de Promo
O GP de Direct


BRASIL NO PALCO

O Brasil esteve no palco com quatro agências:
A Loducca, por ‘#Somos Todos Macacos’, ideia que fez muito barulho no Brasil e que teve muito impacto no exterior;
A Leo, pelo enterro do Bentley com Chiquinho Scarpa;
a FCB Brasil, com o sensacional case Speak Exchange de CNA.
E a FCB para mim, com 6 leões no primeiro dia, tem tudo para ser a agência brasileira mais premiada do festival.
E a Ogilvy, para pegar seu leão preto de Creative Effectiveness por Dove Real Beauty Sketches e pela campanha Carequinhas, do GRAACC.
A Loducca no palco. (N.R. Poxa, perderam a oportunidade de subir levando bananas. Ou não tem em Cannes?)
A FCB não cabe em si de contente por tanto Leão logo no começo do Festival.
Este vosso missivista, aliás, que teve a honra de fazer parte da equipe de criou a campanha, raspou a cabeça ontem junto com outros dois criativos da agência – Carol Saraiva, que representa aqui as criativas da ideia foi poupadas para homenagear à molecada do GRAACC.
Aproveitei também para levar ao palco a minha pequena Valentina, de 1 ano e 1 mês, que ano passado eu tinha homenageado fazendo o imortal ‘nana nenê do Bebeto’ no palco do Palais. Tudo pela família.


DE NOVO, O EMBARGO

Cannes continua insistindo com o embargo e ameaçando descredenciar os brasileiros.
Mais uma vez a assessoria de imprensa do festival tenta que os jornalistas brasileiros ‘segurem’ a informação de quem foi premiado com leões até o horário da cerimônia de entrega dos leões.
Fazem isso escrevendo ‘Embargo’ bem grande na lista de prêmios que entregam e como não funciona, sugerem que podem descredenciar veículos e jornalistas. Isso também nunca funciona.
A Fenêtre, que por incrível que pareça é lida pela querida equipe da assessoria, tem uma sugestão construtiva: pessoal, isso hoje em dia não funciona mais para preservar a festa. Falo como criativo e colunista do festival há mais de uma década.
Se tem alguém no júri, brasileiro ou estrangeiro da sua rede de agências, que é seu amigo, ele vai te contar se você ganhou um prêmio. E você vai postar na sua rede social. É inevitável.
E o jornalista, que está aí para trabalhar, vai ficar frustrado de não fazer a sua obrigação: dar a notícia em primeira mão.
Não é porque saiu antes na mídia (nunca é o nosso caso, porque a gente está sempre dormindo, de ressaca, na hora das coletivas de imprensa) ou onde quer que seja que o evento de vocês vai ser esvaziado. Nunca foi e nunca será.
Nunca vi ninguém ganhar um leão de surpresa na entrega, nunca vi ninguém deixar de ir porque não ganhou. Pelo contrário, nunca vi não lotar e não ter filas insuportavelmente longas para o evento.
Flexibilizar e atualizar essa relação é bom pra todo mundo. Pensem nisso.


O ROOFTOP DO MARTINEZ É O NOVO MARTINEZ. SÓ QUE NÃO.

Estava eu ontem no Martinez quando um grupo de Portugueses (malucos) me chamou a atenção: “olha lá, agora tem um rooftop no Martinez? Bora?”. Sim, meus amigos, não só tinha uma versão VIP/cozinha do Bar do Martinez no telhado do hotel como eu e esses tugas invadimos na boa e na moral o lugar. Sensacional. Bar de graça, telões passando a Copa, decoração alto nível, vários ambientes, só tem dois problemas: 1) Não cabe todo mundo que está lá embaixo, que é o que dá graça ao Martinez. 2) Depois dessa coluna de hoje, vão reforçar a segurança lá. Eu sou uma besta.
A vista do topo do Martinez, o Baixo Gávea de Cannes
Telão de graça? Quem não quer estar dentro?


CADÊ ELAS?

As únicas mulheres desimpedidas no festival.
Comentário geral ontem na madrugada: nunca antes na história desse país teve tão poucas mulheres em Cannes. Culpa, claro, do Accioly.


BRASILEIRADA QUE RALA PELO MUNDO SE ENCONTRA AQUI
Diogo Mello, da DM9Rio e Alessandro Beda, da Duda Polônia.
Luiz Vicente ‘Batatinha’, brazuca da Jung Von Matt Hamburgo.
Laurence Kilnger, da Lapiz Chicago, e Paulo Areas, da Cheil Portugal e Espanha
Eu, perdido entre o brazuca Marcelo Lourenço e seu dupla português Pedro Bexiga, da Fuel Lisboa, no rooftop do Martinez.
Nessa eu me infiltrei entre a galera da Ogilvy: Em cima: Bruno Xavier, Fernando Passos Bisnaga (ou aqui na França, Baguette mesmo), Fabio Natan, este seu amigo e Rico. Abaixo: Renato Zandoná, Carol Saraiva, Guto Kono e sua esposa Ana e Val Piovan.


Banana Mecânica entra duro nos Argentinos e está pronta para o segundo turno

Banana Mecânica
A Banana Mecânica: Lucas Heck, Guilherme Cavalcante, André Felix, Andre Pasquale e Salgado em pé. Em baixo: Beto Fernandez, Zeca, Bisnaga e Fabio Seidl.
O time está elegantemente uniformizado com o apoio do Estadão e a aprovação da sempre diligente Clélia Salgado.
A Banana Mecânica, apelido carinhoso da Seleção Brasileira Publicitária não deu mole. Passou o rodo nos Japoneses (2x1) e Argentinos (1x0) e está na segunda fase do Mundial de Beach Soccer.
O outro adversário do Brasil era o México, mas os mexicanos, não contaram com a própria astúcia e desapareceram. Tomaram de W.O.
A Banana entra de novo no certame amanhã contra a Holanda ao meio-dia, horário de Cannes, o que corresponde a 7 da manhã no Brasil.
O jogo será transmitido ao vivo pela rádio patrulha da Polícia de Cannes e pelo Shoptime que vai fazer uma promoção casada com aparelhos de emagrecimento instantâneo.


Fabio Seidl é o Otávio Mesquita especial da Janela em Cannes.