BALANCÊ MAS NÃO TOMBÊ.

Accioly e Seidl mostram que vão embora mas deixaram o Palais inteiro.

Fim de papo no certame publicista, é hora de mais um balancê do festival.
Aliás, tenho que pedir desculpas aos fiéis leitores da coluna (fiéis só se for no sentido religioso, porque ninguém tem fidelidade com isso aqui), pelo atraso da coluna de sexta, houve um desentendimento entre o meu fígado e uma enxaqueca, provocada pela falta de ritmo de jogo nos festejos. Mas vamos nessa.

O RIO MOSTROU QUE DÁ

Não teve carioca triste no festival de Cannes. Afinal, quem é filho da terra sempre torce pelo Rio, mesmo que não tenha marcado presença na parede do Palais com finalistas ou com leões.
E fazia tempo que o mercado do Rio não tinha um resultado bacana, com várias agências ganhando leão e mais: com produtoras cariocas também trabalhando para outros mercados. O Rio foi fundamental no Grand Prix de Promo, por exemplo.
A delegação carioca esteve presente como não se via há muito tempo também.
É só ver o que o Accioly conseguiu de fotos da galera, embora muitas estejam desfocadas.
Acho de verdade que esse ano pode servir para o mercado se empolgar, ter mais confiança no taco e estar ainda melhor representado aqui.
Inclusive, e já faz tempo que digo, tem que ter jurado carioca no Festival, sim.
O mercado do Rio é maior do que muito país que manda jurado, está inscrevendo e ganhando, está vindo assistir, então nada mais justo.
Se organizem aí pra isso, turma. E parabéns Artplan, Binder, DM9Rio, Homem de Lata, Sonido, Ogilvy Rio, Yes, Silence e quem mais a gente tenha esquecido.

BRASIL-SIL-SIL

Ogilvy, agência do ano. AlmapBBDO, terceira maior agência do ano. Três GPs da Pereira O’ Dell, que é comandada em San Francisco pelo brazuca PJ Pereira e é do grupo ABC. Ouros para Leo Burnett (com o ótimo case do Vitória), Grey (com WWF), F/Nazca (e o belo trabalho para Leica que rapou um monte de troféus em film e craft), outro bom desempenho da Y&R, o ótimo trabalho da Giovanni+draftfcb, a já citada ascensão do Rio, o leão de ouro da baiana Revolution e o recorde absoluto de leões. Um ano para o Brasil não esquecer. E que vai ser difícil, mas não impossível, repetir.
	A equipe da Giovanni comemora em Cannes.
Lucas Heck e Marcos Piccinini da Grey, abocanharam vários leões.	P.J.Pereira com um dos seus GPs.

SMART WAYS TO WIN

No discurso de homenagem a ele, Lee Clow falou bem dos outros: Dumb Ways to Die.

Uma coisa é você ganhar uma baciada de prêmios. Outra, em outro nível é terem dois caras lendários no palco que se chamam Dan Wieden, da Wieden+Kennedy e o Lee Clow, da TBWA/Chiat (aplaudido de pé durante a homenagem do festival ao seu conjunto da obra) pegarem o microfone para dizer: “eu adoraria ter feito Dumb Ways to Die”. É, isso aconteceu no “horário nobre” do festival, a noite de entrega dos leões de filme.
Se eu fosse os caras da McCann Melbourne, pegava o vídeo disso e colocava passando do lado dos trocentos troféus que eles pegaram aqui esse ano. Isso, eu nunca tinha visto.

One Dumb Way To Die

“Dumb Ways” é o Gangnam Style da propaganda. E quem diria que um jingle, uma animação em 2D (é quase um flash) para um filme de segurança do Metrô viraria o megassucesso que virou.
Isso só prova duas coisas: não existe job ruim (sim, existe, mas se esse caísse na sua mesa, você acharia que dava para tirar um sucesso desses?). E outra, dá para fazer, em qualquer lugar, com qualquer dinheiro.
Notem: começa com um jingle chiclete, como é Pipoca com Guaraná, como é o ótimo Vem Pra Rua da Fiat. E termina com uma coisa que existe na publicidade e a gente não entende como funciona: é a tal da mágica.
Lembra de Sony Balls? De Wassup da Budweiser? São ideias que não funcionam no papel, no roteiro, só funcionam na mágica, na cabeça de quem acredita. Parabéns, McCann Melbourne. Vocês fizeram mágica.

SE A CANOA NÃO VIRAR

Eles chegaram lá. A Pereira O’Dell decidiu comemorar o ótimo desempenho em Cannes com um open bar num iate.
Na noite de sábado, convidaram quem quisesse chegar. Nizan Guanaes só esqueceu-se de um detalhe: ele às vezes tem labirintite, o que não combina muito com barco.
Mas a alegria dele e do time superaram até isso. Abrir uma agência nos EUA é estar totalmente na contramão. Vê-la fazer o trabalho que está fazendo, é incrível. Parabéns, caras.

Topher Grace, ator de Spider-Man e de The Beauty Inside, toma uma champa com o brasileiro Dudu Marques, da Pereira O’Dell San Francisco.	Os fogos vistos do Iate da Pereira.

CONFUSED

As mulheres de Dove, no Palais, com a dupla Hugo Veiga e Diego Machado, da Ogilvy.

Estava num restaurante e alguém comentou que as personagens do Real Beauty Sketches tinham vindo para Cannes para receber o leão.
Nisso, um criativo olha em volta, se levanta, vai até a mesa ao lado e fala para três mulheres: “Eu não acredito, vocês estão aqui! Fizeram boa viagem? Olha, meus parabéns pelo sucesso da campanha!”
Não eram elas e, claro, não tinham nada a ver com as mulheres do filme.
As clientes do restaurante estão até agora sem entender. Nosso amigo criativo já foi convidado para a campanha “você já tomou mais vinho do que você imagina”.

WOODY

Woody e Cocito, da agência David.

Cannes tem dessas coisas. Olha aí o argentino Beto Cocito, que outro dia pintou aqui na coluna cheio das cocotas, agora com ninguém menos que Woody Allen. Ele estava, mais uma vez, curtindo o verão aqui na Côte D’Azur. Cannes tem dessas coisas, você sempre pode esbarrar num cara assim uma vez, depois de esbarrar 300 vezes com o Accioly.

E O FESTIVAL, FOI LEGAL?

Vamos a isso, primeiro: o Conteúdo

Olha, no conteúdo eu achei que esse ano foi mais fraco. Talvez porque as empresas estejam usando o espaço dos seminários para falar muito delas e pouco de novidades ou para fazer pensar.
Os palestrantes, tirando três ou quatro não surpreenderam tanto como nos anos anteriores.

As peças

Um guia orientando um grupo pelo Palais.

Achei muito bom o nível em geral. Os melhores, filmes e Promo. De mais fraco, press, cyber e mobile, que, aliás, não tinham os boards exibidos no Palais, só estavam disponíveis os videocases em monitores escondidos.
As exposições de peças do shortlist mostram um pouco o que está acontecendo em Cannes; tá meio bagunçado. Fisicamente, a exibição estava muito desorganizada. Uma circulação sem lógica e cansativa acabou atrapalhando quem queria curtir as peças. Faltou capricho. Mulambê total.

Innovation, pegou?

Parece que sim. Vamos ver ano que vem, A maneira de mostrar os shortlists no Palais é legal e parece ser o futuro. São displays de led que ficam passando os cases e os vídeos das “defesas de tese” filmados no domingo. Mas vamos ver se esse formato fica assim ou evolui ainda mais.

E as festas?

O bundalelê aqui nunca foi tão divertido. Todo mundo se arrumou para ir a várias festinhas: Twitter, Google, Microsoft, Revolt (do Puff Daddy), festas das agências, da Shots Magazine das produtoras Animaaaaal e Massive, o happy hour da FilmBrazil. Tudo bombou.

Balada nas areias de Cannes

Teve até churrasco na laje da galera da Sonido! E quem tem vindo com mais frequência já percebeu que o negócio é descobrir o que vai rolar antes de chegar à França. Depois que chega aqui, já tá tudo lotado. E aí você fica à mercê da cerveja do Martinez que já estava custando 10 Euros no último dia (sumiram as garrafinhas de alumínio e só tinha um copo de meio litro, quente). Teve bar que a galera foi que estava cobrando 15 Euros, 45 Reais, numa Heineken long neck.

FECHANDO COM CHAVE DE OURO

Cannes nunca é a mesma depois da passagem do Accioly. No ano seguinte ao que apagou todos os e-mails de uma jornalista na sala de imprensa, Accioly conseguiu quebrar um Leão de Ouro.

RAFAEL DONATO NO NOVO STAR WARS

Donato dormindo e se preparando para seu novo papel no cinema.

E teve final feliz o ronco ensurdecedor de Rafael Donato, o meu companheiro de quarto aqui em Cannes. Os produtores de Star Wars ouviram o ronco dele lá de Hollywood, vieram seguindo o barulho e fizeram uma proposta para ele ser o Chewbacca do novo filme da série. Só falta acertar como vão fazer para ele interpretar o personagem enquanto dorme, Parabéns, Dony.

MOMENTO AMAURY

Na hora de fazer as malas para ir embora, o Accioly descobriu que ainda tinha algumas fotos no fundo do saco.
Então vai tudo agora misturado, mesmo antigas e mais novas.

Mais de uma semana depois, a foto do Rodolfo Medina e do Roberto Vilhena chegando ao aeroporto. Hum... a gente poderia ter dito que era a foto deles voltando.	André Felix desfila pela Croisette com a camiseta da Fenêtre.
O impagável Thomas Roth e Teco Fuchs, da produtora Lua Nova.	Paulo Calia (YB) e Jan Roldanus (Green Go)

ACCIOLYSBOA

Depois de todos os estragos que fez em Cannes, nosso Accioly precisou se refugiar em Portugal, escondendo-se entre Lisboa e Porto.

Ao perdedor, as sardinhas. Como não ganhou Leão, o jeito foi Accioly comer algumas preparadas pelos amigos Nuno Calado e o Leonel.	Accioly descobriu que, se você tiver que contratar uma publicitária portuguesa, nunca pergunte se ela é boa de convívio.

AU REVOIR E MOMENTO MAGUILA

Accioly e Seidl finalmente dão tchau!

Gente amiga e querida, esse bole-bole aqui já terminou então eu gostaria de pedir desculpas primeiro por não ter conseguido ler as mensagens e e-mails como normalmente faço (ano que vem volta).
E temos que agradecer a muita gente, no melhor estilo Adilson “Maguila” Rodrigues. Em primeiro lugar obrigado você aí que leu e as nossas famílias. Ritinha e Valentina, obrigado por entenderem, por estarem sempre em contato dando força e carinho para a gente ser feliz.
E a nossos patrocinadores incríveis.
A DM9Rio (e aproveito aqui pra mandar um beijão pra Priscila Serra, minha madrinha no mundo do “calunismo” de Cannes) e a Staff, nossos patrocinadores masterblaster.
Alvinho Rodrigues, meu irmão (parabéns!) e Paulinho Castro, querido. Valeu a irresponsável confiança, hein?
Gustavo Bastos e turma da 11:21: parem de trabalhar um pouco e venham com suas sungas brancas cavadas para cá ano que vem, pô.
Lucas Duque e Sonido team: sem palavras, parabéns demais e obrigado. Eram os mais empolgados aqui. Ano que vem vão até fazer baile funk.
Nico Rezende e Beat: tu tava onipresente, hein, cara? Não aguentava mais te encontrar, depois tu me conta onde arrumou esse fígado de titânio.
Marcio Padilha e time da Zuêra: Accioly queria colocar a abelhinha em cada lugar... Salvei a reputação de vocês.
Yes Filmes, Leo Servolo, Caio Abreia e cia, obrigado e parabéns demais. Vocês merecem tudo. Menos a gente aqui da Fenêtre.
Todos os jornalistas presentes, pela parceria e troca de figurinhas: Laís Prado e time do CCSP, Marcello Queiroz, Paulinho Macedo e time Propmark. Robert Galbraith que esse ano pilotou a turma do SBT (grande trabalho), Galera do Reclame com Bruna, Emerson, Toshio. Regina Augusto e a competentíssima equipe do Meio & Mensagem. Adnews, Vox News, todo mundo que cobriu, parabéns e desculpa a zona.
Clélia e Estadão. Valeu de novo por tudo.

AND OF COURSE, A SPECIAL THANKS TO AMANDA, CAMILA AND ALL THE PRESS TEAM AT CANNES. WE KNOW WE ALWAYS MAKE A MESS AROUND HERE, BUT THAT’S JUST BECAUSE YOU ARE SO SPECIAL THAT MAKE US FEEL AT HOME. WE’RE SORRY FOR ANY INCONVENIENCE. OK, FOR ALL THE INCONVENIENCE.

Marcio Sidnei Ehrlich, estamos juntos. Ano que vem se a gente não for expulso (em 2013 foi quase), tem mais.

Fabio Seidl volta ao trabalho, que a farra de Cannes já acabou por este ano.