Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
A Fenêtre é a cobertura da Janela Publicitária em Cannes 2013, com o patrocínio da DM9Rio, Staff, 11:21, Beat, Sonido, Yes e Zuêra.
A FENÊTRE FALA COM OS JURADOS DE CANNES
(E O MAIS IMPRESSIONANTE, ELES RESPONDEM)
Ainda no "esquenta" da coluna, faltando poucas horas do festival começar o julgamento a Fenêtre consegui falar com dois jurados de Cannes, que atenderam a gente numa boa. Provavelmente, desavisados sobre a total falta de senso desta coluna. Vamos lá.
2 ½ PERGUNTAS PARA JUJU BASU, JURADO INDIANO DE DIRECT
Juju Bassu
O gente boa Juju é jurado de Direct. Um dos criativos da nova geração mais premiados da Índia, passou pela Grey, Saatchi e atualmente é ECD da Contract. FENÊTRE (1): Juju, Direct é uma das áreas mais competitivas em Cannes hoje em dia, o que faz um trabalho se destacar nessa categoria? JUJU: Acho que é uma categoria baseada em somar alguma coisa na vida das pessoas. Quanto mais o trabalho demonstra a capacidade de mover as pessoas para uma ação, melhor. E isso é o que queremos que toda a criatividade faça. FENÊTRE (2): A Índia tornou-se um forte concorrente em todos os festivais. E hoje em dia você pode encontrar muitos criativos indianos fazendo um bom trabalho em agências de todo o mundo. Porque você acha que esse talento emergiu tão rápido? JUJU: Acho que nossos criativos conseguem produzir idéias que atravessam culturas, porque a própria Índia é uma mistura de muitas comunidades. E tudo o que nós produzimos na Índia é em grandes quantidades. Pessoas, principalmente. Por isso tem tanto indiano aparecendo nas agências pelo mundo. FENÊTRE (1/2): Fiquei sabendo que você também joga bola. Vai jogar no campeonato de futebol de praia este ano? Vou jogar pelo Brasil e seria interessante ver uma equipe indiana lá também. Quais são suas impressões sobre o Brasil? Na Índia, vocês já ouviram falar de Caminho das Índias, que tem um monte de brasileiro fingindo que é indiano?
Gisele bate um bolão
JUJU: Sim, essa novela brasileira sobre a Índia é um fenômeno. E sim, vou jogar, estou inscrito no time do "Resto do Mundo". Na Índia, ainda estamos trabalhando a nossa seleção e isso está sendo levado a sério.
Minha relação com o Brasil aliás, começou com o futebol. Eu venho de Calcutá onde, durante a Copa a cidade vira metade brasileira, metade argentina. Crianças com corte de cabelo do Ronaldo é bem comum. Goa, por outro lado, se transforma metade Brasil, metade Portugal, por ser uma ex-colônia Portuguesa.
Depois do futebol, minha associação é sempre com o Carnaval, as praias e a Gisele Bundchen. Na Publicidade, me chama atenção o trabalho do grande Marcello Serpa na AlmapBBDO e também a DM9. Hoje meu principal vínculo com o país são as Havaianas que uso todos os dias e meu plano de fazer a mesma coisa no Brasil ano que vem, na Copa. FENÊTRE: Obrigado, boa sorte e seja bem-vndo em 2014, Juju. Essa foto da Gisele com a camisa da seleção brasileira é para você.
(Ainda tentei perguntar ao Juju se ele conhecia o talento do nosso editor Marcio Ehrlich como ator de novelas no Brasil, mas ele teve um acesso de riso, achei melhor não insistir.)
2 ½ PERGUNTAS PARA SUSANA ALBUQUERQUE, JURADA PORTUGUESA DE PRINT
Susana Albuquerque
Susana é uma das mais respeitadas criativas de Portugal, é presidente do CCP, o Clube de Criação de lá. Jurada de mídia impressa deste ano, Susana está deixando a Lintas de Lisboa para assumir a direção de criação executiva da Y&R em Madri. FENÊTRE (1): Susana, há quem diga que o print perdeu a importância, não só pelas novas categorias do festival, como pelas novas mídias que tem servido de ferramentas para nós. Concorda, discorda, o que acha? SUSANA: O print perdeu a importância no dia a dia porque há cada vez menos campanhas impressas, pelo menos em Portugal. Mas continua a ser o meio clássico onde a ideia vive num retângulo só com um título e direção de arte.
E o clássico terá sempre lugar, mostra a força da boa ideia sem artifícios, sem videocase para ajudar. Mesmo aparecendo ideias com novas tecnologias, o que continua a valer é o grande pensamento executado da melhor forma. Na maioria das vezes basta um papel. Essa é a beleza da mídia impressa.
Embaixadinha metrossexual
FENÊTRE (2): E Portugal, como está com essa crise? Como a criatividade está ajudando o país? Vocês acabaram de realizar o festival do CCP que todos dizem ter sido um dos melhores de todos os tempo, o que a participação das agências diz sobre a crise?
Portugal lida com a crise como um sobrevivente. No Festival do CCP, notamos a ausência de grandes campanhas das grandes marcas, mas foi um ano de boas ideias, para projetos de marcas menores e projetos pequenos para marcas maiores. Há uma vontade de provar que há talento e que ele serve às marcas. Para mim foi um farol. Mostrou que a economia pode estar à deriva, mas o talento não está.
Veja mais abaixo só o projeto de QR-code de calçada portuguesa da Partners,
Ou "A exposição que não devia existir" da Leo Burnett, só para dar alguns exemplos. FENÊTRE (1/2): E o que você acha do Cristiano Ronaldo enquanto "gajo"? Digo, Se você fosse solteira e ele não fosse jogador de futebol, claro. SUSANA: Hehehe, como se diz em Portugal, isso é o verdadeiro fantasma: se fosse solteira, se ele não fosse jogador de futebol, tudo isso não existe. Há algum talento no layout dele, mas falta pensamento e alguém esqueceu de parar durante a pós-produção. FENÊTRE: Valeu, Susana. Boa sorte! Achamos uma foto do Cristiano que endossa sua resposta sobre a "pós-produção" dele. Beijinhos.
Conheça também o Felicidário, trabalho de Susana na Lintas.
QR-Code de Calçada
Felicidário
A VOZ DO POVO
Soaked Lamb
A Fenêtre mal começou e já recebemos várias mensagens de incentivo. Tem muita gente incentivando a gente a calar a boca, a voltar pra casa e a devolver o dinheiro do patrocínio. Gente batuta como:
O designer Leonardo Simões, o Paulo Vieira Borges (Café Lumiére), o Glaucio Binder, (da Binder, vibrando com a vitória do Barriguinha Mole no Unpredictions da coluna passada), o André Felix (ID).
E o Alexandre Level, da Pro Brasil que sei la porque cargas d'água resolveu dizer que eu sou a "Tina Fey do Brasil" em Cannes. E depois quem precisa de óculos é o Accioly.
Até um grande diretor de fotografia e de cinema, o francês Jean-Benoit Crepôn chegou a incentivar de verdade (é sério), o nosso fotógrafo Accioly: "Accioly mon ami, continue fazendo fotos fora de foco, assim vou continuar trabalhando...."
Outra missiva internacional, veio do sempre presente Vasco Condessa, redator da DraftFCB de Lisboa:
"Incontornável Fábio, vou seguir a Fenêtre à procura das gafes e outros indícios de ressaca. E também à procura de alguma informação e entretenimento (dizem que já houve isso na Fenêtre nº 3 de 1987, acho). Idiotices à parte, cá estarei para dar um apoio a esta lendária crônica.
Valeu, Vascão, Só não entendi a parte do "idiotices à parte". Não dá pra deixar à parte.
Vou até encerrar a coluna de hoje com um clip da sua banda de jazz, a excelente Soaked Lamb. E o melhor do vídeo é que você quase não aparece tocando piano.
Continue escrevendo para que o nosso editor, o Sidão, seleciona as piores mensagens: ou no janela@janela.com.br ou curta a página da Janela Publicitária no Facebook.
ACCIOLY TENTA INVADIR 1a CLASSE DO AVIÃO
Flagrante da tentativa de invasão
Deu na Tribuna de Havana. A foto de um comissário da Cubana de Aviaccíon flagrou a tentativa do malandrovsky Accioly em tentar ir para a primeira classe do avião marcando o lugar com um cartazinho mequetrefe e uma taça cheia de guaraná Dolly. A tripulação percebeu e enviou o engraçadinho para o lugar que era dele de direito: o bagageiro, que é onde ficam as malas.
Quem embarca hoje sou eu, eu volto na segunda (é que o ônibus da Cometa que vai me levar faz muita baldeação até a Côte D'Azur, para em Iguabinha, Rio das Ostras, Piçinguaba...). Até lá.
O redator Fabio Seidl é o enchedor de linguiça especial da Janela em Cannes 2013.