Janela Publicitária    
 
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Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 04/SET/1992
Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

MPM:Lintas cria "board" para dirigir o Rio

O furacão Andrew passou pela publicidade carioca esta semana, causando a maior reviravolta nos escritório da Salles e da MPM/Lintas.
Euler Matheus trocou a direção da MPM/Lintas-Rio pela da Salles-Rio, que dispensou seu diretor Abelardo Cid do cargo, mantendo-o como "consultor", principalmente para a conta da Souza Cruz, da qual Abel é especialista.
Dia 8, Euler já assume na nova casa, e dia 15, o presidente da Salles, Paulinho Salles, reúne a imprensa e os clientes do Rio para apresentá-lo em um coquetel no mais sofisticado clube do Rio, o Country.
A MPM, para compensar a mudança, aproveitou e mudou todo o seu sistema administrativo no Rio de Janeiro, promovendo três de seus diretores a vice-presidentes para criar um board que gerenciará a partir de agora o escritório carioca.
Nesta quinta-feira, o presidente da MPM/Lintas, Ivan Pinto reuniu a imprensa no Rio em caráter de emergência já que havia vazado a saída de Euler, para apresentar o novo formato da agência. Nele, Waltely Longo passa de diretor de atendimento a vice-presidente diretor-geral do escritório, ao lado de Sérgio da Malta como vice-presidente de planejamento e pesquisa e Fábio Siqueira como vice-presidente de criação.
Esta formação de "board", disse Ivan Pinto, permite à MPM/Lintas-Rio se adaptar à nova filosofia que a Lintas vem implantando internacionalmente em seus escritórios, de aumentar a presença dos profissionais de criação nas decisões gerenciais da agência.
Ao mesmo tempo, a MPM/Lintas-Rio partirá para novas mudanças. Seu departamento de promoções, gerenciado por Marcelo Diniz, transforma-se num escritório da PPA no Rio, com estrutura jurídica independente. Apesar disto, a PPA­Rio, na qual Marcelo torna-se diretor, compartilhará as dependências físicas e os profissionais de criação da agência de propaganda.
Com outra novidade, o grupo até o fim do ano deve estar em novas dependências no Rio. A MPM/Lintas quer trocar o conjunto de casas que tem em Botafogo por um conjunto de andares em algum prédio comercial, que a permita derrubar paredes internas e agilizar a comunicação e as relações entre seus departamentos, num projeto também de adequação à nova política internacional, como salientou Ivan Pinto.
Hoje, a MPM/Lintas-Rio tem 135 funcionários. Em 1991, o escritório respondeu com algo entre 30 e 35% do faturamento do grupo no Brasil, que chegou a US 168,5 milhões. Os principais clientes cariocas da agência vinham sendo BNDES, Banco Nacional, Souza Cruz (Hollywood e Ritz), Diet Coke, Ipiranga, Brascan, João Fortes Engenharia e OAS Empreendimentos. No último mês, a agência conquistou uma importante parcela na conta da Mesbla, correspondente a todas as empresas do Grupo que não as Lojas de Departamento.
Esta conquista e mais a de outro novo cliente que Ivan Pinto só pretende divulgar na próxima semana, representarão a adição de US$ 30 milhões no faturamento da agência em 1992, permitindo na expectativa de seu presidente que, neste difícil ano econômico, a MPM/Lintas pelo menos repita resultados em dólares.

Algo mais por trás da mudança

A saída de Euler Matheus da MPM/Lintas pegou o Rio de Janeiro de surpresa muito mais pela demora com que aconteceu do que pelo fato em si.
Considerado um dos mais experientes executivos de agência no atendimento a contas de Brasília, Euler chegou a ser visto, por muito tempo, como o virtual herdeiro da MPM-Rio, tão logo seu diretor Luiz Macedo decidisse se aposentar.
A venda da MPM para a Lintas mudou radicalmente o rumo da sua carreira de 25 anos dentro da agência. Ele não só perdeu a condição de herdeiro como viu ser diminuída a importância de sua experiência numa nova empresa de perfil muito mais voltado para contas da iniciativa privada.
A aparente resignação de Euler Matheus a esse quadro seguindo fielmente à frente da MPM-Rio não raramente era motivo de conversas do mercado publicitário carioca.
A situação caiu como uma luva para a Salles, que, perante as reviravoltas acontecidas na situação política brasileira - lembrem-se que Mauro Salles trabalhou para Collor ­ devia estar bastante preocupada em garantir a sua presença no futuro das contas federais.
Como os escritórios cariocas das agências paulistas é que tradicionalmente assumem o atendimento às contas de Brasília, ninguém mais adequado para a Salles chamar que Euler Matheus para dirigir o seu escritório do Rio. Independente da competência que pudesse ter Abelardo Cid, que vinha gerenciando a Salles-Rio nos últimos meses, galhardamente tentando reverter à queda de negócios que a agência sofreu nos últimos anos, com perdas gigantescas como da Brahma e da Texaco.
No calor dos boatos, comentou-se que outra das insatisfações de Euler Matheus com a Lintas foi o corte do substancial bônus financeiro anual que ele sofreu assim que a multinacional assumiu a agência.
O presidente da MPM/Lintas, Ivan Pinto, confirmou que Euler em 1991 não recebeu mesmo o bônus; mas acrescentou que ano passado a agência não deu bônus a ninguém, nem mesmo a seus sócios. E explicou: "Agência que não dá lucro não pode distribuir bônus".

Festa do Colunistas-Rio foi uma grande alegria.

Foi um sucesso retumbante a festa do XI Prêmio Colunistas Rio. Prevista para apenas 300 lugares - afinal, o momento do mercado recomendava precauções - a festa dos Colunistas teve o apoio de todo mundo que é importante na propaganda carioca, levando ao Le Buffet, na última terça-feira, quase 500 publicitários de agências, anunciantes, veículos e produtoras, e obrigando muita gente a infelizmente ter que ficar de fora.
Este ano, a Abracomp-Rio reviveu o Prêmio Rogério Steinberger para os redatores e diretores de arte mais premiados no Colunistas. O resultado foi dado de surpresa na festa. Entre os 52 diretores de arte premiados, o 3º lugar ficou com Vicente Nolasco. O 2º foi dividido entre Hélio Rosas e Cristóvão Martins e o 1º foi absoluto de Fernando Barcellos. E entre os 45 redatores, o 3º lugar foi para João Bosco, o 2º para Luiz Augusto Vieira e o 1º para Marcos Apóstolo.
A alegria, a emoção e a descontração deram o tom ao Colunistas-Rio, como vocês podem ver nas fotos abaixo:

Prêmio Colunistas Rio 1992 - Waltely Longo, Fábio Siqueira e MPM/Lintas Prêmio Colunistas Rio 1992 - Luis Crisóstomo e BNDS
Fábio Siqueira mostra, todo prosa, com os clientes da MPM/Lintas, o diploma da Agência do Ano. Luís Crisóstomo, assistido por seus companheiros do BNDES, recebe deste colunista o diploma de Anunciante do Ano.
Prêmio Colunistas Rio 1992 - Franzé, da Pubblicità Prêmio Colunistas Rio 1992 - Enio Vergeiro, Antonio Sabino, Valdir Siqueira e Lula Vieira
Franzé, presidente da Pubblicità, discursa emocionado como Publicitário do Ano, assistido por Suzane Veloso. Ênio Vergeiro e Antônio Sabino, da Veja-Rio, comemoram com Valdir Siqueira e Lula Vieira, de sua agência VS Escala, o título de Veículo do Ano.
Prêmio Colunistas Rio 1992 - Gustavo Bastos Prêmio Colunistas Rio 1992 - Armando Ferrentini e Igdal Parnes
Gustavo Bastos, diretor de criação da DPZ, discursa ao receber o título de Profissional de Propaganda do Ano Armando Ferrentini entrega o prêmio a Igdal Parnes
Prêmio Colunistas Rio 1992 - Carlos Manga e Manguinha Prêmio Colunistas Rio 1992 - Adilson Xavier, Thomaz Naves, Jarbas Nogueira, Cristina Amorim, Jorge Barros
O papai Mangão enche o peito de orgulho ao lado de seu filho Manguinha, que recebeu seu primeiro prêmio como diretor de comerciais. Os clientes da Contemporânea mostram seus diplomas ao lado do redator Adilson Xavier, representando a agência. Entre eles, Thomaz Newton Naves e Jarbas Nogueira
Prêmio Colunistas Rio 1992 - Suzane Veloso, Renata Giese, Ronaldo Conde, Almap Prêmio Colunistas Rio 1992 - Lucia Leme, Luiz Vieira e Jomar Pereira da Silva
Suzane Veloso e Renata Giese enfeitam a entrega dos diplomas conquistados pela Almap/BBDO e seus clientes. Lúcia Leme e Jomar Pereira da Silva ladeiam Luís Vieira, que manda um beijinho para a câmera ao mostrar seu Prêmio Rogerio Steinberg.
Prêmio Colunistas Rio 1992 - Lucia Leme e Marcos Apóstolo Prêmio Colunistas Rio 1992 - Jomar Pereira da Silva e Fernando Barcellos
Marcos Apóstolo recebe o Prêmio Rogerio Steinberg como o mais premiado redator do Colunistas Rio 1992. Fernando Barcellos foi o diretor de arte mais premiado do Colunistas e recebe seu Rogerio Steinberg de Jomar Pereira da Silva