Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 03/MAR/1989
Marcia Brito & Marcio Ehrlich

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

CCRJ reacende-se em suas eleições

O Clube de Criação do Rio de Janeiro tem mais um candidato à sua presidência: Mauro Matos, diretor de criação da Contemporânea. O nome de Mauro foi lançado por Fabinho Siqueira, diretor de criação da MPM-Rio, esta quarta-feira, no segundo debate sobre as eleições que o CCRJ promoveu no Zanty Bar.
Fabinho, em seu discurso de apresentação, explicou que, após o primeiro debate, no qual foram oficializadas a candidatura de Gustavo Bastos, diretor de criação da DPZ-Rio, e a desistência de Ronaldo Conde, diretor de criação da Almap/BBDO-Rio, um grupo de sócios do Clube decidiu procurar um candidato que tivesse "liderança, caráter e representatividade", e que estivesse, para o Rio, assim como está para São Paulo o nome de Washington Olivetto, o provável futuro presidente do Clube de Criação de São Paulo.
Mauro Matos encaixava-se nestas características, por ser um dos criadores mais premiados do Rio e ser hoje inclusive dono de uma atuante agência de propaganda.
Até a hora da apresentação, Mauro não teve tempo de montar todos os nomes de sua chapa, apesar de ter confirmadas as presenças de Adilson Xavier, diretor de criação da Giovanni/Módulo, e o próprio Fabinho Siqueira. E na sua vez de discursar, admitiu que sempre esteve muito afastado do Clube.
Por reconhecer que o momento que a associação vive - sem sede, sem cadastro de sócios, lutando por retomar o seu antigo prestígio - exige uma participação ativa de todos os publicitários ligados à criação no Rio, é que decidiu aceitar o convite. O tema a desenvolver em sua gestão, adiantou, será "Se cria, Rio".

SOPRO DE VIDA

A nova eleição do CCRJ - independente do resultado que der ­ já traz o enorme mérito de ter reanimado o setor carioca de criação. Nesta quarta, o subsolo do Zanty não teve cadeiras suficientes para acomodar os quase 200 criadores que compareceram ao debate, e acabaram se apertando entre muita Cerpa, pastel de queijo e, como nada é perfeito, à desagradabilíssima fumaça dos cigarros.
Todo este burburinho, porém, conseguiu trazer de volta a troca de ideias entre os publicitários cariocas, atraindo inclusive profissionais de atendimento e mídia.
E que acabaram detectando, mesmo em discussões de pequenos grupos, problemas que os criadores não podem se permitir em seu processo eleitoral.
Um deles, provavelmente o mais grave, é que se cometa a insensatez de desconsiderar o talento e o trabalho já apresentado por grande parte dos participantes da chapa de Gustavo Bastos ­ e por ele próprio -, numa justificativa para definir o voto em favor de um candidato como Mauro, que tem um gigantesco currículo e conta com um enorme carinho do mercado publicitário carioca, a ponto de torná-lo virtualmente imbatível nesta eleição.
Gustavo, Marcos Silveira, Paulo Brandão e demais membros da outra chapa são criadores que sem dúvida têm ajudado em muito o Rio a manter o seu brilho criativo. Mesmo sendo da nova geração de criadores, eles são mais do que promessa, e não podem ser vistos como "inimigos a serem derrotados". Pelo contrário, a sua disposição por quererem participar ativamente do Clube só faz com que mereçam o aplauso de todos os criadores cariocas.
Outra questão detectada é a ausência, nas manifestações de pensamento sobre os destinos do CCRJ, das opiniões femininas. O espaço dado às mulheres criadoras nas discussões das duas chapas até agora foi nulo, apesar da presença cada vez maior que elas vêm conquistando na criação brasileira. Por pouco a reunião do Zanty não viu o anúncio, como denúncia deste esquecimento, de uma chapa só de mulheres, nascida entre as que assistiam aos acontecimentos do Zanty.
Enfim, os criadores ainda terão três quartas-feiras de debates no Zanty antes da eleição (cuja data está sendo remarcada pela organização do Clube). Não falta tempo para aparar arestas.

ABP já procura seu próximo presidente

Euler Matheus
Euler Matheus, presidenciável da ABP.

Os publicitários cariocas já começam também a se mobilizar para a próxima eleição da ABP - Associação Brasileira de Propaganda, que será realizada em junho.
Da mesma forma como vem acontecendo nas discussões do CCRJ, a preocupação maior das lideranças cariocas é ter na ABP um nome de grande representatividade e que tenha disposição para dedicar parte do seu tempo à entidade.
Quando se fala em representatividade, praticamente quer se dizer que seja um alto executivo de alguma grande agência brasileira. Os presidentes das agências, ou seus acionistas majoritários, têm costumado ficar de fora da ABP, uma entidade de filiação ampla no setor de propaganda, preferindo se dedicar mais à ABAP, a associação que só reúne os empresários de agências.
Curiosamente, as características do mercado carioca não apontam muitos nomes que atendam àquelas exigências. Não é por acaso que vários deles atuam ou já atuaram nas diretorias da ABP. É o caso de Celso Japiassu, da Denison (atual presidente da ABP, mas que soubemos não estar disposto a continuar por outra gestão); Euler Matheus, da MPM (atual vice-presidente da Associação); Paulo Rolf, da Artplan (em outra vice-presidência) e Edeson Coelho, da Salles (ex-presidente da ABP). Ainda se enquadram na classificação de executivos de grandes agências no Rio, Neil Hamilton, da Almap/BBDO; Juan Vicente, da DPZ e Mário Castelar, da Norton. Este está há pouco tempo no Rio, enquanto os outros dois - por razões que nunca compreendemos - têm se mantido afastados das atividades associativas.
Um dos nomes que já nos foram apontados por algumas das lideranças do mercado como candidato virtual à sucessão na ABP é o de Euler Matheus. Procurado pela Janela, Euler garantiu que ainda não recebeu qualquer convite ou comunicação a este respeito. Em princípio, Euler diz que não pensaria em assumir a ABP por estar mais dedicado ao seu projeto de fortalecer a MPM no Rio de Janeiro. Por outro lado, não é definitivo em afastar a ideia.
Um outro nome - ausente, porém, da lista acima - que também está em cogitações é o de Elysio Pires, atual "Assessor Especial para Promoção de Eventos Especiais" do Governo Moreira Franco, e que teve uma atuação bastante destacada quando, estando ainda na MPM, foi presidente da ABP.
Elysio nos confessou, porém, que, no momento, a eleição que o preocupa é a de 3 de outubro, para presidente da República. De qualquer forma, ele admite que, se houver consenso entre os seus amigos publicitários, ele não vê nada contra em ser candidato à ABP. Mas ressalva que jamais concorreria contra Euler Matheus, que é seu amigo pessoal.

Xerox muda máquinas mesmo tendo problemas

A Xerox do Brasil pretende, até o final deste ano, trocar todos os seus equipamentos disponíveis no País para o uso de "toner magnético", a despeito de saber que este tipo de produto vem dando problemas nas cópias de seus usuários.
A informação de que a empresa tem encontrado muitas de suas máquinas copiadoras com problemas causados pelo "toner magnético" nos foi dada pelo seu técnico de manutenção Luiz da Cruz Fernandez, ao justificar porque não seria possível a copiadora Xerox 2.600 instalada na Dinâmica de Comunicação fazer cópias com distribuição uniforme de toner em todas as áreas do papel.
De acordo com Fernandez, as cópias feitas com "toner magnético" saem necessariamente mais claras nas bordas, porque o cilindro copiador se magnetiza com mais força nas suas extremidades, exercendo maior atração do toner nestas áreas, e fazendo com que ele se solte menos para o papel, o que deixa a cópia mais clara.
Todos os esforços dos técnicos de manutenção da Xerox, disse Fernandez, têm sido no sentido de minimizar o problema, que se tornará sem solução a partir do momento em que o toner comum for totalmente retirado do mercado.
A Xerox, no final de 1987, comunicou a seus clientes de pequeno e médio portes que estava substituindo o sistema de locação de suas máquinas "por volume de cópias" pelo sistema de "locação com opção de compra", como o leasing. Juntamente com a mudança no contrato, a Xerox informava que iria trocar as máquinas por outras modificadas para utilizar o "toner magnético", considerado por ela melhor para o funcionamento da copiadora.
A mudança se foi benéfica para a Xerox, pode ter criado algumas dificuldades para os clientes. Em primeiro lugar, o "toner magnético" é mais caro que o toner comum. Além disto, pelo sistema anterior, uma máquina defeituosa ou que insistentemente desses problemas era facilmente trocada por outra pela Xerox, que tinha interesse em que o cliente não tivesse equipamento parado e sim que fizesse mais cópias. Sem falar que, a qualquer tempo o cliente insatisfeito podia encerrar a locação, devolvendo a máquina. O atendimento da Xerox, portanto, dispensava maior atenção aos clientes, como forma de mantê-los.

MKTMIX

• O redator Toni Lourenço está para sair da Thompson­Rio. Ele recebeu mais de uma proposta irrecusável, e está estudando a melhor. Outra saída é de Mary Help, que deixa o RTV da Fama.
• Quarta foi o último dia de Arthur Bernstein na SGB. Houve choros na despedida. Acaba uma agência com 30 anos de história. E dá lugar a outra, com o nome de Better. Que a sorte lhe seja melhor.
• A Thompson-SP perdeu a conta do cartão Credicard, que detinha há 10 anos.
• E a Salles domou o Leão, pegando a campanha do Imposto de Renda da Receita Federal, no valor de 1 milhão de dólares.
• Conforme esta coluna já tinha adiantado na primeira semana do ano, a Publitec/Futura oficializou esta semana a fusão com a americana Scali, McCabe, Sloves, e passou a se chamar Futura/ Scali, McCabe, Sloves.
• Vera Lopes foi promovida a diretora da conta da De Beers no Brasil, substituindo Magno Dias, que foi convidado pela Thompson da Itália para dirigir esta conta no escritório de Milão. Vera estava desde 1981 no grupo da De Beers.
• A Jodaf-Yes-Rio promoverá, dia 20, às 17 horas, no Copacabana Palace, um "bate-papo" entre Tony Cox, diretor da DDB Needham, da Inglaterra, e diretores de criação das várias agências sediadas no Rio.