Janela Publicitária    
 
  Publicada desde 15/07/1977.
Na Web desde 12/07/1996.
 

Janela Publicitária - Edição de 25/ABR/1986
Marcio Ehrlich e Marcia Brito

 

Esta edição da Janela Publicitária foi publicada originalmente no jornal Monitor Mercantil.
O seu conteúdo foi escaneado e transcrito para ficar à disposição de consultas pela internet.

Promoção da Rio Gráfica une Nestlé e Pernambucanas

A Nestlé e as Casas Pernambucanas se uniram na nova promoção Chocolândia, criada e desenvolvida pela Divisão de Projetos Especiais da Editora Rio Gráfica, que estará em vigor até o próximo dia 12 de julho.
Contando com o apoio logístico da Primium-Marketing Promocional, Chocolândia é baseado na distribuição como brinde de uma cidade em papel cartão para montar, em quatro fascículos diferentes que poderão ser conseguidos através do sistema de troca: 6 embalagens de qualquer chocolate Nestlé valem um fascículo. Para trocar, a criança deverá levar as embalagens a uma loja das Casas Pernambucanas.
Para fechar a promoção, a grande sacada de que, na cidadezinha, os patrocinadores estão presentes: há um prédio com uma loja das Pernambucanas, uma bomboniére com chocolates Nestlé, um outdoor de Lollo e uma banca com revistas Rio Gráfica.

Método de pesquisa da Talent vira livro

"Cachorro, lobo e lobisomem" será o título do novo livro que o empresário de propaganda Júlio Ribeiro vai escrever, ao lado da especialista em pesquisas e planejamento Mariângela Zampol, que passará em revista diversas matrizes de comportamento e deverá apontar novos caminhos na técnica de pesquisas de motivação. Tanto Júlio quanto Mariângela já vêm empregando um novo método de pesquisa, para uso em propaganda, que o conhecido publicitário define com uma frase curta: "Em vez de pegar a sereia, nós estamos entrando no aquário".
É que a Talent, agência de Júlio onde Mariângela Zampol supervisiona a área de pesquisas, está aplicando uma nova sistemática de entrevistas: considerando que a verdade está nos locais onde está o produto, ou seja, nas ruas, nos balcões e especialmente junto ao consumidor, a agência vem fazendo pesquisas, com gente altamente treinada, que realmente "entram no aquário". Por exemplo: uma pesquisadora, em vez de apresentar um questionário para uma dona-de-casa, simplesmente paga a ela para passar em sua companhia (e falando dos mais diversos assuntos) um dia inteiro, desde o café da manhã ao preparo do jantar. Durante esse tempo, ganha a confiança da entrevistada e descobre realmente as informações básicas e verdadeiras para uma pesquisa de confiança total, onde surgem "uma porção de coisas inaproveitáveis mas, na maioria das vezes, uma dica fundamental", segundo Júlio. E ele emenda: "E como se tocássemos um tantã. Vamos batucando, batucando, até de repente sair um som especial. E esse será, certamente, o som que a gente estava procurando".
"Planejamento sem informação é como um cego atravessando a rua com um cachorro também cego. Mas planejamento com pesquisa errada é como um cego atravessar a rua com um cachorro louco" - continua Ribeiro.
Falando recentemente no Mix de Comunicação, no Maksoud Plaza, em São Paulo, Ribeiro explicou sua nova sistemática de pesquisa: "Ficamos horas e horas ouvindo fitas, lendo relatórios e, de repente, alguém dos entrevistados fala duas palavras que mudam tudo. Só que são estas duas palavras que fazem o mundo girar. Para que isto aconteça, elaboramos um extenso questionário (não apresentado ostensivamente) e entrevistamos a pessoa durante horas em seu habitat natural, donas de casa e assim por diante.
E encerrava Júlio Ribeiro: "Se nas primeiras entrevistas já se conseguir a "palavra mágica", pode-se trabalhar o restante da entrevista fechando em cima daquela ideia e obter um aprofundamento muito maior. Ou seja: estamos fugindo do esquema da pesquisa comum. Em vez de trabalhar com porquês - uma vez que determinadas pessoas nunca sabem responder determinadas questões sem racionalizar - trabalhamos em cima do verbo sentir. E eu acho que é essa a fórmula correta que a Talent encontrou para conseguir a resposta para a grande seus clientes".

Nestlé lança Chandelle com campanha da DPZ

DPZ para Nestlé-ChandelleOs dois comerciais que marcam o lançamento do novo produto da Chambourcy, a sobremesa Chandelle, fabricada a base de chocolate Nestlé, foram criados por Washington Olivetto, Gabriel Zellmeister e Nizan Guanaes, da DPZ de São Paulo.
O tema dos filmes consegue vender a cremosidade e o sabor de Chandelle, de uma maneira bem humorada, integrando-se perfeitamente ao slogan "Chandelle. Quem experimenta não troca por nada".
A produção bem cuidada da Jodaf apresenta cenários primorosos por sua riqueza e preocupação com os mais simples detalhes.
Num dos filmes o garoto está na sala com seu pai. Ele saboreia o novo Chandelle enquanto o pai lê o jornal, onde uma manchete indaga: "Os E.T.'s existem?" Repentinamente, uma luz esverdeada entra pela janela. O pai tenta chamar a atenção do filho, mas este continua se deliciando com seu Chandelle. O pai insiste: "Filho, filho, olha lá, eu nunca vi nada igual!" "Nem eu...", responde o garoto elogiando Chandelle. Encerrando, o pai avisa, ansioso: "Filho, ele tá indo embora ..." e o garoto, irredutível, emenda: "Ele foi comprar Chandelle..."
No outro comercial, o enredo é o mesmo, mudando a situação e os personagens. Duas garotas estão no quarto­ uma mais bonita do que a outra. A bonita vai ate a janela e vê o Claudinho chegando. Ela informa à amiga: "Olha lá, o Claudinho chegou, ele não é uma gracinha?" A amiga continua comendo seu Chandelle sem dar a mínima atenção para a outra: "Agora estou comendo o meu Chandelle". A bonitinha pergunta: "Mas você não é pirada pelo Claudinho?" E a outra responde, sem parar de comer: "Estou inspirada é pelo meu Chandelle".
Os comerciais foram produzidos pela Jodaf, com direção de João Daniel Tikhomiroff, fotografia de Andreas Heineger, montagem de José Rubens Hirsh; Cenografia de Ziegler. A aprovação pelo cliente foi de Christian Stauffer. (M.B.)

Curtas

• A Escala foi eleita a Agência do Ano do Rio Grande do Sul, pelos jurados do Salão Gaúcho de Propaganda, o maior evento da publicidade local, e que é promovido pela ARP-Associação Riograndense de Propaganda, Clube de Criação, Grupo de Mídia e Grupo de Atendimento.
• E no Rio, a VS Escala está comemorando a conquista da conta institucional da Souza Cruz.
• A Prológica, fabricante paulista de computadores, tem novo diretor de marketing. E Nívio Florez, ex-gerente de marketing da Quaker e ex-diretor de marketing da Singer.
• A revista Meio & Mensagem promove hoje, 25/4, às 19:30 horas no auditório do jornal O Globo, a exibição do rolo completo dos finalistas do último International Film and TV Festival of New York. O ingresso custará 50 cruzados.
• Um dos recursos mais poderosos e difíceis de desenvolver com eficiência em propaganda é a utilização de simbologias para passar ao espectador conceitos ou imagens que não poderiam ser apresentados diretamente. É por isso que gostamos da ideia do novo comercial do Vick Vaporub, em que um garoto fala da ação descongestionante do produto passando a mão no espelho embaçado do banheiro. Um comercial simples porém inteligente e bem resolvido, pelo acerto da simbologia utilizada. Realmente é perfeito associar o peito congestionado com a imagem do embaçamento.
• A empresa Moreira Lima Propaganda & Marketing, de Oswaldo Moreira Lima Jr., passou a ser a responsável por toda a área de comercialização dos jornais O Estado do Paraná e Tribuna do Paraná.
• Gustavo Chagas, ex-O Dia e DCI, assumiu a gerência comercial do Jornal do Commercio do Rio.
• Impressionante a verba de mídia aplicada neste Seminário de Café Robusta, tanto em televisão quanto na compra de páginas de jornais para a publicação da cobertura do encontro. Campanha assinada pelo Governo do Estado do Espírito Santo. Será que já vão recomeçar as grandes mamatas da publicidade governamental? Em época de ajustes da economia a aplicação descontrolada de verba, principalmente do poder público, torna-se uma heresia.
• Aliás, nem mesmo na Nova República consegue-se deixar de lado a burrice e os favorecimentos em diversos setores. Mais uma vez,·os "técnicos" governamentais, para proteger interesses da indústria canavieiram, vêm com dúvidas sobre a presença de adoçantes em refrigerantes, impedindo que a indústria privada atenda ao enorme mercado reprimido existente para os refrigerantes dietéticos. O mais ridículo, porém, foi justificar o veto com a alegação de que sairia muito caro para o governo estabelecer a fiscalização para os novos produtos. Por causa das deficiências da estrutura governamental, sofrem a iniciativa privada e a população.
• Pela primeira vez, a rede de hotéis Sheraton faz uma publicação na revista "Time" sem ser através de Boston. A iniciativa partiu da Meta, agência de promoções e merchandising ligada à CBBA/Propeg, que atende o Rio Sheraton, divisão Latino­americana, Caribe e agora o Mofarrej em São Paulo. A produção do encarte de 8 folhas foi executada por Mauro Ivan Marketing Editorial, para circular pela América Latina na edição do "Time" de 24 de março.
• A Embratur, que está de presidente novo, João Doria Junior, vai realizar concorrência para pré-qualificar agências de propaganda, relações publicas, merchandising e promoções. O edital está disponível no setor de compras da Embratur, à Rua Mariz e Barros 13/6º andar. Pela que conhecemos de Doria, não deverá haver cambalacho. Só entra quem for competente.
• Notícia é como piada: só é velha para quem já conhece. Por isso, vai a nota mesmo com atraso, pois ninguém ainda deu: Nazira Fortes é a nova assistente de contas da Artplan, atuando no grupo dirigido por Joseph Esquenazi.
•A Norton, depois de 25 anos atuando em Minas Gerais, resolveu desativar o seu escritório de Belo Horizonte. Reflexos da nova ordem econômica.
• Luís Fernando Pinto Veiga, que deixou a Artplan-São Paulo, já está de volta ao Rio, atuando no departamento comercial do Jornal do Brasil. Ontem, no Rio Palace, o JB reuniu o mercado publicitário carioca para as boas vindas a Luís Fernando.